sábado, 27 de dezembro de 2008
A classe média emergente no Brasil
Desde agosto deste ano, quando o Centro de Políticas Sociais (CPS/IBRE/FGV) lançou o estudo "A Nova Classe Média" (vide www.fgv.br/cps/classemedia) este tema ganhou relevância na análise sociológica brasileira. A renda da parcela da classe C subiu 22,8% de abril de 2004 a abril de 2008. Neste mesmo período, a renda de nossas classes A e B subiu 33,6%. O estudo partiu de duas perspectivas na classificação das classes. Uma primeira épela análise das atitudes e expectativas das pessoas, baseada em George Katona, psicólogo behaviorista. O combustível seria o anseio de subir na vida; o lubrificante seriao ambiente de trabalho e negócios. Neste sentido, o Índice de Felicidade Futura (IFF) é alto no Brasil. A segunda forma de definir as classes econômicas E, D, C, B e A é pelo potencial deconsumo. O Critério Brasil usa acesso e número de bens duráveis (TV, rádio, lava-roupa,geladeira e freezer, vídeo-cassete ou DVD), banheiros, empregada doméstica e nível deinstrução do chefe de família. Desde 2002, a probabilidade de ascender da classe C para a classe A nunca foi tão alta, e a de cair para a classe E nunca foi tão baixa como agora. A classe C é a classe central, abaixo da A e B e acima da D e E. A nossa classe C sobe de 42% para 52% agora. Segundo o Pew Institute, 53% dos norte-americanos se consideram classe média. O novo Critério Brasil classificava em 2005 cerca de 43% dos brasileiros de classe C, próximos dos 42% de 2004. A faixa C central está compreendida entre os R$ 1.064 e osR$ 4.561, a preços de hoje na Grande São Paulo. Os estudos internacionais variam o limite superior mensal de classe média de US$ 6 mil (Banco Mundial) a US$ 300 (Barnajee & Duflodo MIT), passando por US$ 500 (Goldman Sachs). O nosso está dentro dos limites deles, que variam muito entre si.
O que importa é compreender que grande parte desses "emergentes" são oriundos de famílias tradicionalmente pobres. Não possuem, portanto, a mesma lógida, representação e imaginário dos tradicionais "formadores de opinião" tão empregados pela grande imprensa tupiniquim. Lêem pouco, desconfiam dos jornais e revistas e são muito pragmáticos (pouco filosóficos ou ideologizados). É muito importante compreender este fenômeno sociológico brasileiro. Acredito ser o tema mais importante deste início de século para nós, sociólogos.
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