segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O perfil de esquerda de Serra


Uma das situações que mais incomodou nesta campanha eleitoral foi o oportunismo de Serra em relação à pauta ultraconservadora. Serra é um formulador de esquerda. Sempre foi. Foi uma liderança da luta dos estruturalistas contra os monetaristas, no final do regime militar, sendo os primeiros amplamente conhecidos como de origem marxista. Tivemos, portanto, dois candidatos finalistas à Presidência da República que são convictos pensadores de esquerda. Seria um serviço ao Brasil se ao menos não negassem sua biografia. Vou reproduzir trechos de informações que são facilmente acessadas na internet sobre Serra (a foto que ilustra esta nota é de Serra no exílio, no Chile):

Em fins de 1962, Serra ajudou a criar a Ação Popular (AP). Como presidente da UEE-SP participou de congressos de estudantes em Salvador, Manaus, Fortaleza e Vitória, que o tornaram mais conhecido fora de São Paulo. No começo de 1963, José Carlos Seixas foi procurado pela direção da AP para assumir a candidatura à presidência da UNE. Seixas, que já tinha indicado Serra para a UEE e estava prestes a se formar, sugeriu o nome do amigo novamente. No início do Congresso da UNE, em julho de 1963, Serra foi eleito. Pela primeira vez, a delegação paulista, a mais numerosa, estava unida. Na disputa interna da AP, o último empecilho era o baiano Sérgio Gaudenzi. ‘Serra era um obstinado, demonstrava estar muito preparado para o cargo e vinha de uma gestão vitoriosa na UEE-SP’, analisa Gaudenzi. ‘Como a AP queria consolidar sua hegemonia na UNE, não podia se dar ao luxo de um racha interno. Reconheci o favoritismo de Serra e retirei minha candidatura’, diz o baiano, ex-deputado e atual dirigente nacional do Partido Socialista Brasileiro (PSB). Enfrentando uma chapa frágil de trotskistas, Serra e a AP, aliada ao Partido Comunista Brasileiro, venceram sem dificuldades


Após a deposição do governo constitucional de João Goulart em 1964, quando o camarada Arnaldo Madeira já concluíra o curso, Aloysio Nunes Ferreira presidiu o Centro Acadêmico 11 de Agosto, da Faculdade de Direito da USP. Em 1968, Aloysio assaltou o trem pagador Santos-Jundiaí, amealhando fundos para a luta armada contra o regime militar (1964-1985). A AP teve o apoio do PCB para fazer de Serra o presidente da UNE, à época uma sigla com ampla influência política. Hoje, aliados pontuais, como na eleição da entidade estudantil, formam o grupo mais próximo do pré-candidato peessedebista que se escondeu em 64, antes de se asilar na Embaixada da Bolívia. Não é novidade para ele a observação de que muitos quadros tucanos começaram a vida política no PCB. Brincando com o peso no PSDB de ex-militantes da AP, o ex-governador de São Paulo Mário Covas costumava dizer: “O governo Fernando Henrique é a AP”. “É a AP, mas também é o Partidão”, respondia Serra.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ruddá

Vamos combinar né!!!

Serra é a favor de um liberalismo que diminui o Estado e assim o povo fica a própria sorte.

É só ver o que os tucanos fazem em São Paulo. Veja o mapa de votação de Kassab e Alkimin. A periferia sofre meu querido.