terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A ponta de lança de Ciro Gomes


É verdade que é seu irmão. Mas a entrevista de Cid Gomes para o jornal Valor Econômico revela mais que afinidades entre manos. E a defesa de Aécio é a sinalização do futuro de Ciro. Confira algumas passagens da entrevista:

Cid: Veja bem, do PSDB eu já vim, muito tempo atrás. É um partido social-democrata por formação e tal, mas ao longo do tempo virou um partido liberal, ou melhor, representa o pensamento conservador hoje no Brasil. Estou muito satisfeito no PSB. Não estou querendo trazer ninguém do PSDB para o PSB e acho também que o movimento no sentido contrário é improvável que aconteça. Vamos ter caminhos independentes. Eu, porque sou um social-democrata, um reformista, torço para que o PSDB retome sua posição original.

Cid: Sempre que um partido chega ao governo ele tende a ficar mais conservador. Isso foi do início ao fim do governo Fernando Henrique. Associou-se ao DEM, e como o DEM não tem muita representatividade, virou o estuário do pensamento conservador do Brasil. Conservador-reacionário. O PSDB é isso. Hoje, se você for definir o PSDB, é tranquilamente o partido mais conservador do Brasil, mais reacionário.

Cid: Mais do que o DEM, porque o DEM não tem força.

Cid: Isso não quer dizer o PSDB vir para o governo, ocupar ministérios, não foi isso que defendi. Foi um pacto de governabilidade em cima de pontos claramente e publicamente colocados. Em cima desses pontos se veria o que poderia ser assumido como compromisso. Afinal de contas você tem essas coisas incoerentes no Brasil. Quando o PSDB estava no governo defendia a CPMF. Quando vai para a oposição é contra, e vice-versa. Então, a responsabilidade de governar faz com que as pessoas amadureçam. Há quadros maduros no PSDB que não vão ficar na política de rixa, de antagonismo, só porque são oposição. Têm que pensar no Brasil. Política não é concessão, não é generosidade, é um jogo, de perde e ganha, de retrai aqui, avança ali. É natural da política, é natural da vida, e eu então imaginei que o feedback, o retorno, o ponto de compensação para o PSDB fazer isso seria (ceder) a presidência do Senado para o Aécio. É o que eu faria se estivesse no lugar da Dilma.

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