Já escrevi que Fernando Pimentel é o petista mais tucano da história do PT. E fez um governo que demoliu o tal "modo petista de governar". Como vivemos num mundo extremamente pragmático, ele faz sucesso. Principalmente num partido em que o sucesso e demonstração de poder conta mais que o projeto político. Porque ninguém pode dizer em sã consciência qual é o projeto político (não de poder e pessoal) de Fernando Pimentel. Pois bem... este personagem da nova geração de petistas acaba de ganhar as prévias do PT mineiro. É o anti-candidato a governador pelo PT. Porque até as pedras sabem que ele negociará com Hélio Costa e será candidato a senador. Somente uma revolução interna do PT (o que parece cada vez mais impossível) confrontará com o lulismo, do qual Pimentel já foi alçado a membro cativo (ao ocupar a coordenação da campanha de Dilma Rousseff). Mas haverá algum jogo de cena até junho. Algo que Aécio Neves já ensinou como fazer e demonstrou que a grande imprensa cai nesta lenga-lenga para poder vender mais jornais e fazer manchetes mais sensacionalistas.
O triste desta história é que Patrus Ananias e a "geração dos 80" do PT mineiro morreu ontem na política. Serão ouvidos, como Jairzinho é entrevistado por alguns jornalistas para ilustrar a geração canarinho, da Copa de 70. Patrus será, agora, uma ilustração e não mais que isto. Somente a imensa generosidade e piedade lhe poderá conceder uma vaga que lhe dê sobrevida e visibilidade pública. Com ele, começa a minguar uma legião de petistas efetivamente abnegados e engajados num projeto. Algo raro no PT de hoje.
Mas a política não é intenção, mas poder. E, como aprendi nos cursos de negociação coletiva da CUT: não se negocia com quem não tem poder. Viramos a página.
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