Thiago Camargo coordenou por muito tempo as análises de conjuntura mensais do Instituto Cultiva. Dele saíram as previsões para 2009 que passo a reproduzir:
"Trabalho com um crescimento baixo (talvez zero) para o Brasil. A crise atingirá o setor produtivo em cheio, com grandes consequências no nível de emprego (talvez algo ao redor de 2% a mais de desempregados, segundo especialistas). O BC irá abaixar os juros, mas isto não será suficiente. Não teremos problemas com a inflação (o mundo está em liquidação e, portanto, se antes importavamos aumento de preços, agora, importaremos deflação). Além disso, a demanda antes aquecida, estará em baixa. O governo continuará tomando novas medidas expansionistas e pouco adiantará. O certo seria focar nos investimentos, cortar custeio e manter os programas sociais. A idéia do fundo soberano, agora, é esta, mas a oposição quer amarrar o governo. Na verdade, o governo sofrerá muito pois aumentou os gastos e as receitas serão, certamente, menores. O dólar ficará mais ou menos onde está. As repercussões políticas serão enormes. Dilma Rousseff, neste cenário, terá grandes dificuldades. Daí os movimentos muito intensos protagonizados por Aécio Neves. Está cada vez mais evidente seu apetite político. De tudo, o mais engraçado tem sido os econominstas, de todas as religões, tentando justificar as bobagens que falaram e falam. Por exemplo, aqueles que apostaram num dólar baixo, ou alguns economistas de esquerda, que criticaram o fim da dívida em dólar e a compra de dólares para fazer reserva. Deveriam pedir desculpas ao governo..."
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