quarta-feira, 3 de março de 2010
A situação crítica do PSDB paulista
Cenário 01: Aécio candidato á Presidência pelo PSDB
Este é o cenário que foi fartamente plantado no dia de hoje. A questão é se Aécio perde a eleição. Fica sem o Estado de MG e sem mandato. E ainda pode ter instalado em MG um governo PMDB-PT. Qual seria a vantagem para o mineiro? Se ganha a eleição, teria Serra como governador. Qual a vantagem?
Cenário 02: Serra candidato
Se ganha a eleição, será um rei. Mas, ao perder, sumirá da política. A possibilidade de Alckmin governador (seu desafeto no interior do PSDB paulista) e Aécio senador é algo similiar ao inferno de Dante.
Cenário 03: Alckmin candidato
Um delírio. Seria o fim de Alckmin na política. Perderia facilmente para Lula-Dilma, se tornando a maior chacota da política nacional. E Serra, possivelmente, seria o governador de SP, tirando qualquer espaço para Alckmin retornar como liderança. Viraria peão (e olhe lá!)
O PSDB paulista nunca esteve numa sinuca de bico tão grave.
Minha aposta: Aécio afia as armas para virar a página do PSDB em 2011. Será o líder da legenda, articulado com Ciro Gomes.
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Um comentário:
Os silêncios de Serra
José Serra evita assumir a candidatura presidencial porque ainda não confia em suas chances de vitória. Pragmático, sabe que uma derrota o afastaria, talvez definitivamente, do comando peessedebista em São Paulo. A liderança passaria ao novo governador, provavelmente Geraldo Alckmin, que disputa espaço com Serra e substituirá seus apadrinhados assim que possível.
Um remoto fracasso nos âmbitos nacional e estadual causaria estrago ainda maior, podendo inclusive levar à desintegração do PSDB. Por outro lado, aceitando a reeleição, dada como inevitável até por seus adversários, Serra garantiria uma imensa máquina administrativa e manteria posição destacada no partido.
Mas ele possui outros motivos para adiar uma definição. Não resta dúvida, se alguma houve, de que a campanha presidencial terá caráter predominantemente plebiscitário. Qualquer pré-candidato oposicionista, assim que se assuma como tal, será constrangido a posicionar-se acerca das principais vitrines do governo Lula. Deverá anunciar a continuidade ou a interrupção do Bolsa Família e do PAC, por exemplo. Na primeira hipótese, para não contrariar a grande aprovação popular, entraria em conflito com o próprio discurso repetido pela oposição nos oito anos de governo Lula. Optando pelo posicionamento mais coerente, desagradaria uma porção relevante do eleitorado.
Em 2006, a candidatura Alckmin naufragou precocemente porque não soube escapar desse dilema. Serra, por temperamento e opção estratégica, precisa fugir da indefinição constrangedora a que seu colega tucano foi jogado. A solução plausível é despolitizar os debates que antecedem as definições das candidaturas, apostando no enfoque biográfico e numa imagem de excelência administrativa que a grande imprensa serrista procura espalhar pelo país.
Trata-se, portanto, de empobrecer a agenda eleitoral até que Dilma Rousseff esteja exposta, sem anteparos institucionais, vulnerável a ataques pessoais. Serra então divulgaria sua versão da “Carta aos brasileiros” petista, inaugurando uma nova fase na sucessão. Ou deixaria a incumbência para Aécio Neves, que tem muito menos a perder.
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