sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A confusão em MG


Se as lideranças paulistas se acomodam, o mesmo não ocorre em Minas Gerais. Principalmente nas hostes petistas. A situação é sinuosa, numa disputa irregular entre Patrus e Pimentel. Ontem, o ministro admitiu equívocos na "porta de saída" do Bolsa Família. Os cursos profissionalizantes não têm alunos (só 5% do total de 185 mil vagas oferecidas). Patrus acredita que o erro foi lançar o programa em período eleitoral, já que contava com a articulação das prefeituras.
Não concordo com a avaliação de Mangabeira Unger, para quem cursos de formação para população de baixíssima renda são ineficazes. Esta já foi a resposta de um governador brasileiro que dizia que era mais eficiente doar um fusca para um agricultor pobre se tornar taxista que investir para ele se tornar empreendedor rural. Contudo, a análise de Patrus é excessivamente simplista. Parece não querer entender o impacto cultural de um programa de forte cunho e apelo assistencialista. Qual seria o motivo para o Pronaf ou Programa Microbaicas darem certo em áreas de pobreza rural? Justamente porque eles nascem como programas de desenvolvimento, definidos pela emancipação dos beneficiários (desde o início) e não como mera transferência de renda. O loteamento ministerial dá nisto: torna-se um obstáculo para que um ministério aprenda com outro.

2 comentários:

GS disse...

Professor Rudá, parece-me que a notícia foi. Mais um factóide do jornal.
Sugiro-lhe verificar a transcrisão da entrevista dada ao "repórter".

Rudá Ricci disse...

Não parece que tenha sido factóide. Há dois problemas importantes a registrar:
a) O Bolsa Família tem graves problemas de "saída" dos beneficiados (desde o seu início);
b) O ministro Patrus não é muito afeito ao embate político, o que desarma seus apoiadores.

Finalmente: a confusão política está instalada em MG.
Rudá