terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Virgílio Guimarães retoma expediente de Zé Dirceu


Muitos jornalistas foram pegos, ontem, de surpresa com o "alerta" de Virgílio Guimarães a respeito da insatisfação e possível ameaça que a cafetina Jeany Mary Corner estaria fazendo. Ninguém entendeu o motivo para o petista mineiro divulgar assunto tão delicado aos quatro ventos. Jeany esteve envolvida no caso que levou Antonio Palocci a perder o cargo de ministro da Fazenda. Obviamente que não é necessário utilizar muito neurônios para entender do que se trata. Mas falta um dado. Embora tenha sido escondido pelo presidente do PT MG, na última semana vazou a informação que Virgílio estaria pleiteando uma vaga no Tribunal de Contas da União. Algo que levou a imprensa mineira a perder o rumo de casa. O jornal Hoje em Dia publicou a seguinte nota:

O PT de Minas Gerais vai indicar o deputado federal Virgílio Guimarães para uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Seria uma forma de compensar o partido, por ter apenas um representante no ministério da presidente Dilma Rousseff. Depois de tentar emplacar o ex-ministro Patrus Ananias no Supremo Tribunal Federal (STF), agora é a vez de Virgílio, que integra o grupo político do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, único mineiro alçado a um cargo de primeiro escalão no Governo federal. O assunto é guardado a sete chaves pelos petistas. A justificativa é a de que não querem “queimar” o nome do parlamentar antes de conseguirem uma sinalização positiva de Dilma. O exemplo veio com a indicação do presidente do Conselho Regional de Engenharia de Minas Gerais (Crea-MG), Gilson Carvalho Queiroz, para ocupar a presidência da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Tão logo começou a circular a possibilidade de ser nomeado, surgiram denúncias de que a empresa do sanitarista manteve contratos com a Funasa que foram alvos do TCU. No caso de Virgílio, o temor é maior. Isto porque, nos bastidores, ele não teria qualificações suficientes para ser alçado ministro do Tribunal de Contas. O petista é formado em economia, foi diretor do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e consultor da Assembleia Legislativa. A experiência de Virgílio está pautada na Câmara, onde é deputado desde 1987. Sem um histórico de atuação na área jurídica, o PT aguarda o encaminhamento das negociações para divulgar o desejo.

Tal expediente, de fazer política denuncista pela grande imprensa era manobra fartamente utilizado por Zé Dirceu. Aliás, foi ele que iniciou esta prática dentro do PT. Quando ainda estava em SP e militava no partido, era desconcertante o impacto de cada declaração ou artigo do cacique petista na Folha de SPaulo. Posso atestar que grandes expoentes petistas, com os quais tinha contato, ficavam boquiabertos com ataques iniciados não nas reuniões ou eventos do partido, mas pelas páginas dos jornais. O mesmo que ocorre agora tendo Virgílio como protagonista. Aliás, o nome parece cair melhor em historiadores.

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