O jogo de Pimentel

Vamos imaginar o teria levado Pimentel a peitar Lula. Estou no interior paulista e vou utilizar os dados que tinha até ontem à noite.
Sabemos que a situação de Pimentel junto à coordenação da campanha de Dilma estava se deteriorando. Dilma teria dado um pito pela insistência em manter sua candidatura ao governo mineiro e Palocci havia avançado várias casas no tabuleiro. Sabemos, ainda, que Lula estava irritado com a performance de Pimentel na história do dossiê tucano-petista mineiro contra Serra.
Ontem à noite, as tropas de Reginaldo Lopes (pró-Pimentel e que preside o PT mineiro) e do PCdoB mineiro estavam agitadas. Falavam em chapa unitária.
Pimentel sabe que estará isolado em Minas Gerais. Sabe que não pode ser um mero blefe porque conhece Lula. Metalúrgico tem cultura da agressão e rolo compressor. Negocia atancando. Lula nunca cederá. O que diminui a margem de manobra de Pimentel. Não daria para negociar uma saída honrosa e voltar com força no comando da campanha de Dilma. Neste momento, está mais para ficar restrito à Minas, mesmo que Dilma vença as eleições.
Assim, arrisco que a manobra de hoje é grave e para valer. Uma questão de jeito, mais que força. Porque se Lula jogar para o tudo ou nada, não se sabe a reação de Pimentel. Lembremos que quase se filiou ao PSB, tempos atrás, mas voltou atrás a partir de uma intervenção pessoal de Lula (que chegou a oferecer um ministério e recuou em seguida).
Pimentel resolveu fazer de MG um grande Maranhão. Vamos ver se o sertão vai virar mar ou se o mar vai virar sertão.