quinta-feira, 17 de julho de 2008
Democracia direta e totalitarismo
Para aprofundar a análise de Jesús (ver abaixo) seria importante inicarmos pela análise dos conceitos. Democracia direta é um mecanismo democrático (como o nome já sugere) em que os beneficiados (ou cidadãos) tomam decisões diretamente. Os instrumentos são assembléias populares ou plenárias. As críticas políticas e teóricas a este mecanismo é a exigência do "cidadão total", de tipo rousseauniano. Não há espaço para a vida ou interesse privado. Todos estariam à disposição das plenárias, em tempo integral, sob pena de não decidirem e, assim, serem reduzidos à condição de cidadão de segundo plano ou sub-cidadão. A segunda crítica, derivada desta primeira, é que os presentes representariam a totalidade dos cidadãos, mesmo que em plenárias proporcionalmente desproporcionais aos cidadãos reais de uma base territorial. Contudo, a democracia representativa também apresenta distorções, como o corporativismo de tipo delegado ou a profissionalização da ação política, como ocorre na democracia de tipo fiduciária.
O totalitarismo, por seu turno, é um mecanismo de mobilização social permanente, sem representação ou mediações e sem conflito, seguindo a paixão e emocionalismo do líder político (o autoritarismo, ao contrário, limita a participação e mobilização social).
O autor induz a erro porque sugere que a democracia direta tende ao totalitarismo.
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