quarta-feira, 2 de julho de 2008

Libertação de Ingrid Betancourt revela fragilidade das FARC


A libertação da senadora Ingrid Betancourt (na foto), que era refém das FARC, na Colômbia revela a ponta do iceberg da crise do grupo guerrilheiro e coloca lenha na perpetuação do conservador Álvaro Uribe no poder (já possui o maior índice de aprovação de todos governantes da América). Vamos aos fatos:
a) O governo colombiano afirma que a operação de resgate dos 15 reféns das Farc nesta quarta-feira (2) foi realizada a partir de infiltração de agentes das Forças Armadas colombianas na cúpula das FARC. Pode ser uma fantasia, mas faz sentido. Conhecemos bem, na história recente do país, o que significa este expediente;
b) Cristina Soreanu Pecequilo, professora de Relações Internacionais da UNESP, afirma em entrevista à revista Fórum, que o fortalecimento da corrente mais militarizada das FARC (após a morte de Raúl Reyes), aliada às relações com o narcotráfico e a ofensiva do governo Uribe já vinham reduzindo o alcance da organização como força política. Destaco a seguinte passagem de sua entrevista: "Esta mudança, inclusive, está levando a uma perda de apoio popular que somada à ofensiva de Uribe enfraqueceu as bases tradicionais do movimento. Desta forma, existe sim este desenvolvimento de resistência, mas que transforma o caráter social das Farc original e pode levar ao mesmo destino de outros movimentos como o do próprio ETA [grupo separatista basco]: uma perda de espaço, militarização de alguns setores e desistências dos mais ligados a uma linha política."

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