A última análise de conjuntura publicada no boletim elaborado pelo Grupo de Economia da FUNDAP focou o boom de capitais externos que ingressaram no país neste ano. As ações anti-cíclicas que foram implantadas logo após a crise de 2008 aumentaram o grau de confiança dos investidores. Além disto, a diferença entre os juros internos e externos se ampliou. Finalmente, afirma o boletim da Fundap, a bem sucedida saída da crise dos países emergentes e a crise dos GIIPS (Grécia, Irlanda, Itália, Portugal e Espanha, que tiveram seu risco soberano rebaixado), consolidaram o fluxo de capital para o Brasil.
A passagem do boletim que reproduzo retrata como as medidas de inibição do fluxo de capitais adotadas pelo governo brasileiro não foram suficientes para administrar o câmbio (além do aumento da dívida externa do setor privado, que saltou 15,6% de dezembro do ano passado a maio deste ano):
O ingresso de capitais estrangeiros registrou o recorde histórico de US$ 60,3 bilhões no primeiro quadrimestre de 2011, a maior cifra observada no primeiro quadrimestre do ano da série histórica do Banco Central do Brasil (iniciada em janeiro de 1995). Esse resultado garantiu saldo positivo de US$ 62,7 bilhões da conta financeira – que registra os fluxos líquidos de capitais entre o país e o exterior –, montante igualmente inédito, superando em mais de US$ 12 bilhões o recorde anterior, registrado no mesmo período de 2007 (de US$ 59,8 bilhões). Com isso, o balanço de pagamentos brasileiro foi superavitário em US$ 39,3 bilhões, já que o déficit em transações correntes (também recorde histórico) somou US$ 22,2 bilhões. (...) A análise do perfil da entrada de recursos externos no período analisado revela que os investimentos diretos externos (IDE) responderam por 45% do total (US$ 26,9 bilhões).
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