domingo, 10 de agosto de 2008

Processo contra coronel Ustra


O tema dos crimes cometidos durante a ditadura militar toma corpo. Não deixa de surpreender, já que o Brasil decidiu fazer uma transição “branda”, fugindo da opção de nossos vizinhos (Argentina, Uruguai e Chile). Mas vejam esta nova notícia que acabo de receber. No próximo dia 12, terça-feira, às 12h (meio dia), no Tribunal Justiça de SP será julgado o recurso movido pelos advogados de Coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, relativo ao processo que a família do jornalista Luiz Eduardo Merlino - assassinado após torturas, em 1971, no Doi-Codi - move contra o coronel. Dia 29 de julho, um desembargador já votou a favor do recurso de Ustra. Outros dois votarão no dia 12. Caso esses dois desembargadores também votem pela extinção da ação, caberá recurso no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), o que irá levar muito tempo. A ação, movida pela irmã do jornalista, Regina Merlino Dias de Almeida, e sua ex-companheira, Angela Mendes de Almeida, tem caráter apenas declaratório, ou seja, busca somente o reconhecimento pela Justiça brasileira de que Ustra é responsável pela morte de Merlino. Mesmo que seja considerado culpado ao final do processo, o coronel reformado, que vive em Brasília, não será preso e nem pagará qualquer tipo de indenização. Ustra, conhecido como coronel Tibiriçá, foi comandante do Doi-Codi entre 1970-74, período em que calcula-se ter ocorrido cerca de 40 mortes e 502 casos de torturas.

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