É uma raridade encontrar analistas que não se envolvem emocionalmente com o lulismo. A favor ou contra, o analista segue uma linha reta, uma torcida emocional, quase uma Cruzada.
Tenho conhecidos que quase entram na última etapa de um ataque de nervos para sugerir que o lulismo está com os dias contados ou que no futuro (não chegam a apontar onde estariam mirando quando citam sua linha de tempo) todos perceberão que se tratou de quase nada. Outros, sustentam munidos de barômetros e pipetas, que será algo próximo de um grande Império nacional, coisa de um século de vida ou algo parecido.
Já se passaram dez anos de lulismo. E a aliança de Campos com Marina indica que não se trata, efetivamente, de um mero sopro de sorte ou algo efêmero. A aliança mais significativa não-lulista saiu do seu interior. A oposição histórica foi decaindo, peça por peça, indicando uma estrutura de poder vigente que raramente se viu com tal vitalidade em nosso país.
DEM é, hoje, um partido nanico que fala grosso por conta de seu passado. Roberto Freire acusou o golpe da aliança Campos-Marina, o que é surpreendente para tão experiente político. PSOL e PSTU - e outras agremiações de esquerda - se projetam em eventos de massa e conflitos bissextos, mas não alteram o jogo institucional.
Finalmente, PSDB. Se a candidatura de Aécio Neves fracassar, ficando em terceiro lugar no pleito de 2014 ou desistindo de tentar a sucessão de Dilma, desmorona sua imagem pública. Mesmo que a troca de guarda (Aécio por Serra) ocorra, o índice de rejeição revelará claros sinais que o desgaste de material foi da oposição, não do lulismo.
Imaginemos que Dilma vença o pleito de 2014. Teremos, enfim, em 2018, a bola na marca do pênalti. Será a hora da reinvenção. O lulismo terá entrado na adolescência, com 16 anos de poder ininterruptos. Mais que a primeira fase do getulismo. Será a prova de fogo do lulismo. E para os analistas apaixonados.
Um comentário:
curioso será a Heloísa Helena no palanque dos Bornhausens.
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