Recebi o seguinte relato de uma feminista a respeito da votação do PL 1135/91 que ocorreu ontem, na Câmara Federal:
"Ontem, para quem ainda não sabe, o PL 1135/1991 que trata da descriminalização do aborto foi rejeitado pela CCJC, especialemnte por uma articulação pesada da bancada relogiosa da Câmara. Foi super difícil e um verdadeiro circo de horrores. A comissão, que deveria analisar a constitucionalidade e juridicidade do projeto, proferiu parecer pelo mérito falando da vida desde a concepção e tendo a audácia de dizer que o PL era inconstitucional, o que é falso. O deputado José eduardo Cardozo fez uma excelente fala de defesa da constitucionalidade da proposta dizendo que 90% das falas dos parlamentares se baseavam em argumentos religiosos. Com qualquer deputado que vamos conversar sobre o tema, temos a mesma reposta: é que minha base eleitoral é da igreja e não posso cometer um suicídio político - ou seja, uma clara barganha política eleitoral que as igrejas (católica, evangélica e agora espírita) tem feito com os candidatos."
Independente da concepção religiosa ou crença pessoal, fazer barganha com representantes do povo é lobby. E esta prática é ilegal em nosso país.
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