quinta-feira, 27 de maio de 2010

A maior aposta de Serra


Sem a presença de Aécio em sua chapa, os temores da cristinanização de Serra em Minas Gerais reaparecem. Mas a questão central passa a ser o próximo passo do candidato tucano para recuperar os pontos que vem perdendo nas pesquisas eleitorais. Vejo três possibilidades:
1) o seu fortalecimento no sul do país, criando uma âncora eleitoral importante;
2) um acordo real com Geraldo Alckmin para consolidar sua votação no maior colégio eleitoral do país;
3) os debates diretos com Dilma, na televisão.

A primeira possibilidade é a de maior governabilidade. O único problema pode ser a votação de Tarso Genro, que está em primeiro lugar nas pesquisas, podendo contaminar o interior gaúcho. Mas no Paraná a situação dos lulistas não é das melhores, assim como em Santa Catarina.

A segunda hipótese é a mais imprecisa. Alckmin é parceiro de Aécio e os dois parecem nutrir grande rancor por Serra. No caso de Alckmin, as perseguições que serristas fizeram à cargos comissionados no interior paulista, desmontando toda base de apoio de Alckmin não passa pela garganta de boa parte do tucanato paulista.

Finalmente, os debates. Esta é, na minha opinião, a grande chance de Serra. Mas lulistas também sabem disto. Lembremos que o último debate praticamente retirou o trono de Lula, em 1989. Dilma fugirá dos debates ou terá uma preparação em tempo recorde, para nenhum preparador físico de seleção botar defeito?

5 comentários:

GS disse...

Professor Rudá,
na minha opinião, nessa terceira hipótese a Dilma tem chance de se sair bem.

Digo isso levando em conta a entrevista dela para a Rádio CBN, feita por Heródoto Barbeiro, Miriam Leitão e Lúcia Hipólito, quando se saiu bem nas respostas de todas as questões levantadas.

O que seria diferente em debates feitos para a TV? Serra sim, me parece ruim nesse tipo de situação.

Rudá Ricci disse...

Não é isto que está acontecendo. Nas exposições que ocorreram na CNI, é consenso que Dilma parecia se perder nos argumentos e que Serra foi muito objetivo. Errou no caso da Bolívia, mas no restante demonstrou muita segurança.
Mas haverá tempo até agosto. Vamos ver a evolução.

André Egg disse...

Eu também ouvi as entrevistas da CBN (até comentei no meu blog) e acho que a Dilma ganha de Serra em debates.

No sul ele já caiu muito, segundo o Datafolha. Liderava por 48 a 26 - agora está 38 a 35.

Não vejo muitas chances pro Serra.

Rudá Ricci disse...

O problema atual é a mudança de perfil de Dilma. Gera insegurança, realmente. A questão é se estará mais leve em agosto, ao se acostumar com o padrão menos professoral (de sua natureza). Precisamos analisar com cuidado, cada momento, para compreendermos a tendência. E análise não combina com paixão.

André Egg disse...

Você deve estar me confundindo com outra pessoa (he,he).

Não sou da campanha da Dilma, não sou filiado ao PT, e nem sei se vou votar nela.

Estou fazendo análise mesmo.

Tem paixão nenhuma aí não.

Conforme for a campanha, posso votar em qualquer um dos 4 principais candidatos.