sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PCdoB pragmático




Parte do PCdoB vive a mesma onda de pragmatismo que atingiu o PT mineiro (ou parte do PT mineiro). Nas eleições que se avizinham, acordos começam a ser traçados, mesmo com alguns expoentes do partido se sentindo contrariados. Este é o caso da candidatura de Gilson Reis, presidente do Sinpro, que seria candidato a vereador em BH. Para tanto, Zito, com grande chance de eleição, se manteria na Secretaria Municipal de Esportes (não saindo como candidato). Fritariam outro expoente, Maria Lucia, atualmente vereadora do partido na capital mineira. Gilson teve 16 mil votos como candidato a deputado estadual, sendo 7 mil em Belo Horizonte. Avalia que com esta votação em BH está eleito vereador.
Algo similar ocorre em Contagem. Tudo embrulhado numa grande aliança com Marcio Lacerda e Walfrido Mares Guia, que apadrinhariam financeiramente tais candidaturas (incluindo apoio da FIEMG).

4 comentários:

Analu Fonseca disse...

Gostaria muito que o professor Rudá conhecesse um pouco mais o PCdoB. Vive escrevendo coisas sem nexo sobre o Partido. Neste caso, erra por parte do princípio de que o PCdoB elege apenas um vereador: desconhecimento da chapa e suas condições políticas. A partir daí, considera que uma eventual eleição do camarada Gilson Reis seria fruto de um acordo que desmereceria outros camaradas: erro, pois Zito inicia uma promissora carreira no Executivo, criando condições para posteriormente assumir tarefas ainda mais estratégicas no próximo governo. E também se equivoca no cálculo eleitoral, pois sabemos (e Gilson, inclusive) que não se repete mecanicamente uma votação de uma campanha a deputado, para uma a vereador; e assim considera Maria Lúcia fora da Câmara em 2013, sem justificar suas apostas.

Por fim, o título: nem o apoio a Lacerda, nem a eleição de Gilson podem ser consideradas como pragmatismo. A eleição de Lacerda com o apoio de um conjunto de forças de esquerda, mesmo que numa aliança mais ampla e contraditória, traz em si aspectos estratégicos e programáticos essenciais no atual momento do País. Mas é ao relacionar a eventual eleição de Gilson Reis com uma postura pragmática que a análise se mostra mais equivocada: Gilson é um sindicalista combativo que a décadas faz de sua vida um instrumento de luta da classe trabalhadora pela conquista de direitos, pela soberania nacional, do internacionalismo e do socialismo. Nada mais programático que eleger um parlamentar como Gilson Reis. Espero que pelo menos nisso ele acerte!

Rudá Ricci disse...

Analu,
Sou militante de esquerda desde os 15 anos de idade. Tenho muitos amigos no PCdoB. Gente que admiro. Quem me repassou as informações foram dirigentes. Não militantes de base. Dirigentes. Não publico algo que não consiga confirmar com fonte segura.
Imagino sua confiança e esperança que o seu partido seja diferente dos outros. Não serei eu que vou acabar com este seu sentimento nobre. Mas, acredite, o mundo não é assim tão cor de rosa. Zito queria ser candidato. O PCdoB entrou no pragmatismo puro faz tempo. Uma pena.

Unknown disse...

Prezados Profesor Doutor Rudá Ricci e Ana Lu por partes:
PC do B pragmático por que? Porque segue seus desdobramentos práticos e é um dos partidos com maior credibilidade no país, senão a maior.
Quanto aos questionamentos das candidaturas não vou chegar ao mérito porque desconheço quais motivos levaram à ele.
O senhor se diz militante de esquerda desde os 15 anos de idade e faz algumas afirmações como a do PC do B no artigo e que Lula não é de esquerda, que me levam à duas perguntas básicas que creio serem de muitos dos seus leitores também. Após é claro, concluir meu raciocínio sobre o pragmatismo referido às alianças de BH, que contradizem com as nacionais para presidente da República até o momento, ou o PC do B, PMDB e o PT voltaram atrás e estão apoiando Márcio Lacerda?
Porque o vice de Dilma(PT) anunciado até o momento já para as próximas eleições presidenciais é do PSB, partido de Márcio Lacerda.
Agora faço as perguntas: O que é ser de esquerda para o senhor? E quais são os partidos que o senhor considera de esquerda no Brasil?
Abraços fraternos ao Senhor e à Senhora Ana Lu.
José da Mota.

Unknown disse...

Prezado professor um segundo comentário, complemento do primeiro.
Digamos que seja uma nota de repúdio de opositores, mas que ionquestionavelmente descreve muito bem a política mineira, a sua independência acima da até pretensa independência política nacional para efeito de alianças políticas. Porque após as eleições municipais e seus resultados o PMDB não vai deixar a vice-presidência sair do partido, em último caso, de uma reviravolta eleitoral, somente para presidência. Portanto o lançamento de Eduardo Campos (PSB) como vice-presidente de Dilma para as próximas eleições ainda é tão incógnita quanto ao descobrimento da tão falada Partícula de Deus no CERN.
Vamos lá ao que representa muito bem a política mineira, em uma nota de repúdio da aliança de Márcio Lacerda para a tentativa de interferência de Kassab na posição de seu partido quanto a ela.

Nota de repúdio (copiada http://www.marcuspestana.com.br/homol/default.aspx?pag=geral&mod=interna&p=6&mat=491)

“Os partidos políticos que a esta subscrevem tornam público o seu repúdio pela interferência nefasta acometida contra a Comissão Provisória do PSD, Partido Social Democrata, pelo seu presidente Gilberto Kassab.

Os mineiros, zelosos e tradicionais democratas, sempre souberam cuidar de seu destino político, sem que figuras exóticas e estranhas aqui interviessem.

Minas Gerais, pelo seu povo e lideranças políticas, não aceita ser tratada como colônia de segunda categoria, onde pressupostos líderes nacionais intervenham a acabrestar partidos e forçarem composições, na sucessão à Prefeitura de Belo Horizonte, sem que a vontade de seus legítimos representantes seja respeitada.

Saberemos, nas urnas, responder a esta agressão à mais cara das tradições de Minas – a liberdade.”

A nota foi assinada pelos partidos que compõem a coligação “BH Segue em Frente” .
* Voltando ao meu comentário pessoal, esta nota de repúdio esta sendo usada aqui como exemplo de como se faz política mineira, porém ouraria dizer que serve para demonstrar como se faz política regional por todo o país, hoje. Tempos atrás este ou aquele partido ainda podiam se dar ao luxo para tanto, ou seja, escolher quem apoiar ou rejeitar.
Extendendo-a, a forma de fazer política, para o PC do B também, por mais pragmática que seja. A não ser que o senhor nos demonstre o que é ser esquerda e direita e quem dentre todos os partidos políticos brasileiros são este ou aquele, ou seja, esquerda ou direita, sem serem pragmáticos?
Artigo este caso venha a escreve-lo, que vai sanar a dúvida de milhões. Será uma prestação de serviço à nós brasileiros, impagável.
José da Mota.