terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Os gargalos e possibilidades das exportações mineiras

Alguns analistas afirmam que os baixos salários praticados em MG têm relação direta com a pauta de exportação, de baixo valor agregado. Com efeito, MG é o segundo maior exportador do país, com 15% do total exportado (atrás, apenas, de SP). Minas exporta commodities (minérios e produtos agropecuários), embora a pauta toda envolva 2.610 produtos. A base de exportação mineira envolve 239 municípios.
O interessante desta história toda é que alguns pequenos municípios começam a surgir na pauta de exportação. Vejam alguns exemplos:
Comercinho, no Vale do Jequitinhonha: granito
São Lourenço: água mineral
Monte Sião: produtos têxteis
Nanuque: sebo bovino
Outros municípios pequenos que se tornam exportadores: São Gonçalo do Rio Abaixo, Rio Piracicaba, Nazareno, Divisa Alegre, Campina Verde, Tiros, Vargem Grande do Rio Pardo, Bonfinópolis de Minas, Carmópolis de Minas, São Joaquim de Bicas, Sacramento, Conceição do Rio Verde e Carandaí.
Uberaba aparece como exportadora de ovinos e caprinos vivos e Belo Horizonte como exportadora de cerveja!
O principal município exportador de Minas Gerais continua sendo Itabira (quarto lugar no Brasil, pelas suas vendas para o exterior de minério e pedras preciosas, com destaque para rubis, safiras e esmeraldas). E os parceiros comerciais também são diversificados. Os principais países destinos dos produtos de Itabira são China, Alemanha, Japão, Coréia do Sul e Países Baixos (Holanda).
O problema é que dentre os principais produtos exportados pelo Estado nos nove meses de 2010, o destaque é o persistente minério, seguido pelo não menos persistente café, além de ferronióbio, ouro, açúcar, complexos soja e ferro fundido. Os produtos da cadeia minerometalúrgica continuam dominando a pauta exportadora mineira.
O fato é que os governos mineiros, desde a redemocratização do país, se furtaram a liderar o desenolvimento econômico e tentar ao menos liderar a diversificação e sofisticação da pauta de exportação. Minha esperança é que Anastasia repense o papel do Estado.

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