quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O que será 2009?


Fim de ano, início do exercício Nostradamus.
1) ECONOMIA
O que podemos esperar da economia? Crise, obviamente. O problema é saber o tamanho da crise, principalmente a que afetará o Brasil. O Brasil tem reserva cambial para aguentar o tranco do primeiro trimestre. Também tem juros SELIC para baixar, com sobra. Mas qual será o ritmo da especulação e do estouro da manada? Corte de 20 bilhões do orçamento federal previsto. Mas, sejamos mais honestos: o primeiro semestre não é período de gasto público, muito menos social. Ele só ocorre no segundo semestre. Basta conferir a execução orçamentária. Acredito que o tranco maior será no orçamento municipal, o que aumentará ainda mais o peso do governo federal em todo território nacional, seguido pelo peso dos governos estaduais. O municipalismo vai continuar ladeira abaixo, como ocorre desde os governos FHC. Já sabemos da queda de 25% dos royalties para municípios que sediam bases de prospecção de petróleo; já sabemos do corte de mais de 4,5 bilhões de transferência de recursos federais para os municípios; já sabemos da queda de arrecadação nas regiões afetadas pelo dilúvio deste final de ano.
2) POLÍTICA: o que esperar da política nacional? Um jogo de cena cada vez mais apertado. Aécio, hoje, é candidatíssimo ao Senado. Mas tentará ficar no páreo da sucessão de Lula até o final. Pelo estilo racional de Serra, possivelmente vai jogar no seu próprio Estado (ainda mais com 5 bilhões extras da venda da Nossa Caixa, que quase dobra o recurso para investimento em época de crise). Mas não acredito que fará qualquer enfrentamento com Aécio ou Lula. O tempo corre, possivelmente, a seu favor. Dilma fará marola, como gosta o chefe Lula. E Lula continuará jogando balão de ensaio, aparecendo o mais possível na grande imprensa e fazendo charme com seu índice de popularidade que o transforma em grande cabo eleitoral de 2010 (não necessariamente de um petista). Vai continuar cercando o PT e o PSDB e desconstruindo o DEM. De resto, deverá fazer pequenas aproximações junto aos movimentos sociais e entidades populares, apenas para se certificar da amarração política que construiu no país. Minas Gerais reproduzirá a disputa interna dos tucanos no campo petista: Patrus e Pimentel continuam travando uma guerra surda nos bastidores da política. A última plenária do deputado André Quintão (ligado a Patrus) foi o início de campanha eleitoral estadual.
Volto mais tarde, após recarregar a bola de cristal.

Nenhum comentário: