quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Lévi-Strauss vai fazer 100 anos em novembro


Lévi-Strauss foi leitura obrigatória quando estudei na PUC-SP, no início dos anos 80. A leitura de seus textos era instigante. Seja pelo desafio da teoria estruturalista, seja pelo método etnográfico (etnológico), seja pela maneira elegante de escrever e polemizar, como num pequeno e ambicioso texto sobre Raça e História (onde sugeria que o tempo é pensado e sentido de maneira peculiar por cada cultura, não havendo evolução, mas tempos com lógica própria). Bourdieu afirmava (lembra Hilan Bensusan, professor de filosofia da UnB) que a política de Sartre era a do pensamento amplo com vocação para o que tem grande significado macroscópico enquanto a política de Lévi-Strauss estava no detalhe, na escolha do seu objeto. Para Bourdieu, a etnologia de Lévi-Strauss é um enorme manifesto anti-racista. Nem o estruturalismo simplório de Althusser, nem o discurso meramente estético pós-estruturalista conseguiram diminuir a contribuição de sua obra.

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