“Tempestade no Cerrado”: é o apelido que ganhou nas redações a operação de bombardeio midiático sobre o governo Lula, deflagrada nesta primeira quinzena de Março, após o convescote promovido pelo Instituto Millenium. A expressão é inspirada na operação “Tempestade no Deserto”, realizada em fevereiro de 1991, durante a Guerra do Golfo. Liderada pelo general norte-americano Norman Schwarzkopf, a ação militar destruiu parcela significativa das forças iraquianas. Estima-se que 70 mil pessoas morreram em decorrência da ofensiva. A ordem nas redações da Editora Abril, de O Globo, do Estadão e da Folha de S. Paulo é disparar sem piedade, dia e noite, sem pausas, contra o presidente, contra Dilma Roussef e contra o Partido dos Trabalhadores. A meta é produzir uma onda de fogo tão intensa que seja impossível ao governo responder pontualmente às denúncias e provocações. As conversas tensas nos "aquários" do editores terminam com o repasse verbal da cartilha de ataque.
1) Manter permanentemente uma denúncia (qualquer que seja) contra o governo Lula nos portais informativos na Internet.
2) Produzir manchetes impactantes nas versões impressas. Utilizar fotos que ridicularizem o presidente e sua candidata.
3) Ressuscitar o caso “Mensalão”, de 2005, e explorá-lo ao máximo. Associar Lula a supostas arbitrariedades cometidas em Cuba, na Venezuela e no Irã.
4) Elevar o tom de voz nos editoriais.
5) Provocar o governo, de forma que qualquer reação possa ser qualificada como tentativa de “censura”.
6) Selecionar dados supostamente negativos na Economia e isolá-los do contexto.
7) Trabalhar os ataques de maneira coordenada com a militância paga dos partidos de direita e com a banda alugada das promotorias.
8) Utilizar ao máximo o poder de fogo dos articulistas.
Quem está por trás
Parte da estratégia tucano-midiática foi traçada por Drew Westen, norte-americano que se diz neurocientista e costuma prestar serviços de cunho eleitoral. É autor do livro The Political Brain, que andou pela escrivaninha de José Serra no primeiro semestre do ano passado. A tropicalização do projeto golpista vem sendo desenvolvida pelo “cientista político” Alberto Carlos Almeida, contratado a peso de ouro para formular diariamente a tática de combate ao governo. Almeida escreveu Por que Lula? e A cabeça do brasileiro, livros que o governador de São Paulo afirma ter lido em suas madrugadas insones.
sábado, 20 de março de 2010
Teoria conspiratória começou cedo
Venho recebendo emails com conteúdo similar, acusando a grande imprensa de se organizar para atacar Lula-Dilma, logo após o encontro organizado pelo Instituto Millenium. O que recebi hoje subiu o tom. Confesso que este jogo político que virou torcida de time de futebol em final de campeonato é o que há de pior e frustrante na ação política. Mesmo porque PSDB X PT não é um daqueles clássicos para marcar a vida de alguém. Mas vou reproduzir para ficar registrado na memória deste blog. Se esta orientação tiver algum dado de verdade é caso de internação de donos e editores dos jornais (recuperaria a teoria sobre QI em virtude de estar abaixo do plausível para um ser humano. Sendo mentira, a mesma análise deve ser registrada para o "gênio" que estaria plantando e disseminando a teoria evolucionista ao contrário.
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3 comentários:
Prezado Rudá, trata-se apenas de mais uma teoria da conspiração. Os videos do encontro do Millenium estão em nosso canal do YouTube (por enquanto alguns, em breve, todos) para quem quiser conferir tudo o que foi dito pelos palestrantes.
Cristina Camargo - Editora do Instituto Millenium
Pois é. Em ano de eleição é esta boataria.
Rudá,
pode ser boato ou não. Mas o que a grande mídia faz em desinformação e ataques, não parece deixar dúvidas.
Envio abaixo um texto do Nassif. Você já deve ter lido, inclusive sua repercussão.
Mas em ano eleitoral tem boataria e Instituto Millenium, que não é demo, mas é de direita assumida, que os digam seus conhecidos membros.
"A guerra política sem quartel
Luis Nassif
Em Observação
No dia 29 de dezembro passado recebi e-mail de um leitor, com informações sobre a guerra política a ser deflagrada este ano pela Internet.
Segurei as informações que me foram passadas, até ter uma ideia mais clara sobre os desdobramentos e conferir se as informações se confirmariam. Aparentemente estão se confirmando.
No final do ano passado, a FSB – empresa de assessoria de comunicações – foi incumbida pelo governador José Serra de preparar a guerra política na Internet, especificamente nas redes sociais. A empresa tem um contrato formal com a Sabesp e, aparentemente, outro com a Secretaria de Comunicação. Pensou-se em um terceiro contrato, com o Centro Paula Souza. Debaixo desses contratos, encomendou-se o trabalho.
Houve reunião em Brasília e a coordenação foi entregue ao jornalista Gustavo Krieger.
A primeira avaliação foi a de que a campanha anterior, pela Internet, tinha sido muito rancorosa e afastado o eleitorado. A nova estratégia consistiria em desviar os ataques para blogs críticos de Serra. Inicialmente, definiram-se quatro blogs: este, o do Paulo Henrique, o do Azenha e o da Maria Frô. Pessoas que tiveram acesso às informações da reunião não conheciam o da Maria Frô e estranharam sua inclusão. Mas quem incluiu conhecia.
Indaguei se, eventualmente, não poderia ser um monitoramento das análises, para se produzir argumentos contrários. Mas a fonte me garantiu que a ideia seria preparar ataques contra os quatro blogs através de um conjunto de blogueiros e twitteiros arregimentados na blogosfera: os «mercenários», como a fonte os definia.
O trabalho preliminar teria doze pessoas de escritórios de diferentes lugares do país. Durante o ano, a equipe seria enxugada, mas seriam mantidas cinco pessoas permanentemente dedicando-se à ofensiva contra esses blogs e outros que estavam em fase de avaliação. Haveria também a assessoria do ex-chefe de gabinete da Soninha – que está sendo processado por montar sites apócrifos injuriosos – e que se tornou o twitteiro de Serra.
Coloco a nota “em observação” porque, antes, busquei informações sobre Krieger e recebi avaliações positivas dele. Fica a ressalva.
Mas movimentações recentes em Twitters e Blogs indicam uma grande coincidência com o que me foi relatado. Especialmente o fato de parte relevante dos ataques contra os demais blogs estarem sendo produzidas justamente pelo assessor de Serra.
Lembro o seguinte: uma hora a guerra acaba. Passadas as eleições, os comandantes ensarilharão as armas e celebrarão a paz. Sobrará para os guerreiros contratados, que poderão ter sua imagem manchada indelevelmente. E, especialmente, para quem trabalha com comunicação corporativa."
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