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Do livro "1968: o que fizemos de nós":
Uma das passagens mais interessantes do livro de Zuenir Ventura é o depoimento do ex-padre, hoje psicanalista, João Batista Ferreira. Em determinado momento, Ferreira analisa a nova geração de adolescentes e jovens. Diz que o que estaria faltando para esta geração é uma experiência concreta a ser seguida. Afirma que não adianta dizer que o uso prolongado de maconha diminui o número de espermatozóides. Um dos grandes problemas, aponta, é que os pais não sabem o que dizer frente a determinadas perguntas. Os pais estariam perdidos, confusos, medrosos, às vezes, parecendo omissos. Jurandir Freire já havia denominado a geração 68, que hoje é pai ou avô, de "adultescente": nega, mas não sabe como se redefinir frente ao filho. Zuenir é mais dócil e condescendente. A parte mais triste é o capítulo "A culpa é de 68", quando filhos da geração 68 revela o quanto se sentia perdida e preterida pelos pais militantes (odaras ou de esquerda). O livro não começa bem, mas este capítulo é especial.
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