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Duas pesquisas divulgadas hoje demonstram o quanto é difícil distinguir, na política, o que é circunstancial e efêmero e o quanto é estrutural. Primeiro, a pesquisa DATAFOLHA, que indica que Lula atingiu 49% de popularidade na cidade de São Paulo, se tornando o maior cabo eleitoral da cidade. Pouco mais de metade dos que aprovam seu governo afirmam que votarão em Marta Suplicy. Nas últimas eleições presidenciais, Lula amargou a rejeição dos paulistanos.
A outra pesquisa, também divulgada hoje, é a que indica uma vantagem de oito pontos de Barack Obama sobre John McCain (49% contra 41%, pesquisa Gallup). A pesquisa foi realizada enquanto ocorria a convenção do Partido Democrata, em Denver. Um dia antes da convenção, Obama aparecia atrás de McCain, nas intenções de voto.
A política vai se tornando, de fato, um produto instável, fatalmente dependente do marketing. A representação social se dilui a cada dia, por meio da política oficial. Os movimentos sociais e organizações populares, ainda que muito debilitados, ainda mantêm o antigo vínculo de representação. Mas o mecanismo eleitoral de massas, num mundo da informação instantânea e alta volatilidade (tanto no emprego, como no mercado de negócios, quanto na produção tecnológica, nos hábitos e comportamentos) sugam a relação estável de confiança entre candidato e eleitor. A política formal aproxima-se dos jogos Olímpicos: nada parece certo e uma fração de segundo altera a vida e o esforço de quatro anos de preparação.
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