sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Pedro Cardoso contra a nudez pornográfica (1)


No último dia 8 de outubro, no cinema Odeon, o ator (da Grande Família) Pedro Cardoso (na foto) leu um texto em que se opõe frontalmente ao uso da nudez gratuita, que ele denomina de pornográfica, em filmes. Desde então, este texto se tornou tema de discussão em todos meios artísticos, criando uma forte cisão entre opiniões. Reproduzo, em quatro notas, passagens do texto, por considerar um tema relevante para a educação e democracia no nosso país:

"Esse é o texto que eu li na primeira exibição do filme "Todo mundo tem problemas sexuais" no cinema Odeon no dia 08 de outubro de 2008. Ah, eu sou o Pedro Cardoso. Espero que ele ajude a todos nós.

(...) A meu ver, as empresas que exploram a comunicação em massa (e as que dela fazem uso para divulgar seus produtos) apossaram-se de uma certa liberdade de costumes, obtida por parte da população nos anos 60 e 70, e fazem hoje um uso pervertido dessa liberdade. Uma maior naturalidade quanto a nudez, que àquela época, fora uma conquista contra os excessos da repressão a vida sexual de então, tornou-se agora, na mão dessas empresas, apenas um modo de atrair público. Com a conivência de escritores e diretores (alguns deles, em algum momento, verdadeiros artistas; outros, nunca!) temos visto cenas de nudez, ou semi-nudez, ou roupas sensuais, ou diálogos maliciosos, ou beijos intermináveis, em quase todos os minutos da programaçãos das televisões e nos filmes para cinema, sem falar na publicidade. A constância com que essas cenas aparecem tem colocado em permanente exposição a nudez dos atores, especialmente das mulheres; é sobre as atrizes que a opressão da pornografia é exercida com maior violência, uma vez que ela atende, na imensa maioria das vezes, a um anseio sexual do homem. É raro o convite de trabalho, seja filme ou novela ou programa de humor, que não inclua cenas desse tipo para o elenco feminino. (...)"

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