sábado, 11 de julho de 2009

O Futuro da América


Comprei o livro O Futuro da América, de Simon Schama, historiador da Universidade Columbia. Schama faz um imenso sucesso. Suas frases de efeito são conhecidas. No FLIP foi um dos grandes nomes. É "obamista". E sabe escrever, como se percebe nas duas passagens que reproduzo a seguir:

"Muitas das pessoas com quem conversei nunca haviam ido a uma convenção, muitas eram independentes (...) Na década de 1830, o hábito de escolhas e votações locais já não se restringia às cidades desafiadoras, mas se estendia até o mundo das fronteiras. Mesmo antes de se tornar um estado, em meados do século XIX, Iowa já tinha esse tipo de encontro em que se misturavam mercados e palanques. Vinha para a cidade, em suas charretes e carroças, agricultores e ferreiros autodidatas, ambiciosos advogados de vilarejos, que examinavam os políticos e suas propostas tão judiciosamente quanto os cavalos e porcos (...)"

"Pessoas que tinham apoiado competidores menos expressivos, já considerados inviáveis, estavam livres para se redistribuir junto com os indecisos no meio da sala. Havia não mais do que talvez uma dúzia deles tentando ouvir as propostas rivais. Mas uma quantidade de apelos cruzava a sala - e, olhando-se para a folia que se desenrolava no canto de Obama, tinha-se a tentação de desertar para aquela que era, em todos os sentidos, a festa mais divertida."

As duas passagens, como se percebe, relatam a analisam levemente o processo eleitoral que levou Obama à Presidência. Na segunda passagem, relata a formação de grupos de apoiadores de cada candidato, no peculiar processo de eleição dos EUA. Relata como indecisos vão se postando, aos poucos, ao lado do grupo de apoio de Obama.
O estilo narrativo é muito atrativo, lembrando Capote. Walter Benjamin já havia destacado este estilo como o mais adequado à historiografia.

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