quinta-feira, 17 de julho de 2008
A esquerda latino americana no poder
A revista Política Externa, de março/maio (número 16, a penúltima edição desta revista) deste ano é dedicada aos "Novos Focos para a América Latina". Um dos artigos mais interessantes é o de Jesús Tovar Mendoza ("A esquerda no Poder"). O artigo é polêmico e discordo em grande parte de suas hipóteses e tese central, mas é quase uma leitura obrigatória para quem trabalha o tema. A tese é que estaríamos vivendo um momento pendular da democracia da nossa região, com a emergência de governos de esquerda. A partir daí, o autor sugere que teríamos uma esquerda neopopulista (Venezuela, Equador e Bolívia), e uma esquerda moderna (Chile, Brasil e Uruguai), de tipo social-democrata. O primeiro grupo estaria mais próximo de Cuba, uma esquerda clássica, marxista. As três esquerda seriam, para Jesús, carismáticas (sendo a social-democrata, de tipo legal, o que remete à tipologia weberiana, obviamente). A tipologia, como todas, sintetiza em demasia o problema. Mas a fragilidade começa pela conceituação do que seria neopopulismo de esquerda, que analisarei em outra nota neste blog.
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