quarta-feira, 23 de junho de 2010

A jabulani eleitoral no RJ (artigo de Angeline Tostes)

De Angeline Tostes
Em terras fluminenses a expectativa para o governo é bastante clara. Com a recuada de Garotinho (PR), ficam Gabeira (PV) e Cabral (PSDB). Este lidera as pequisas de intenções de votos até o momento e aquele busca reforço na coligação PV-DEM-PSDB-PSB. Gabeira tem um ponto fraco, falta de apoio político no interior do estado, Cabral é a situação e representa a continuidade, com o apoio de Lula.
O atual governador durante esses últimos 12 meses tem inaugurado obras por todos os lados, liberado verbas e asfalto, não poderia deixar de registrar o asfalto. No interior vemos obras em rodovias, presença constante em inaugurações e muita articulação política. Aí vem aquele discurso dos prefeitos que temem perder apoio, se não apoiarem Cabral. Até obras federais transformam-se, para a grande massa de eleitores, a favor do candidato aliado do governo federal. Só vemos como ponto fraco a continuidade, que é antidemocrática. Mas, quantos e qual o tipo de eleitor que pensa dessa forma...? Enfim, tudo indica que Cabral terá uma vitória tranquila no primeiro turno, sobretudo se Garotinho estiver de fora, porque esse é o segundo colocado nas pesquisas e sua origem campista, no Norte fluminense, rende-lhe poder de votos no interior, com reforço de Rosinha, atual prefeita da cidade Campos. A candidatura do PV, como eles mesmos dizem, representa campanha de oposição ao governo do estado.
Para o senado não temos muito o que detalhar. Os fortes candidatos, ou pelo menos, que ocupam espaço na mídia são poucos. César Maia (DEM), com forte biografia por ter sido prefeito do Rio, secretário de fazenda do governo Leonel Brizola e com grande votação na região metropolitana. Além de Maia, há o Marcelo Cerqueira (PSB), estão juntos no apoio a Gabeira, pela coligação. Talvez Cerqueira congregue na dobradinha muitos votos. Já Jorge Picciani, o atual presidente da Alerj, tem um poder político forte, junto de um partido forte que é o PMDB, mas não acreditamos em seu poder nessa disputa. Há uma discussão sobre a possibilidade dele não conseguir a vaga do Senado e perder o poder de fogo junto ao Legislativo fluminense, cuja vitória, que seria fácil, se abandonada, poderá lhe render maus bocados... Até que ponto congrega votos e é capaz de se eleger para representar o estado no Congresso, é nossa dúvida.
Um candidato interessante é Milton Temer, que já foi do PT, inclusive deputado federal por dois mandatos, hoje no PSol, partido que ajudou a fundar, um sujeito polêmico e interessante, mas que não tem força ($) para superar um César Maia, ou até um Picciani. Marcelo Crivella, atual senador, pelo PRB, ex-bispo da Igreja Universal (força de votos) é outro candidato forte à reeleição. O sentimento que temos é de que para o senado o cerco está fechado: Crivella e César Maia (pesquisa Ibope na imagem abaixo).
César Maia e Marcelo Cerqueira apoiam José Serra para presidente; Milton Temer apoia o candidato de seu partido Plínio de Arruda Sampaio; e Picciani e Crivella apoiam a candidatura de Dilma Rousseff.
Na disputa por uma vaga no Senado, um imbróglio que surgiu de última hora, nos 45 minutos do 2º tempo, é a vontade do PSDB, da coligação que apoia Gabeira, querer lançar um candidato próprio ao Senado, para fortalecer campanha serrista e o número 45. Há informações de que se o TSE aprovar a existência de coligação na disputa do governo estadual, com candidaturas próprias para o Senado, o PV irá lançar Aspásia Camargo. Essa candidatura fortalece a campanha de Marina Silva, para presidente no RJ, mais um palanque. O PV conta ainda, segundo seu presidente, com outra ideia: "O plano B para Aspásia é tornar-se nossa “puxadora” para deputado estadual."
Para a Câmara dos Deputados a coisa ainda é indefinida, pelo menos não ocupou a mídia e ainda não temos informações suficientes para fazer nossas apostas.
O Rio de Janeiro sempre foi um estado participante, o eleitorado fluminense, principalmente o carioca, é surpreendente mas tem uma marca muito forte na luta democrática. Tanto assim, que o PT é forte, Lula teve muitos votos e Dilma deverá sagrar-se vencedora no estado, com o apoio do partidão, PMDB. No segundo turno é que temos dúvidas, sobre o apoio do PV, já que coligados, o atual candidato ao governo anda mostrando claramente suas intenções em apoiar os tucanos.
Será que o estado merece um Dunga como governador? Ou necessita de um? Eis a questão!

Nenhum comentário: