A matéria da Folha (abaixo) pode sugerir um sinal amarelo para o lulismo. Como é sabido, o nordeste é o principal capital eleitoral e político de Lula (e, por tabela, de Dilma). A ilustração acima (Valor Econômico) revela que mesmo em 2010, o crescimento econômico espetacular do nordeste não aliviava o gasto com a folha de pagamento dos governos estaduais da região.
DE SÃO PAULO
Depois de experimentar taxas de crescimento semelhantes às chinesas, a economia da região Nordeste mostrou fadiga no fim do ano e acompanhou o esfriamento que tomou o país no segundo semestre de 2011, informa reportagem de Mariana Carneiro, publicada na Folha desta quarta-feira (a íntegra está disponível assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Em agosto, quando sinais de enfraquecimento já abalavam a atividade do Sudeste, o Nordeste voava a uma taxa de expansão de quase 6% ao ano.
Em dezembro, segundo dados do Banco Central, o crescimento da região recuou quase dois pontos percentuais, para 4,4%.
O resultado é superior à média nacional (2,7%), mais favorável do que o visto no Sudeste (4,1% até novembro), mas mostra que nem o "tigre nordestino" permaneceu imune ao desaquecimento.
Indicador de atividade elaborado pela equipe do banco Itaú - reunindo informações sobre vendas no varejo, produção industrial e emprego formal - mostra que a economia nordestina abandonou uma taxa de expansão de 7,2% no fim de 2010, para 2,5% no 4º trimestre de 2011.
Economistas do Banco Central atribuem o esfriamento no fim do ano "à moderação do consumo e do investimento".
O economista Aurélio Bicalho, do Itaú, afirma que o recuo é efeito tardio da pequena correção do salário mínimo. Em 2011, ele subiu apenas 0,37%, descontada a inflação.
"Neste ano, a lógica se inverte", afirma Bicalho. "O Nordeste voltará a crescer mais rápido."
Isso porque o salário mínimo subiu 7,5% (sem contar a inflação), para R$ 622. Como 3 em cada 5 trabalhadores nordestinos recebem até um salário mínimo, o efeito do reajuste do piso é amplificado. No Sudeste, só 1 em cada 5 trabalhadores recebe até um mínimo.
Em recente viagem ao Nordeste, a presidente Dilma Rousseff constatou que parte das obras da transposição do rio São Francisco está parada. Na ferrovia Transnordestina, no Ceará, segundo o presidente do sindicato dos trabalhadores da indústria de construção pesada, Raimundo Gomes, o ritmo das obras esfriou desde novembro.
A assessoria da CSN, responsável pela ferrovia, não confirma a informação e diz que há 10 mil trabalhadores nas obras atualmente.
Informações do Banco do Nordeste indicam que a região tem obras relevantes, como as refinarias da Petrobras no Maranhão e no Ceará, uma unidade da Fiat em Pernambuco e a duplicação da BR-101.
Mesmo assim, as capitais do Nordeste sustentam as mais altas taxas de desemprego do país e, no ano passado, a região registrou a maior queda na geração de empregos formais do Brasil.
Segundo dados do Banco do Nordeste, a colheita da cana na região não empregou como se esperava a partir de abril, resultado da menor produção das lavouras locais.
A economista Tânia Bacellar, da Universidade Federal de Pernambuco, observa ainda que a baixa qualificação dos trabalhadores leva à "importação" de contingente de outras regiões.
Ela afirma que o ganho de renda provocado pelos aumentos expressivos do salário mínimo desde 2005 (cerca de 50%, descontada a inflação), e do Bolsa Família ajudaram a fomentar pequenos centros de consumo, como o da região do Crato, no Ceará. Mas é preciso ir além.
"Estamos no rescaldo da 'Era Lula'. A redistribuição de renda via aumento do salário mínimo e do Bolsa Família foi importante, mas seu efeito está ficando menor", avalia.
Para a economista, os investimentos públicos são um sopro à economia por meio da construção civil, mas o modelo deve ser repensado sob pena de a região assistir a uma nova onda de concentração no Sudeste.
Bacellar observa ainda que a indústria automotiva prevê duplicar a produção no Brasil até 2020 e 53 montadoras mostraram interesse em instalar novas fábricas, "mas só duas no Nordeste".
O economista Aurélio Bicalho, do Itaú, afirma que o recuo é efeito tardio da pequena correção do salário mínimo. Em 2011, ele subiu apenas 0,37%, descontada a inflação.
"Neste ano, a lógica se inverte", afirma Bicalho. "O Nordeste voltará a crescer mais rápido."
Isso porque o salário mínimo subiu 7,5% (sem contar a inflação), para R$ 622. Como 3 em cada 5 trabalhadores nordestinos recebem até um salário mínimo, o efeito do reajuste do piso é amplificado. No Sudeste, só 1 em cada 5 trabalhadores recebe até um mínimo.
Em recente viagem ao Nordeste, a presidente Dilma Rousseff constatou que parte das obras da transposição do rio São Francisco está parada. Na ferrovia Transnordestina, no Ceará, segundo o presidente do sindicato dos trabalhadores da indústria de construção pesada, Raimundo Gomes, o ritmo das obras esfriou desde novembro.
A assessoria da CSN, responsável pela ferrovia, não confirma a informação e diz que há 10 mil trabalhadores nas obras atualmente.
Informações do Banco do Nordeste indicam que a região tem obras relevantes, como as refinarias da Petrobras no Maranhão e no Ceará, uma unidade da Fiat em Pernambuco e a duplicação da BR-101.
Mesmo assim, as capitais do Nordeste sustentam as mais altas taxas de desemprego do país e, no ano passado, a região registrou a maior queda na geração de empregos formais do Brasil.
Segundo dados do Banco do Nordeste, a colheita da cana na região não empregou como se esperava a partir de abril, resultado da menor produção das lavouras locais.
A economista Tânia Bacellar, da Universidade Federal de Pernambuco, observa ainda que a baixa qualificação dos trabalhadores leva à "importação" de contingente de outras regiões.
Ela afirma que o ganho de renda provocado pelos aumentos expressivos do salário mínimo desde 2005 (cerca de 50%, descontada a inflação), e do Bolsa Família ajudaram a fomentar pequenos centros de consumo, como o da região do Crato, no Ceará. Mas é preciso ir além.
"Estamos no rescaldo da 'Era Lula'. A redistribuição de renda via aumento do salário mínimo e do Bolsa Família foi importante, mas seu efeito está ficando menor", avalia.
Para a economista, os investimentos públicos são um sopro à economia por meio da construção civil, mas o modelo deve ser repensado sob pena de a região assistir a uma nova onda de concentração no Sudeste.
Bacellar observa ainda que a indústria automotiva prevê duplicar a produção no Brasil até 2020 e 53 montadoras mostraram interesse em instalar novas fábricas, "mas só duas no Nordeste".
Um comentário:
A construção civil gerando empregos no nordeste sempre serviu de paliativo. Estão importando mão de obra de que classes profissionais?Qual o nível de industrialização do Nordeste na área petro química?O que há no Nordeste que exiga mão de obra altamente qualificada?Todas essas justificativas não passam de engodo. Empregam trabalhadores para baterem martelo e logo acham que existe um boom de desenvolvimento. O que alimenta o Nordeste é a indústria da miséria.Esse papo furado todo em relsação ao nordeste existe a décadas. O desemprego sempre foi terrível nessa região.Os classificados anunciam empregos que nunca existiram, apenas para justificar a falta de mão de obra qualificada e um desemprego quase secular na faixa de 20% da mão de obra ativa.Quantos mil profissionais as universidades pernambucanas e as faculdades despejam no mercado? Simplesmente não existe emprego para toda essa gente.Vi cabra barbado com canudo na mão em Pernambuco distribuindo pilhas de currículos.O sonho dessa gente é passar num concurso público,o resto é o pesadelo que assola o nordeste a séculos.
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