quinta-feira, 20 de maio de 2010
Mais um grande jornalista: Frederico Vasconcelos
Dando continuidade ao destaque dentre profissionais do jornalismo (já que critico tanto a grande imprensa tupiniquim, é necessário equilíbrio, como dizia o grande Buda) ressalto a sobriedade e olhar investigativo de Frederico Vasconcelos. Pernambucano, formado pela Universidade Católica de Pernambuco, Frederico é jornalista desde 1967. Hoje, na Folha, possui um blog (
http://blogdofred.folha.blog.uol.com.br/) onde retrata os caminhos e descaminhos do poder judiciário, algo extremamente raro no jornalismo. Para se ter uma idéia da competência e inovação do que Frederico faz, destaco suas últimas notas (absolutamente atuais e pertinentes, destoando da mesmice e estilo fast press de hoje:
Sobre Hélio Bicudo
Ao receber, no dia 24 de abril, a "Medalha Joaquim Nabuco dos Direitos Humanos", concedida pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), o jurista Hélio Bicudo sugeriu a criação de "um espaço para que se faça um debate sobre a própria estrutura do Poder Judiciário, com vistas prioritárias à primeira instância, buscando-se uma nova dinâmica, onde o juiz não perca sua qualificação humana, para que a impunidade não possa vencer a Justiça". Para ampliar esse debate, o Blog perguntou a Hélio Bicudo o que o levou a fazer tal proposta. E pediu que alinhasse alguns fatos e exemplos que ilustrem sua preocupação em relação à atividade dos magistrados de primeiro grau.
Eis um relato conciso do jurista:
Nas cidades grandes --São Paulo é um exemplo-- não é possivel a manutenção de Palácios da Justiça nos centros urbanos. Em São Paulo, temos essa concentração, na Barra Funda e na Praça João Mendes, para uma cidade de 15 milhões de habitantes.
Os processos se eternizam e passam por eles vários juizes e promotores, de sorte que o juiz que sentencia não é o mesmo que presidiu as provas. Geralmente é um quinto ou sexto juiz que vai decidir sem nunca ter ouvido réu, vitima, testemunhas ou presenciado qualquer outra presentação de provas, o que é inconcebível no processo penal. Ora, é na primeira instância que se deveria fazer Justiça, daí a sua importância, pois os tribunais não têm a vivência da prova, e decidem mais tendo em vista a aplicação fria da lei, desconhecendo as partes.
Condenação de ex-prefeito de Curitiba
O Supremo Tribunal Federal condenou, nesta quinta-feira (20/5), o ex-prefeito de Curitiba e atual deputado federal Cássio Taniguchi (DEM) a duas penas de três meses de reclusão pela prática de crimes de responsabilidade. Os crimes, no entanto, já estão prescritos e a pena não poderá mais ser aplicada. A condenação retira do deputado a condição de réu primário, na hipótese de outra condenação.
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