quarta-feira, 1 de julho de 2009

Sarney na corda bamba


Com a retirada de apoio do DEM, a situação de Sarney se complica. O jogo, contudo, continua muito imprevisível.
Primeiro, por conta do processo de decisão do DEM. Se não retirasse o apoio ao Sarney (seu desde sempre aliado), deixaria o PSDB e PSOL isolados no ataque ao Sarney. Pensando em 2010, a situação se complicaria, porque deixaria o PSDB isolado como anti-lulismo, o que poderia roubar muitos votos dos democratas (que já estão bem anêmicos). Esta retirada de apoio, contudo, não deve ter sido emocionalmente fácil.
Segundo, Sarney está efetivamente se isolando, mas possui dois trunfos. Um deles é o apoio de Lula, que está criando uma saia justa na direção do PT. Mas o outro trunfo atende pelo nome de "tempo". E essa parece ser a tática de momento de Sarney. Ele tenta antecipar o recesso e ganhar tempo, apostando que o tema vá perdendo espaço. O processo de afastamento é bem lento: a) o PMDB terá que indicar seus representantes no Conselho de Ética. Imagino que se Lula pressionar, não o farão tão já; b) com o Conselho completo, o presidente deste Conselho analisa o pedido de afastamento (apresentado formalmente pelo PSOL); c) o Conselho vota; d) o relator apresenta parecer; e) vai para a Comissão de Constitucionalidade e Justiça; f) é votado no plenário do Senado.

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