domingo, 22 de junho de 2008

A necessária democratização da África


Nos anos 70 acreditamos que a onda de libertação de vários países africanos daria início à democratização do continente. Nada mais equivocado. A onda democratizante dos anos 80, que envolveu grande parte do planeta, não atingiu a África. Um exemplo nítido vem do Zimbábue. O líder opositor Morgan Tsvangirai (na foto) decidiu se retirar da disputa pelo segundo turno das eleições presidenciais. O partido MDC (Movimento para a Mudança Democrática) diz que a decisão foi tomada após ao menos 70 de seus simpatizantes terem sido mortos durante a campanha. O presidente Robert Mugabe, que disputaria o segundo turno contra Tsvangirai, acusou o MDC de ser responsável pela onda de violência e disse, em um comício na sexta-feira, que "somente Deus" o tiraria da Presidência e que nunca aceitaria um país governado pelo partido opositor. O MDC alega que membros do partido foram agredidos e que simpatizantes foram expulsos de suas casas, obrigando a campanha de Tsvangirai a se desenrolar em um ambiente de quase segredo. O secretário-geral do partido, Tendai Biti, está preso sob a acusação de traição. Mugabe acusa o MDC de agir de acordo com os interesses da Grã-Bretanha, o antigo poder colonial, e de outros países ocidentais. O conceito básico de democracia é a liberdade da oposição existir, além da viabilidade da alternância no poder.

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