quarta-feira, 15 de outubro de 2008
A derrota da esquerda no RJ, segundo Emir Sader
Confesso: sou muito mais Eder (com quem trabalhei no CEDEC) que Emir Sader. Mas Emir acaba de publicar um artigo analisando a derrota da esquerda carioca que me parece instigante. Defende, abertamente, a candidatura de Jandira Feghali: "Quem não se deu conta que a candidatura da Jandira era a melhor colocada para chegar ao segundo turno e que deveriam ter muito mais em comum com ela do que com os outros candidatos com possibilidades de chegar ao segundo turno, de que ela era a única candidatura que, ao longo de toda a campanha, teve chance de chegar ao segundo turno - demonstrou uma grave desvinculação da realidade." Embora instigante, este é o tom definitivo que me incomoda e que coloca Emir na vala comum da esquerda clássica, de tradição autoritária e pouco criativa. Mas, seu artigo avança. Afirma, sobre o PT do RJ: "o PT nunca saiu da casa dos 5%, salvo na - já longínqua no tempo - candidatura de Benedita. Assim era e assim reproduziu-se mais uma vez nesta eleição. Foi uma candidatura do PT e não para tentar que a esquerda do Rio triunfasse."
Sobre o PSOL: "uma vez mais enganaram-se sobre onde está a direita, negando-se a apoiar a Jandira, dizendo que ela é "da base governista", o que parece condenar o candidato a estar na direita, já que o PSOL entrou no caminho sem volta de tomar o PT como o inimigo fundamental - como já provou ao abster-se entre Lula e Alckmin no segundo turno e aliar-se à direita em tantas situações, em votações do Congresso ou na própria eleição presidencial."
Sobre outros partidos de tradição popular ou à esquerda: "Havia candidaturas também do PDT, do PCB, do PCO, no campo da esquerda, que igualmente se guiaram pela lógica da candidatura própria, independente do campo político e do enfrentamento entre
direita e esquerda, sacrificando também a possibilidade de projetar uma força de esquerda no segundo turno."
Enfim, fica a dúvida sobre o motivo da esquerda carioca não ter ouvido Emir Sader.
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