sábado, 20 de agosto de 2011

A Árvore da Vida


Fui assistir A Árvore da Vida, filme escrito e dirigido por Terrence Malick e estrelado por Brad Pitt, Sean Penn e Jessica Chastain. Desolador. Uma resenha linear diria que se trata da história de uma família do Texas, anos 1950, e a difícil relação do filho mais velho com seu pai e uma educação formal e religiosa.
Mas trata de algo maior. O filme começa com uma leitura religiosa do mundo, do conflito entre a natureza (exigente e autoritária, que busca ser adorada e protegida) e a graça (gratuita, que não se incomoda com a rejeição e está sempre presente). Mundo do desejo e da correção, da norma e da pulsão.
Também é possível uma leitura ainda mais profunda, sobre a intenção divina, a natureza generosa e o conflito humano com a morte que Marx destacava como sendo um conflito original entre ser partícipe da natureza e ser transformador da natureza, procurando fazê-la sua imagem e semelhança (ou imagem de seu desejo, da objetivação de seu pensamento).
O filme é pesado, com muitas imagens dos elementos fundamentais: água, fogo, terra, ar, além da calma e violência.
Parece tudo, menos um filme dos EUA. É o filme mais europeu que os EUA já produziu.


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