quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Aécio e Serra, na visão de Gaudêncio Torquato


Do jornalista Gaudêncio Torquato (na foto):

"a) Aécio Neves tomou como um atrevimento a nomeação de Geraldo Alckmin, que considerava seu aliado no tucanato, como secretário de Desenvolvimento do governo Serra. Besteira. José Serra tem o direito de nomear quem quiser. Não é com reação emocional que conseguirá abrir espaço político.
b) Mas Aécio tem uma tríplice identidade, que deverá ajudá-lo na estratégia para viabilizar sua candidatura à presidência da República em 2010. Trata-se de um perfil com mistura de mineiro, carioca e nordestino. Governa Minas Gerais, o segundo maior colégio eleitoral do país, com mais de 13 milhões de eleitores; tem poder para seduzir o Rio de Janeiro, o terceiro colégio eleitoral, onde passou parte da adolescência e ainda passa boa parte do tempo de ócio; e correrá pelo vasto espaço nordestino, lembrando que o Norte de Minas – Montes Claros – integra o Nordeste e está sob a cobertura da SUDENE.
c) Com essas três bandas que formam o seu corpo político, Aécio não está disposto a entregar a rapadura a José Serra sem uma boa raspagem nas beiradas. Jovem, sorridente, sob o olhar matreiro do avô Tancredo e o sorriso de Juscelino Kubitschek, o governador intenciona abrir a era do pós-lulismo. Mas a intenção só será viável com seu afastamento da floresta tucana. José Serra será, inevitavelmente, o candidato do PSDB à presidência da República. Neves pode esperar, alegam os tucanos da primeira fila.
d) As prévias partidárias abrem a esperança de Aécio. Por isso, planeja correr o país para mobilizar o tucanato. É improvável, porém, que vença Serra nas prévias. A única alternativa que lhe restará será o PMDB. Suas chances seriam altas se fosse o candidato peemedebista apoiado por Lula. Há um porém : teria de deixar o PSDB em outubro deste ano. Decisão que não tomou conta do seu espírito. Seu guru, FHC, garante que Aécio não sairá jamais do partido. Candidato do PMDB – única alternativa com boas possibilidades – o jovem governador poderia escolher como vice a ministra Dilma Rousseff, mineira que se despachou para o Rio Grande do Sul. Uma chapa para levantar poeira. O que diriam os petistas, hein ? "

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