segunda-feira, 14 de junho de 2010

Exoneração de Romeu Tuma Júnior


O secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Júnior, suspeito de envolvimento com o chinês Li Kwok Kwen, o Paulo Li, acusado de contrabando, foi exonerado do cargo nesta segunda-feira. Ele estava de férias e retornou hoje ao trabalho. O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, encaminhou hoje ao Planalto o ato de exoneração. Tuma Júnior responde a três procedimentos apuratórios junto à Comissão de Ética da Presidência da República, junto ao próprio ministério e à Polícia Federal.

Breve comentário:
Já havia informado neste blog que o Governo Federal aplicou punições expulsivas a 2.398 agentes públicos por envolvimento em práticas ilícitas, no período entre janeiro de 2003 e dezembro de 2009 (segundo CGU). Do total de penas expulsivas no período, as demissões somaram 2.069 casos; as destituições de cargos em comissão, 184, e as cassações de aposentadorias, 145.
O Brasil estaria mudando ou os casos são mais e mais escandalosos?

7 comentários:

GS disse...

Boa pergunta!

Como bom conhecedor de Brasil e bem como dos bastidores, não arriscaria uma aposta?

GS disse...

Salta-me às vistas o caso do Silvinho Pereira e a Land Rover recebida de presente.

Pois bem, estariam os outros casos como esse muito bem escondidos a ponto de imprensa e oposição não descobrir?

Eu aposto que o país passa por uma mudança mais vigorosa, com fortalecimento de instituições como PF e Ministério Público.

No legislativo e judiciário, infelizmente, as mudanças são menos vigorosas, pois ambos os poderes legislam em causa própria.

Ligando as avenidas disse...

Acho que a burocracia do governo federal está se profissionalizando sim. Isso impele o governo a um comportamento não clientelista.

Rudá Ricci disse...

Minha opinião ligeira (sem dados mais concretos) é que há um certo conflito em relação à profissionalização lenta dos sistemas estatais de controle (como CGU) e a profissionalização da política. Como se fossem linhas paralelas que não se tocam.

GS disse...

Pois então, se assim se procede, o que temos que fazer é torcer para que o fortalecimento das instituições ocorra em passos mais largos.

Agora, professor Rudá, quanto às instituições caminharem "Como se fossem linhas paralelas que não se tocam", apontado por você, penso que isso é o ideal, pois assim tem-se menos chance de as instituições serem colocadas na defesa de jogos de interesses privados, ou de certos grupos de poder.

PS: sugiro-lhe dar uma navegada no espaço do Luis Nassif. Ele colocou lá uma chamada sobre a imigração árabe, e os comentários estão bem interessantes.

Quem sabe o professor não tem algo para enriquecer o mesmo?

Rudá Ricci disse...

As linhas paralelas, no caso, são de conduta. Os partidos não estão em sintonia com esta nova postura de auditoria estatal. É como se estivéssemos secando gelo. O que penso é que os partidos não representam mais a sociedade e seus valores. São instituições em crise, com pouca legitimidade. São anacronismos do sistema de representação. A situação é mais grave porque é destas estruturas que nascem os governantes da estrutura estatal. Daí a contradição que procurei explicitar.

GS disse...

Entendido perfeitamente.

O ventilado foi que os partidos políticos não estão a par e passo com as outras instituições.

Mas, sendo essas outras instituições fiscalizadoras, a tendência é que os partidos sofram uma arejada.