terça-feira, 28 de outubro de 2008
A incompetência democrática
Estou lendo o livor de Philippe Breton, A Incompetência Democrática: A crise da palavra na origem do mal-estar na política, publicado pela Loyola.O livro, antes de tudo (apesar do título) é uma declaração de crença na democracia. Obviamente que o autor questiona a crise atual das instituições políticas e se pergunta qual a razão de ser tão difícil concretizar esse ideal teórico? A tese central é que a democracia é uma questão de competências práticas do domínio da palavra e da relação com o outro. A segunda tese é que a democracia não é um regime natural, mas um processo racional, uma dinâmica que constrói opinião e decisões conjuntas. É uma escolha, portanto, uma maneira de decidir. E daí o conflito atual. Breton apresenta algumas estatísticas de cultura e opinião dos franceses a respeito do tema. Destacaria, nesta nota, uma delas, que me incomodou: 55% dos franceses estariam totalmente de acordo com o enunciado "seria preferível que fossem os especialistas, e não o governo, que decidissem o melhor para o país". Não há algo de comum com a tendência brasileira de fazer política?
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