sábado, 11 de janeiro de 2014

Os primeiros impactos dos Indignados (Espanha) e as manifestações brasileiras durante a Copa

O movimento de jovens da Espanha que alguns denominam de Indignados é mais conhecido por lá como M15 devido ao dia que começou a mobilização (15 de maio de 2011). Lá, como aqui, muitos jornalistas, analistas e "realistas" se perguntaram o que, afinal, os protestos gigantescos geraram. A resposta dos manifestantes, até aqui, era: "não somos produtivistas". Queriam dizer que protestos de massa não procuram, necessariamente, uma alternativa concreta para além do despertar da consciência da força política do cidadão. As consequências virão, dizem.
Ocorre que, evidentemente, não dá para imaginar que algo tão grandioso como as manifestações de junho (no nosso Brasilzão velho de guerra) fique apenas como registro fotográfico. É evidente que algo se produzirá de efeito. Mais certo, ainda, é se vem em dose dupla. E os políticos vem se esforçando para criar motivos. Não cito nem o caso do Maranhão, como exemplo. Nem a mobilização dos governos para colocar 10 mil soldados nas ruas para coibir os jovens manifestantes de junho e julho. Cito esta decisão de adiar a reunião dos BRICS, que ocorreria em Fortaleza em março deste ano. Adiaram para.... 15 de julho. Agora a pouco vi uma postagem de um jovem que participou ativamente das manifestações de 2013. A postagem dizia: "o que era para ser treino, agora é jogo". Deu para entender ou precisa desenhar?
Mas minha intenção não é centrar fogo nas manifestações deste ano.
Na Espanha, foi criado um Clube de Debates Urbanos (CDU) que acaba de publicar um livro sobre algumas iniciativas de organização das cidades que se alimentaram da energia do M15. Grande parte do livro dedica-se, inclusive a analisar o 15M. Vários autores afirmam que o 15M teria, como sua maior conquista, alfabetizado politicamente uma nova geração. Salienta, que a nova política não é o que muitos políticos profissionais imaginam que deva ser, uma pedra de toque do discurso que emergiu em 2011 na Espanha. Mas o livro vai mais longe e procura analisar experiências urbanas que surgiram da aliança de ativistas sociais com técnicos comprometidos, na gestão das cidades e supervisão das administrações. Citam o caso de Tabacalera, tomado por vizinhos que a transformaram num núcleo cultural. O espaço seria destinado a um plano megalomaníaco da Prefeitura local mas foi abandonado por falta de recursos públicos. Algo que vimos frequentemente no Brasil, como o caso do espaço cultural Luiz Estrela, em BH (cujos jovens que ocuparam o espaço acabaram de vencer uma disputa importante judicial e politicamente e, agora, tem o direito de desenvolver projetos culturais permanentes naquele espaço abandonado da cidade e que seria destinado a um empreendimento empresarial).
Aqueles que se interessarem em conhecer o CDU, convido para acessarem este link AQUI

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