segunda-feira, 31 de março de 2008
Crise nos EUA, FED e Keynes
Primeiro, J. Bradford DeLong, professor de Economia na Universidade da Califórnia em Berkeley, e ex-assistente do Secretário do Tesouro dos EUA (governo Clinton), escreve um artigo cujo título é "A cura keynesiana". O artigo começa assim:
"Não é possível sentenciar de antemão que a economia mundial se submeterá a uma sólida recessão nos próximos três anos: ainda poderemos escapar. Os governos, porém, devem se precaver, começando a tomar mais providências agora para amortecer, suavizar e reduzir o período de desemprego elevado e de crescimento lento ou negativo, que agora parece muito provável. (...) Talvez a melhor forma de analisar a situação seja recordar que três locomotivas propulsionaram a economia do mundo ao longo dos 15 anos passados. A primeira foi investimento pesado, centrado nos Estados Unidos, graças à revolução da tecnologia da informação. A segunda foi investimento em construções, mais uma vez centrado nos EUA, puxado pela forte expansão do setor habitacional. A terceira foi investimento no setor manufatureiro nos demais lugares no mundo - predominantemente na Ásia - num momento em que os EUA se tornaram o importador de última instância da economia mundial. (...) A primeira locomotiva, no entanto, ficou sem combustível há sete anos, e não existe nenhum setor importante alternativo claro movido a tecnologia, como o de biotecnologia, que possa inspirar uma exuberância comparável, racional ou não. A segunda locomotiva começou a dar sinais de fadiga há dois anos e agora está quase parando, o que significa que a terceira - os EUA como importadores de última instância - também está perdendo velocidade: o dólar fraco associado ao colapso do financiamento habitacional torna desvantajoso exportar para os EUA."
Agora, ficamos sabendo que o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, apresentou oficialmente nesta segunda-feira um vasto projeto de reforma da regulamentação financeira, o maior desde a Grande Depressão dos anos 30, atribuindo sobretudo uma missão muito maior ao banco central, mas os críticos se questionam o alcance real das medidas anunciadas. Os principais pontos são: a) maior poder ao FED (Banco Central dos EUA) para fazer vistorias em todo sistema financeiro; b) cria um escritório nacional para fiscalizar seguradoras (um dos vilões da atual crise); c) criar comissão para regular o setor de hipotecas.
domingo, 30 de março de 2008
Camponeses Chineses
A editora Record publicou o livro O Segredo Chinês: Milagre Econômico e a Vida Rural na China de Hoje, escrito por Chen Guidi e Wu Chuntao. Lançado há quatro anos na China, em apenas um mês o livro vendeu mais de 150 mil cópias, antes de ser subitamente retirado das prateleiras das livrarias pelas autoridades chinesas em março de 2004. Depois disso, apenas edições piratas estavam disponíveis na praça, e 7 milhões de cópias foram vendidas em toda a China. A vida dos camponeses da China é uma exposição da desigualdade e injustiça forçadas sobre o campesinato chinês, que soma cerca de 900 milhões de pessoas. Segundo os autores: "nosso livro descreve o círculo vicioso que aprisiona os camponeses da China, onde impostos injustos e atitudes arbitrárias — ou total descaso da parte das autoridades — às vezes resultam em extrema violência contra eles." Um dado: a renda média urbana na China é de 1.941 dólares (ao redor de 3.367 reais) e a rural é de 583 dólares (ao redor de 1.011 reais).
sábado, 29 de março de 2008
Marta e Dilma: tudo a ver?
Segundo o Datafolha, Marta aparece com 29%, em empate técnico com o tucano Geraldo Alckmin, que tem 28%, um ponto percentual abaixo do registrado no levantamento anterior (fevereiro). Até então, o tucano tinha "leve vantagem", diz o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino. "Hoje, não existe mais", diz. Mas a simulação de segundo turno continua dando vitória de Alckmin sobre Marta (53% a 41%). O interessante é que Marta figurava como candidata à sucessão de Lula e foi dinamitada publicamente, passando de quase-Ministra da Educação, para quase-Ministra da Previdência, terminando como Ministra do Turismo. Agora, a bola da vez é Dilma Rousseff. Lula infla o nome de uma ministra com pouca expressão pública, desconhecida das grandes massas. Qual seria o Plano B de Lula para Dilma?
Entidades ruralistas da Argentina decidem continuar a pressão
Seminário Nacional da Cáritas em BH
Na segunda e terça-feira desta semana ocorrerá em Belo Horizonte o seminário nacional do Programa de Defesa e Promoção dos Direitos da Infância, Adolescência e Juventude. Eu farei a análise de conjuntura temática para as entidades presentes. Temos alguns problemas graves nesta área, tais como:
a) 273 mil crianças e adolescentes do país, entre 5 e 17 anos sofreram acidentes ou doenças de trabalho em 2006;
b) São, ao todo, 5 milhões de brasileiros nesta faixa etária que trabalham. Portanto, 5,5% do total de trabalhadores infantis sofreram acidente, o dobro do índice de trabalhadores adultos acidentados ou com doenças originárias do trabalho;
c) Os programas federais conseguiram retirar apenas 8 mil crianças do trabalho infantil, em 2007;
d) Até 17 anos de idade, 75,8% estão na escola. Contudo, dos que não freqüentam escola, 20,4% afirmam que precisam ajudar nos afazeres domésticos ou trabalhar para ajudar no orçamento familiar;
e) As desigualdades regionais persistem, assim como as desigualdades entre o meio rural e as cidades: Média de anos de estudo (acima de 15 anos): 4,3 no campo e 7,6 na cidade ou Analfabetismo: 24,1% no campo e 7,8% na cidade.
As políticas federais são ambivalentes porque trata-se de um governo ideologicamente ambivalente. Um dos grandes desafios é armar uma rede de conselhos de direitos da criança e adolescente (71% dos municípios brasileiros, segundo o IBGE, possuem um conselho desses), articulados e com projeto político definido.
A casa está caindo (para Hillary Clinton)?
Resistência de grupo de Patrus à aliança PT-PSDB
Do boletim eletrônico do deputado estadual mineiro André Quintão, próximo ao ministro Patrus Ananias:
"Diante da resistência ao diálogo por parte do grupo que vem conduzindo o processo de aliança com o PSDB e definição dos candidatos à sucessão municipal de Belo Horizonte, lideranças expressivas do PT decidiram não participar dos Encontros Regionais no domingo, dia 30. Nesse dia, as nove Regionais do partido em BH vão eleger delegados ao Encontro Municipal do dia 6 de abril, quando será votada a tática eleitoral (coligação e escolha dos candidatos majoritários) para a sucessão de BH. Segundo o deputado André Quintão, participar significaria apenas legitimar um processo que não condiz com os valores democráticos do PT. “Uma aliança pressupõe um acordo sobre metas e prioridades de governo. Mas o que tivemos foi a apresentação de candidatos, sem aprofundamento do debate”, explicou. Entre as lideranças que têm criticado o processo, estão também os ministros Patrus Ananias e Luiz Dulci, o presidente do PT Estadual, deputado Reginaldo Lopes, parte da bancada federal e os vereadores Carlão Pereira e Arnaldo Godoy."
sexta-feira, 28 de março de 2008
Jovens e uso de álcool nos EUA
Estado Plurinacional no Equador
Reproduzo algumas passagens do artigo escrito por Kintto Lucas sobre uma das mudanças previstas na Constituição do Equador:
"Un tema polémico pero relevante en el debate de la nueva Constitución es la posibilidad de declarar al Ecuador como Estado Plurinacional Unitario, propuesta elaborada hace muchos años por la Confederación de Nacionalidades Indígenas del Ecuador (CONAIE), y antes apoyada por ciertos sectores y personas que hoy se muestran contrarios debido a intereses políticos bastante mezquinos o a resentimientos. Hagamos un poco de historia. En 1986 se realizó en el Congreso ecuatoriano la primera propuesta de cambios constitucionales, presentada por intermediación del Partido Socialista, que incluía la declaración del Ecuador como Estado Plurinacional, el reconocimiento del quichua como lengua nacional oficial, el reconocimiento de las tierras ancestrales, el reconocimiento de la medicina indígena, el nombramiento de autoridades indígenas y la promoción de la educación intercultural bilingüe. Aunque este proyecto no fue aprobado, marcó pautas hacia el futuro en la propuesta política del movimiento indígena. (...) El Ecuador sigue los modelos de las revoluciones francesa y norteamericana, que están basados en el estado de libres ciudadanos que viven en ‘libertad e igualdad’. También se marca la homogeneidad, ya que todos los ciudadanos tienen que ser culturalmente iguales y ahí empieza el problema."
quinta-feira, 27 de março de 2008
Governo argentino vai para o enfrentamento
Bem na Fita
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou avaliação positiva de 58% em março deste ano, segundo pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quinta-feira. O índice é o mais alto desde março de 2003, primeiro ano de Lula na Presidência da República. Somente 11% dos entrevistados avaliaram o governo federal como ruim ou péssimo, enquanto 30% consideraram a condução do governo como "regular".
Notícias da Argentina
De um amigo que descreve o clima no interior da Argentina, hoje, quinta-feira:
"Você passa nas estradas e só vê camionetona parada. Tudo começou com uma questão de exportação de soja mas está muito ideologizada. Na Plaza de Mayo aparecem os "moradores de Recoleta" batendo panela, e aí para acabar com isso aparecem os "piqueteros K" - Luis D'Elia e o tal de Poyano (sindicato caminhoneiros). ontem a noite estávamos chegando aqui em Tucuman e vimos dois grupos de adolescentes bem vestidos batento panela e indo pra praça central, onde teve manifestaçoes ontem e anteontem. Está faltando alimento nos supermercados porque não deixam passar os caminhões. Mas agora a pouco começaram a falar na TV que haverá uma trégua e início de negociações."
Patrus, PT e PSDB: mineiros
Lançado como contra-ataque à aliança do PT com o PSDB de Belo Horizonte, o ministro Patrus Ananias rejeita sua possível candidatura à prefeito da cidade, em outubro. Por sua vez, Lula nega apelo para convencer Patrus a assumir tal candidatura. Enfim, parece que tudo se resume num fantástico jogo de cena, em que a aliança "estrela tucana" (ou "tucano estrelado") já está praticamente definida. Patrus, por sua vez, é conhecido no interior das montanhas mineiras, como alguém que é por demasiado cauteloso. Se preserva como ninguém. Falta garra política. Não aceita dividir uma bola. Assim, desarma toda sua imensa liderança e apoio difuso. Seus apoiadores mais próximos possuem o mesmo traço de personalidade política. É disto que Fernando Pimentel (prefeito de BH e pai da aliança com o PSDB) se alimenta: da certeza de ausência de real oposição à aliança.
Panelaço na Argentina
Nos dias em que estava na Argentina, presenciei o início da manifestação dos produtores rurais contra a retenção de exportação de produtos agrícolas anunciada pelo governo federal (ver notícia neste blog). Daí por diante, a manifestação de um setor da economia argentina envolveu muita gente e chegou às ruas, agora com panelaços. As manifestações incluem a revolta contra a inflação de até 20% segundo analistas independentes e de 8% segundo fontes oficiais e a falta de abastecimento de produtos básicos, como a carne e o leite, além da a falta de segurança. O jornal Pagina 12, em matéria cujo título é "Caliente, Caliente", afirma que o governo federal prepara convocatória massiva na Plaza de Mayo para a próxima semana. Enfim, o confronto de rua, que já toma Buenos Aires e várias cidades argentinas, vai continuar.
quarta-feira, 26 de março de 2008
Crianças Abandonadas, por Cecília Meireles
"Não há muitas coisas emocionantes como uma criança abandonada. E é curioso que, quando, por um lado a abandonam, por outro surgem logo criaturas caridosas que se oferecem para a proteger. E aqueles mesmos que abandonam umas protegem outras, tão complicada é a vida humana e tão difícil de se conter dentro de qualquer interpretação. Há sempre nos indivíduos um desejo maior ou menor de sentirem a sua superioridade. E infelizmente, a maneira mais fácil de o satisfazerem é aplicando-a sobre a inferioridade alheia. Nesse gosto da caridade vai muito do sentimento vaidoso e sensacional de ser maior ou melhor, indiferente à humilhação provocada ou sustentada para esse efeito. Por isso a caridade floresce tanto, e é de tão ruim espécie, e produz resultados tão deploráveis. (...)"
Ainda sobre aliança eleitoral de PT e PSDB (para quem não acreditava em Papai Noel)
Passagem de artigo escrito por Jarbas de Holanda:
"Não é a reprodução em Belo Horizonte de uma aliança entre o PSDB (do governador Aécio Neves) e o PT (do prefeito Fernando Pimentel) que o diretório nacional petista quer condicionar a uma chancela ou decisão final sua (enquanto articulará resistências locais), já que não pode impedi-la a priori. Composição semelhante, e na escala estadual mais ampla, era praticada no Acre até ser impedida pela regra da verticalização aplicada na disputa presidencial de 2002. Sem a vigência da verticalização, ela vem sendo trabalhada para o pleito de Salvador pelo governador Jacques Wagner, como antecipação de apoio que poderá dar ao tucano Antonio Imbassaí, se este passar a um 2º turno com o candidato do DEM, ACM Neto. E deverá ser aplicada este ano em centenas de municípios de vários estados em coligações até com o ex-PFL."
Rio de Janeiro cortou verbas para combate à dengue
A Folha de S.Paulo revela que o Estado do Rio de Janeiro reduziu em 48% a previsão de gastos para combate à dengue neste ano. A prefeitura de Cesar Maia não planejou nenhuma ação direta ou programa nesta área. Na biografia de Carlos Lacerda, escrita or John Dulles, retrata o Rio dos anos 60 como uma terra devastada pelo desgoverno, com déficits em serviços de transporte, habitação, saúde pública, ensino e telefones, falta de água e energia elétrica. Marc de Lacharrière escreveu que o Estado era vítima de incapacidade governamental. Voltamos no tempo?
terça-feira, 25 de março de 2008
Pimentel no olho dos outros é refresco
Dengue no Rio de Janeiro
A dengue já matou em 2008 quase cinco vezes mais do que na última epidemia no estado do Rio de Janeiro, segundo estatísticas divulgadas pela Secretaria Estadual de Saúde. Em 2002, foram 91 mortes para 288.245 casos. Neste ano, 48 pessoas já morreram, em menos de 32.615 casos, enquanto outras 49 mortes suspeitas estão sendo investigadas. Ontem, o governo federal anunciou a contratação temporária de 661 profissionais de saúde e a abertura de 119 leitos para combater a epidemia.
sexta-feira, 21 de março de 2008
Escola em tempo integral em São Paulo
A escola em tempo integral está banalizada no Brasil. É prevista na LDB e, nos países onde foi implantada, cria um trabalho de tutoria no segundo turno, onde alunos são atendidos individualmente ou em pequenos grupos, trabalhando questões pessoais e existenciais, ou trabalhando atividades solidárias, tendo como foco a formação moral. No Brasil, transforma-se em "escola integrada", onde o segundo turno é ocupado por um "shopping" de atividades desenvolvidas em conjunto com outras secretarias de governo (saúde, cultura, o que estiver á mão). Um absurdo pedagógico. Não é de estranhar, portanto, o levantamento realizado pela Folha com base nos dados do Saresp 2007 (exame aplicado pelo governo paulista) que revela que, das 60 escolas com período integral na capital, apenas quatro tiveram notas superiores às médias das demais unidades de suas regiões. Esses resultados referem-se à prova de matemática de 4ª e 8ª séries. O panorama foi semelhante em língua portuguesa. Conforme a reportagem, o programa Escola de Tempo Integral foi lançado no início de 2006 pelo então governador Geraldo Alckmin (PSDB) e elevou a jornada diária de cinco para nove horas. Ele é elogiado pelos educadores, porém é criticado pela forma como foi implementado. A principal reclamação é a de que não houve planejamento para as atividades extras nem uma melhoria da estrutura física das escolas.
quarta-feira, 19 de março de 2008
Colômbia perdeu a disputa diplomática
O embaixador da Colômbia na OEA, Camilo Ospina contestou o secretário-geral da organização durante entrevista à rádio Caracol por Isulza ter exigido o pedido de desculpas durante a negociação do texto que terminou na madrugada de terça para quarta-feira desta semana. A declaração final da OEA rechaçou a invasão militar colombiana no território equatoriano para perseguir e matar guerrilheiros das FARC. Foram 14 horas de negociações para finalizar a declaração final da OEA sobre o tema. O texto final foi produzido pela delegação brasileira. Os termos "terrorismo" e "legítima defesa", propostos pelos EUA e Colômbia, foram recusados. Colômbia conseguiu introduzir uma alusão à cooperação na luta contra grupos irregulares e ao narcotráfico. Analistas destacam que a teoria da "guerra ao terrorismo" foi derrotada, ao menos neste momento, na América Latina, refutando as propostas de George Bush.
Marxismo nos EUA
A revista Cult (edição 122) publica um breve balanço dos neo-marxistas norte-americanos. Ruy Braga, organizador do dossiê, destaca David Harvey, Mike Davis, Fredric Jameson, Erik Olin Wright e Michale Burawoy. Harvey e Jameson são os mais conhecidos no Brasil, em virtude dos estudos sobre a pós-modernidade. Mike Davis, contudo, deveria ser mais lido. Seus estudos sobre as cidades na era globalizada são interessantíssimos. "Cidades Mortas", publicado pela Record em 2007, tem tudo para ser uma espécie de clássico. "Planeta Favela", publicado pela Boitempo em 2006 é tão instigante quanto o título. Davis é membro da New Left Review e é professor de História na Universidade da Califórnia. O dossiê poderia ser um pouco mais objetivo, menos opinativo e mais descritivo, apresentando melhor os autores. Mesmo assim, é um artigo raro no Brasil e vale a pena.
Eu e Che
domingo, 16 de março de 2008
O Brasil pelos argentinos
Senti, desta vez, o pessimismo dos argentinos. A crise do início do século XXI e a força econômica do Brasil parece que mexeram com a auto-estima deste fantástico país. Os jornais argentinos destacam que até 2050, Brasil, China, Rússia e Índia serão as principais potências mundiais, ao lado dos EUA (mas, destacam, que os EUA serão importantes por pura inércia). A esquerda argentina é excessivamente dividida. Mesmo as organizações populares. Desconfiam umas das outras. E é muito forte a referência ao peronismo, o que institucionaliza toda a política. Política é coisa de partido ou sindicato. Não da rua, que seria outra coisa, uma pré-política. Os piqueteros (movimentos de desempregados que tomavam as ruas), as "madres", o movimento de direitos humanos, as assembléias populares e o movimento de trocas de serviços e mercadorias (ajuda mútua, durante o período mais bravo da crise econômica) não conseguiram se firmar, criar uma rede nacional, criar um projeto político. Os movimentos sociais, ao contrário do Brasil, não se transformaram em organizações poderosas (como o MST, no caso brasileiro). É uma pena, mas também uma oportunidade. Tudo pode ser construído por aqui.
A ilustração desta mensagem é de Florencio Molina Campos, que nasceu em 1891, um artista plástico que retratou o mundo gauchesco argentino.
sábado, 15 de março de 2008
Casa de Che Guevara e final das oficinas em Córdoba
Visitamos a casa onde morou Che Guevara, numa cidade próxima de Córdoba, tranquila, muito bonita, com um belo mosteiro jesuíta. A casa se transformou num museu, que foi visitado recentemente por Chávez e Fidel. As cartas de Che para sua família são o ponto alto. Mas há roupas, poesias, trajetos de suas viagens, uma réplica de sua famosa moto. Uma carta de Che inicia com a frase "escrever e ler é caminhar pelo mundo".
Hoje terminamos a oficina sobre educação popular e democracia participativa. Iniciamos com a construção da "Linea del Tiempo" da história política da Argentina. O peronismo e os anos 80 são absolutamente paradigmáticos e geram grandes discussões políticas. A educação popular é um tema estudado, mas pouco aplicado. As viagens pela América Latina geram uma sensação de estar junto a algum familiar distante. Somos parecidos, mas diferentes. E há um forte sentimento de solidariedade que acaba nos envolvendo. Parece que temos um pai comum. Mas quem seria este pai?
sexta-feira, 14 de março de 2008
Debate na Radio Nacional de Córdoba
Ontem à noite, dei uma palestra e debati o tema "Cidadania Ativa e Reforma Política". Muitas lideranças e representantes do parlamento da Província de Córdoba, além de várias ongs. Foi muito interessante. O tema, para alguns, é "coisa de brasileiro". Temos este "marketing" e ainda nem nos demos conta. Muitas das idéias de Paulo Freire (sobre o educador que estimula a participação e o educador que lidera), além de instrumentos de co-gestão pública e de órgãos paritários de Estado, chocam-se com a história da Argentina, fortemente marcada pelo peronismo. Como começar? Um presente me disse que a Argentina são muitas e o Brasil é mais unitário. Imaginem! O Brasil unitário? Uma mescla imensa de culturas, classes, frações de classe, religiões, quase-dialetos, etnias. Mas, logo cedo, recebi vários emails de argentinos que estiveram lá. Vou reproduzir, abaixo, um deles. É possível construirmos uma rede latino-americana de democracia participativa e educação para a cidadania ativa. Mas temos que ser quase missionários. Ouvir e falar muito. Lá vai o email que prometi:
"Estimado Ruda Ricci: me llamo Oscar M Pettina, soy director de un Centro Educativo que realiza sus actividades junto a una comunidad empobrecida de las afueras de Córdoba capital, en Argentina. Nuestra experiencia educativa desde su inicio en 2002 se vinculó como opción pedagógica a la educación popular. somos una comunidad de maestros muy dedicados a nuestra tarea y considero que sería muy interesante mantener contyacto con ud y con otros educadores que buscan re pensar las prácticas educativas en las que hemos sido formados, etc.
Un abrazo. Oscar M Pettina
quinta-feira, 13 de março de 2008
42% dos brasileiros acima da classe média são favoráveis à tortura
42% dos brasileiros que ganham acima de R$ 2 mil e 40% dos que têm curso
superior são favoráveis ao uso da tortura, segundo revela Pesquisa sobre Valores e Atitudes da População Brasileira, realizada pelo Ibope e a agência Nova S/B e publicada ontem em O Globo. Se 42% dos que ganham mais do que 5 salários mínimos apóiam a tortura, o índice cai para 19%, entre os que ganham menos de um salário mínimo. Esta é a elite econômica e educacional do país. Uma demonstração clara de como nosso projeto educacional falhou, fracassou. E o que diz o PAC da Educação de Fernando Haddad a respeito?
Paro rural y Córdoba
O governo argentino anunciou retenção (flexível) da exportação de alguns produtos agrícolas para desvincular os prços internos dos externos (que andam pelas alturas). A reação dos grandes produtores rurais foi forte e anunciaram uma greve/parada de 48 horas. É interessante como não vemos mais reações ou políticas deste tipo no Brasil. De outro lado, um juiz federal, que vinha julgando ação contra militares envolvidos com tortura durante a ditadura militar, renunciou à causa após forte pressão do governo federal, que afirmava que ele não se empenhava. O bate-boca foi intenso. O juiz dizia que nem na ditadura um governo tinha tanta ingerência junto ao Poder Judiciário e ministros afirmavam que ele deveria renunciar. Não deu outra.
Já estou em Córdoba, onde Che Guevara viveu (para cuidar de sua saúde, já que nasceu em Rosário). Visitarei a casa dele (que Fidel também visitou, passando o pé em mim) amanhã. Córdoba é a segunda cidade da Argentina, clima seco, cidade de apoio para turismo em Serras. Disputa quase tudo com Rosário. Chega a ser engraçado: de número de habitantes, à paternidade de Che Guevara. Possui cinco grandes universidades e têm mais de 1 milhão de habitantes. A FIAT do Brasil criou uma crise de economia aqui, quando transferiu daqui para Betim alguns dos produtos dela. Agora, a cidade parece viver cercada de soja.
quarta-feira, 12 de março de 2008
Rosário, Argentina
Estou na terra em que nasceu Che Guevara. E das bicicletas pretas pintadas por Fernando Traverso nas paredes da cidade. A foto que vê ao lado é de uma das bicicletas pintadas por este artista plástico que a partir de 2001 resolveu pintá-las pelos muros de Rosário, como protesto e lembrança dos 350 rosarinos desaparecidos durante a ditadura militar. A inspiração veio do dia em que um amigo seu foi preso, deixando acorrentada a uma árvore a sua bicicleta. Este amigo nunca mais reapareceu. Rosário já teve uma "praça de touros", em virtude no imenso número de espanhóis que migraram para cá. Foi a primeira cidade a hastear a bandeira argentina. Possui ao redor de 1 milhão de habitantes, terceira cidade mais populosa do país, muito moderno e sofisticada. É a principal cidade da província de Santa Fé. Cidade e província são governadas por forças de centro-esquerda. Aqui existe orçamento participativo. Hoje, nos reunimos na Universidade de Rosário, para iniciar uma rede de parcerias e apoio entre Instituto Cultiva, Universidade de Rosário, Universidade de Córdoba e ações conjuntas de educação popular, democracia participativa e construção da cultura da paz no continente. Nos reuniremos mais uma vez em abril, em Porto Alegre.
terça-feira, 11 de março de 2008
Estou na Argentina
Já estou em Buenos Aires. Nos jornais, a discussão sobre descriminalização dos usuários de drogas e a confirmação que terras equatorianas foram bombardeadas pelo governo colombiano. Amanhã estarei na Universidade de Rosário para apresentar o projeto das Escolas da Cidadania e do OP Criança. De quinta à sábado, desenvolvo oficina sobre princípios da educação popular e controle social, em Córdoba, à convite da Universidade de Córdoba, militantes sociais e Radio Nacional.
domingo, 9 de março de 2008
Campanha contra Privatização da Educação.... no Canadá
Recebo a seguinte (e surpreendente) mensagem vinda do Canadá (em português):
"Caros amigos!
O Sindicato da UQUAM - Université du Québec à Montréal, está realizando uma campanha em defesa da nossa universidade contra a intenção do governo de a atrelar à reorganização neoliberal. Pedimos a todos que entrem no site de nosso sindicato (www.jappuieluqam.org), criado com este objetivo, para assinar uma petição.
Passos para assinatura: basta entrar no site acima (do sindicato da Universidade) e clicar em: "Moi, j´appuie l´UQUAM"
Em seguida, basta colocar seu sobrenome e nome, sua cidade e seu e-mail (o e-mail é necessário para evitar mais de uma assinatura da mesma pessoa).
Professor David Mandel
Département de science politique.
Notícias sobre Uribe e o ataque às FARC
Aos poucos, as notícias sobre a movimentação de Álvaro Uribe, Presidente da Colômbia, para atacar as FARC no Equador vêm à tona. O jornalista Kintto Lucas publica artigo intitulado "Franceses iriam se reunir com Reyes no dia de sua morte", que passo a reproduzir abaixo. Como dizia Alejo Carpentier (por outros motivos) em seu texto Consciência e Identidade da América "os latino-americanos de minha geração cresceram e amadureceram em função do concreto armado":
"Los enviados de Sarkozy a Ecuador, donde estaban con el consentimiento del mandatario de Colombia, Álvaro Uribe, estaban encargados de negociar con Reyes la liberación de la política colombiana y ciudadana francesa Ingrid Betancourt, rehén de la guerrilla de las FARC desde 2002 y cuya suerte desvela a París, según dijeron a IPS fuentes diplomáticas. De acuerdo a esas fuentes, los tres negociadores franceses estaban en una ciudad ecuatoriana cercana al campamento de las FARC (Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia) que fue atacado en la madrugada del mismo sábado por fuerzas colombianas para matar a Reyes, miembro del secretariado y portavoz internacional de esa guerrilla. Los emisarios se dirigían a una reunión con Reyes, que ya estaba muerto, cuando recibieron la llamada de Restrepo advirtiéndoles de no acercarse al punto de encuentro por su propia seguridad, lo que sumió a los franceses en la preocupación. Cuando Colombia anunció la muerte, el gobierno francés, a través de su canciller Bernard Kouchner, no ocultó su disgusto. "Es una mala noticia que el hombre con el que estábamos dialogando haya muerto", dijo Kouchner, al ser consultado por la prensa. El comandante rebelde era el contacto de Francia para las negociaciones que buscan la liberación de Betancourt. El mes pasado, otro enviado de Sarkozy había mantenido una reunión con Restrepo, quien, de palabra, habría apoyado la negociación para obtener la libertad de Betancourt, quien se encuentra muy enferma. El lunes, el presidente de Ecuador, Rafael Correa, sostuvo que el ataque hizo suspender la liberación unilateral en su territorio de 12 rehenes y prisioneros de guerra, parte de un grupo de "canjeables" que las FARC quieren intercambiar por varios cientos de guerrilleros presos. "Lamento comunicarles que las conversaciones estaban bastante avanzadas para liberar en Ecuador a 12 rehenes, entre ellos a Ingrid Betancourt. Todo fue frustrado por las manos guerreristas y autoritarias, no podemos descartar que esta fue una de las motivaciones de incursión y ataque por parte de los enemigos de la paz", había dicho Correa. La lista de quienes cuya libertad se discutía incluiría a los militares colombianos Juan Carlos Bermeo, Raimundo Malagón, Arbey Delgado y Pablo Moncayo y los oficiales de policía Luis Mendieta, Edgar Duarte y Julián Guevara, y el ecuatoriano Marcelino Arreaga. (...)"
A exportação brasileira que a imprensa não vê
Há estudos que revelam que grande parte da pauta da imprensa brasileira é definida por notas oficiais, quase sempre lançadas por órgãos executivos ou legislativos. As investigações são raras e quase sempre dirigidas para fiscalizar os 3 Poderes. Daí uma pauta jornalística congestionada. O que a grande imprensa não vê é a exportação crescente de tecnologia brasileira na área de gestão participativa. A Índia visita com regularidade o Brasil para estudar tanto a atuação de conselhos de gestão pública, como modelos de educação popular e orçamento participativo. As caravanas da cidade de Bangalore (5 milhões de habitantes, maior índice de escolaridade e renda per capita da Índia) são comuns. O mesmo para toda América Latina. Chile, Uruguai e Argentina reproduzem os modelos de orçamento participativo em inúmero municípios, como Talca (Chile), Rosário e Córdoba (Argentina). No início deste ano, o Chile promoveu um encontro nacional sobre experiências de orçamento participativo. O México e Bolívia solicitam programas de cooperação em educação popular. Enfim, já era hora do brasileiro saber desta modalidade de exportação brasileira.
sábado, 8 de março de 2008
Breve História sobre o Dia Internacional da Mulher
A data de 8 de março como Dia Internacional da Mulher começou a ser comemorado em 1910 e foi oficializada pela ONU em 1977, convertendo-se no símbolo de uma longa história de reivindicações como o direito ao voto, a legalização do aborto e, ainda hoje em dia, a igualdade trabalhista. Como muitas datas simbólicas, este Dia se alimenta de várias referências históricas, mas sua origem é difícil de determinar.
A primeira tentativa parece remontar a 1909 através do Partido Socialista americano. A alemã Clara Zetkin propôs, na Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, celebrada em Copenhague, em agosto de 1910, a criação de um Dia Internacional, sem fixar data, dentro das crescentes denúncias de discriminação trabalhista e eleitoral sofridas pelas mulheres nos países industrializados. O dia foi comemorado pela primeira vez em 19 de março de 1911 na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Nessa ocasião, mais de um milhão de mulheres se manifestaram na Europa.
Em 1921, Lênin, o fundador da União Soviética, escolheu essa data em homenagem às operárias e iniciava uma tradição nos países comunistas. Na China de hoje, as trabalhadoras se beneficiam de meia jordada de folga.Nos anos 70, o movimento feminista se apropriou desta data para fortalecer suas reivindicações pela igualdade de direitos políticos e sociais. E, em 1977, a ONU decretou o 8 de março Dia Internacional dos Direitos das Mulheres e pela Paz.
Pantanal Linhas Aéreas vai deixar de operar
A empresa Pantanal Linhas Aéreas vai parar de operar a partir do próximo dia 25. A decisão foi tomada agora há pouco pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). A empresa tinha até hoje para encaminhar uma série de documentos exigidos pela agência. Dentre eles estavam comprovantes de pagamentos de impostos e obrigações trabalhistas além de informações sobre a regularidade técnica e operacional da companhia. Como os documentos não foram entregues, a agência decidiu não renovar a licença de operação da companhia – que vence no próximo dia 25. Apenas três anos depois de ter sido fundada (a empresa foi fundada em 1993), a companhia foi colocada à venda. O negócio só não foi fechado por causa do tamanho da dívida da companhia – cerca de 30 milhões de reais na época, valor considerado alto para uma empresa de aviação regional. Depois disso, a companhia foi analisada pela TAM, que não teria fechado o negócio exatamente pelo mesmo motivo. Parece ser mais um lance da crise do setor que se arrasta.
Impacto no Equador do acordo realizado em Santo Domingo
"Querid@s amig@s:
Como lo destacaron ayer y lo siguen destacando hoy los medios de comunicación en toda América Latina, y como seguirán destacándolo por muchos años los estudiosos de la historia y de las relaciones internacionales y quienes nos negamos a perder la memoria, lo sucedido ayer en la reunión del Grupo de Río en Santo Domingo, fue un acontecimiento insólito, una gratísima sorpresa para América Latina y especialmente para los pueblos de Ecuador, Colombia, Venezuela y Nicaragua. Nadie esperaba que la reunión terminara con pedidos de disculpa, apretones de manos, abrazos y fraternidades. Pocos días antes, al término de la reunión de la OEA en Washington, convocada por el Ecuador, Insulza había declarado que "acercar posiciones" entre el Ecuador y Colombia tomaría mucho tiempo. La Declaración del Grupo de Río es mucho más fuerte y contundente que la Resolución que logró la OEA apenas unos días antes, que no pudo ser fiel a la reunión y recoger la condena expresada por todas las
delegaciones presentes (excepto la de Estados Unidos, claro) a la evidente y reconocida violación del territorio ecuatoriano por parte del gobierno colombiano.
Muchos factores contribuyeron a estos resultados. Uno de ellos, ciertamente y muy importante, la ausencia de Estados Unidos en la reunión y en el Grupo, dejando el asunto enteramente entre latinoamericanos y caribeños. Otro, la franqueza y frontalidad con que los presidentes de Ecuador y de Colombia pudieron decirse las cosas, cara a cara, sin mediadores ni medios distorsionadores. Otro, la apertura y renovada actitud de Chávez, que francamente nos sorprendió a todos con su sapiencia, su don de gentes, su conocimiento de la historia, su sentido del humor, su camaraderia; su rol fue decisivo en toda la reunión. Dio cátedra a los presentes y a quienes vimos todo esto por televisión, y hasta se permitió tararear una canción, homenajeando a Quisqueya y al pueblo dominicano. Y, como todos lo recalcan, el rol que jugó el presidente Leonel Fernández, anfitrión y facilitador de la reunión, que con sencillez, calidez y una sonrisa amistosa y permanente, logró que su llamado
final a los presidentes involucrados a abrazarse, tuviera acogida y se concretara. ¿No deberiamos postularlo para un Premio Nobel de la Paz?
Como ha escrito Fidel Castro ayer, al término de la Cumbre, aquí "el único perdedor es el imperialismo". El gobierno estadounidense, pieza clave de todo este conflicto, jamás contó en efecto con que la distensión pudiera llegar por la vía del diálogo, la argumentación razonada, la franqueza, la camaradería, la música, los abrazos, las manifestaciones espontáneas, antes que por la vía de la guerra militar y de la guerra mediática. Las declaraciones del vocero USA al término de la Cumbre no podían haber sido más elocuentes: sencillamente no supo qué decir, salvo repetir la cantaleta del apoyo incondicional y la guerra contra el terrorismo.
El conflicto no ha concluido, por cierto, ni concluirá mientras Colombia no logre resolver internamente su propio drama. Pero estamos hoy armados de nuevas esperanzas y de nuevos bríos para ayudar a que esto suceda, desde cada uno de nuestros países, sin involucrarnos directamente en el conflicto. Y orgullosos de ser latinoamericanos, y del modo caribeño de resolucion de conflictos.
Gracias al Presidente Fernández, al pueblo dominicano y a ustedes, de una ecuatoriana-latinoamericana que los quiere de corazón. Se ha demostrado que, como bien ha anticipado Juan Luis Guerra, en República Dominicana sí puede llover café.
Un fuerte abrazo, y feliz Día de la Mujer a todas ustedes.
Rosa Maria Torres
FRONESIS
Pedagogia, Comunicacion y Sociedad
http://www.fronesis.org
Ecuador: un país para amar, no para bombardear
Como lo destacaron ayer y lo siguen destacando hoy los medios de comunicación en toda América Latina, y como seguirán destacándolo por muchos años los estudiosos de la historia y de las relaciones internacionales y quienes nos negamos a perder la memoria, lo sucedido ayer en la reunión del Grupo de Río en Santo Domingo, fue un acontecimiento insólito, una gratísima sorpresa para América Latina y especialmente para los pueblos de Ecuador, Colombia, Venezuela y Nicaragua. Nadie esperaba que la reunión terminara con pedidos de disculpa, apretones de manos, abrazos y fraternidades. Pocos días antes, al término de la reunión de la OEA en Washington, convocada por el Ecuador, Insulza había declarado que "acercar posiciones" entre el Ecuador y Colombia tomaría mucho tiempo. La Declaración del Grupo de Río es mucho más fuerte y contundente que la Resolución que logró la OEA apenas unos días antes, que no pudo ser fiel a la reunión y recoger la condena expresada por todas las
delegaciones presentes (excepto la de Estados Unidos, claro) a la evidente y reconocida violación del territorio ecuatoriano por parte del gobierno colombiano.
Muchos factores contribuyeron a estos resultados. Uno de ellos, ciertamente y muy importante, la ausencia de Estados Unidos en la reunión y en el Grupo, dejando el asunto enteramente entre latinoamericanos y caribeños. Otro, la franqueza y frontalidad con que los presidentes de Ecuador y de Colombia pudieron decirse las cosas, cara a cara, sin mediadores ni medios distorsionadores. Otro, la apertura y renovada actitud de Chávez, que francamente nos sorprendió a todos con su sapiencia, su don de gentes, su conocimiento de la historia, su sentido del humor, su camaraderia; su rol fue decisivo en toda la reunión. Dio cátedra a los presentes y a quienes vimos todo esto por televisión, y hasta se permitió tararear una canción, homenajeando a Quisqueya y al pueblo dominicano. Y, como todos lo recalcan, el rol que jugó el presidente Leonel Fernández, anfitrión y facilitador de la reunión, que con sencillez, calidez y una sonrisa amistosa y permanente, logró que su llamado
final a los presidentes involucrados a abrazarse, tuviera acogida y se concretara. ¿No deberiamos postularlo para un Premio Nobel de la Paz?
Como ha escrito Fidel Castro ayer, al término de la Cumbre, aquí "el único perdedor es el imperialismo". El gobierno estadounidense, pieza clave de todo este conflicto, jamás contó en efecto con que la distensión pudiera llegar por la vía del diálogo, la argumentación razonada, la franqueza, la camaradería, la música, los abrazos, las manifestaciones espontáneas, antes que por la vía de la guerra militar y de la guerra mediática. Las declaraciones del vocero USA al término de la Cumbre no podían haber sido más elocuentes: sencillamente no supo qué decir, salvo repetir la cantaleta del apoyo incondicional y la guerra contra el terrorismo.
El conflicto no ha concluido, por cierto, ni concluirá mientras Colombia no logre resolver internamente su propio drama. Pero estamos hoy armados de nuevas esperanzas y de nuevos bríos para ayudar a que esto suceda, desde cada uno de nuestros países, sin involucrarnos directamente en el conflicto. Y orgullosos de ser latinoamericanos, y del modo caribeño de resolucion de conflictos.
Gracias al Presidente Fernández, al pueblo dominicano y a ustedes, de una ecuatoriana-latinoamericana que los quiere de corazón. Se ha demostrado que, como bien ha anticipado Juan Luis Guerra, en República Dominicana sí puede llover café.
Un fuerte abrazo, y feliz Día de la Mujer a todas ustedes.
Rosa Maria Torres
FRONESIS
Pedagogia, Comunicacion y Sociedad
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Ecuador: un país para amar, no para bombardear
SINDUTE-MG e o Observatório de Políticas Educacionais
Hoje começamos a formatar com o Departamento de Formação do SindUTE/MG, sindicato estadual de professores da rede pública de Minas Gerais, a construção de um Observatório Mineiro de Políticas Educacionais, que acompanhará e fará pareceres sobre todas políticas do governo Aécio. Será o passo mais importante na direção da disputa pela hegemonia das políticas educacionais mineiras. DIEESE e Instituto Cultiva apoiarão tecnicamente a montagem deste Observatório, com instalação de banco de dados, produção de pareceres, construção de rede descentralizada de acesso ao banco de dadose organização de eventos permanentes de socialização das análises. A UFMG foi procurada para se associar à iniciativa.
O vestibular e o menino de 8 anos
A história do menino de 8 anos que passou no vestibular de uma faculdade de direito em Goiânia é mais uma prova da bobagem que é o vestibular brasileiro. Ele foi bem na prova de redação, mas disse que "chutou" a maioria das questões fechadas. Uma maravilha. O pai deveria ser denunciado no Conselho Tutelar por expor uma criança à opinião pública. O menino ainda está se formando como pessoa. O fato é que o vestibular brasileiro não prova nada. Prova que quem faz as questões não entende de educação. Nos EUA, o processo de seleção é nacional e não por faculdade ou universidade. O candidato que provar que presta serviços à comunidade como voluntário, ganha pontos no exame. O Brasil já possui mais vagas que candidatos ao vestibular. As questões feitas nos vestibulares são péssimas, sem correspondência com o nível de desenvolvimento de um jovem de 17 ou 18 anos. Não avaliam o desenvolvimento integral do candidato, mas em especial sua capacidade de memorização, o que obriga o ensino médio a desenvolver técnicas de memorização baseadas na Escola Comportamental (de Pavlov e Skinner). Um horror para quem é educador. Para piorar, inventaram a tal "pegadinha" que é instrumento de quem não sabe fazer perguntas. A "pegadinha" ensina o jovem a desconfiar, a duvidar das intenções de quem lhe pergunta. Uma belíssima lição de imoralidade.
sexta-feira, 7 de março de 2008
Pesquisa com células-tronco de embriões
O voto do ministro Carlos Ayres Britoo me impressionou, pelo conteúdo e forma. A forma foi poética, quase erudita. As citações foram belíssimas. Mas o conteúdo é bombástico e histórico. A entrevisa que concedeu, em seguida, não deixou dúvidas. Afirmou que a Igreja Católica minimiza o papel da mulher na concepção da vida. A declaração foi o gancho para dizer que o embrião fertilizaado in vitro, "entregue a si mesmo", não evolui para uma forma de vida nova. Embora diga que seu voto não abre via para o aborto, o conteúdo do voto foi claro: destacou que há diferença entre feto, embrião e que a vida surge com o nascimento.
Semana na Argentina
quinta-feira, 6 de março de 2008
Deliberações da Executiva Nacional do Fórum Brasil do Orçamento
Hoje, deliberamos pelos seguintes encaminhamentos para os próximos dois meses:
a) Realização de um Seminário Nacional, de um ou dois dias, no final de maio deste ano (29 e 30 de maio). A proposta de tema do seminário seria: “Orçamento Público e Organizações da Sociedade Civi do Brasil” e “Estrutura e plano de trabalho do FBO para o próximo período”;
b) Neste seminário será realizada a Assembléia Nacional do FBO, em que renovaremos a coordenação nacional deste fórum;
c) Foi formada uma pequena comissão de mobilização e divulgação da Proposta de Lei de Responsabilidade Fiscal e Social que tramita na Câmara Federal e que foi apresentada por iniciativa do FBO. Esta comissão é composta pelo Instituto Cultiva, a Fisenge e o Corecon-RJ;
d) O Projeto de Lei de Responsabilidade Fiscal e Social já foi aprovado na Comissão de Legislação Participativa e agora está tramitando como PLP 264/2007. Será votado na Comissão de Finanças e Tributação (depois, vai para CCJ), que tem como Presidente o deputado do PT Pedro Eugênio. O relator da análise da nossa PLP será o deputado do PPS-SC, Fernando Coruja.
Maratona em Brasília
Estive ontem e hoje em Brasília, numa maratona de reuniões. Ontem, estive com a diretoria da Caixa Econômica Federal, apresentando a rede de Escolas da Cidadania que se forma no país. Tive, ainda, reunião com a Secretaria de Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, para discutir a implantação dos Observatórios de Monitoramento Público da Assistência Técnica e Extensão Rural no Brasil. Hoje, tive reunião da Executiva Nacional do Fórum Brasil do Orçamento e, à tarde, com a equipe da Receita Federal que coordena o programa nacional de Educação Fiscal. O país tem muitas iniciativas interessantes que poucos conhecem.
Comunicado da Nova Esquerda (Peru)
As manifestações sobre a crise Equador/Colômbia se multiplicam, em todo espectro ideológico de nosso continente. Reproduzo mais um documento que acabo de receber, agora da esquerda peruana:
SOBRE LA CRISIS ECUADOR-COLOMBIA -VENEZUELA Y LA MASACRE A LOS GUERRILLEROS DE LAS FARC
No pretendemos utilizar ningún tipo de eufemismo o frase tibia frente a lo que consideramos un asesino alevoso perpetrado por bombardeos de fuego líquido, a más de 23 guerrilleros de las FARC, dirigidos por el comandante guerrillero: RAÚL REYES.
No podemos quedarnos en silencio frente a la violación de la Soberanía Territorial de la República del Ecuador por parte de las Fuerzas Armadas de Colombia y sus asesores asesores norteamericanos, decisión tomada por Bush y su subordinado Álvaro Uribe “Presidente” de Colombia.
Asesinato, violación de soberanía territorial, intervencionismo norteamericano, boicot a la entrega pacífica de rehenes por las guerrillas de las FARC y su estatus de fuerza beligerante ahora ya innegable ante el mundo.
La ausencia física de un ejemplar revolucionario guerrillero, el Comandante Raúl Reyes, nos causa un enorme pesar; pero al mismo tiempo su figura y ejemplo ahora perdurará por los tiempos en toda Latinoamérica, como el Ché, como Sandino, Farabundo Martí, Camilo Torres; ¡Gloria y Honor al Comandante Raúl Reyes, ahora en el Olimpo de los Héroes Latinoamericanos!
Hacemos nuestra la valiente y firme respuesta del Presidente Constitucional de Venezuela: Hugo Chávez, al imperialismo norteamericano y su sirviente Álvaro Uribe:
“…Nosotros no queremos guerra; pero no le vamos a permitir al imperio norteamericano, que es el amo, y a su cachorro el Presidente Uribe y la oligarquía colombiana, que nos vengan a dividir, que nos vengan a debilitar, no lo vamos a permitir… Pongo a Venezuela en alerta y apoyaremos a Ecuador en cualquier circunstancia.”
Alentamos al pueblo peruano, las masas obreras y campesinas, al pueblo explotado que lucha por el Gran Cambio y la Nueva República , que la torpe y asesina acción militar de Álvaro Uribe y Bush, debe de ser desenmascarada, pues con ello pretenden revivir el fracasado Plan Colombia, para justificar la intervención militar norteamericana, en Latinoamérica, es tiempo necesario de decirle ¡Alto! a Alan García y su pro norteamericanismo necio y descarado; ¡ALTO! a la Fascistizació n del Gobierno, ¡ALTO! a la paramilitarizació n con la Ley de “Arresto Ciudadano”, ¡ALTO! al Terrorismo de Estado con el DL 982 de masacre al movimiento popular y sus protestas.
Los pueblos y revolucionarios del mundo hacemos llegar nuestro pesar al pueblo y los revolucionarios colombianos por la ausencia física del Gran Comandante RAÚL REYES, por eso inclinamos nuestras banderas y le rendimos homenaje.
Expresamos nuestra solidaridad con los ciudadanos detenidos injustamente en Tumbes acusados del “delito” de participar en el Congreso de la Coordinadora Continental Bolivariana, acu´sandolos falsamente de “terroristas”, bajo esta práctica fascistoide, todo aquel que exprese ideas distintas al gobierno aprista es “terrorista”. ¡Exigimos su Inmediata Libertad!; esta lógica es parte de la guerra preventiva del fascista George Bush.
¡COMANDANTE RAÚL REYES: PRESENTE EN EL CORAZÓN DE LATINOAMÉRICA!
Lima, 04 de Marzo de 2008
Víctor Ramírez Cifuentes
Presidente MNI – Lima
quarta-feira, 5 de março de 2008
Mais água no chopp de Lula
Passagem de um artigo escrito por Rodrigo Ávila, da Rede Jubileu Sul Brasil:
"Depois de divulgar amplamente o pagamento antecipado ao FMI, em 2005, dia 21 de fevereiro de 2008 o governo anunciou mais um suposto marco histórico: o de que os ativos do país no exterior, constituídos fundamentalmente pelas reservas internacionais, superaram a dívida externa pública e privada. Alega o governo que esta é uma evidência da superação do problema da dívida. Em primeiro lugar, cabe ressaltar que este suposto recorde não passa de manipulação estatística, originada em 2001, durante o Governo FHC, e perpetuada no governo Lula: a exclusão dos empréstimos intercompanhia (dívidas de filiais de transnacionais no Brasil com suas matrizes no exterior) do cálculo da dívida externa. Estes empréstimos dobraram em 2007, passando de US$ 20 bilhões para US$ 42 bilhões, mas são ignorados pelo governo, para que possa propalar um suposto marco histórico."
A crise Colômbia-Equador pelo olhar da Nicarágua
Concertación Latinoamericana para la Paz, ¡Ya!
Cuando salga a luz este artículo en END no sabemos que curso tomarán los acontecimientos en Sudamérica, la situación actual es muy explosiva y volátil. Pero como pacifistas no podemos sino compartir nuestra modesta contribución, en buena medida surgida de nuestra propia experiencia regional.
En artículos recién pasados, refiriéndonos al tema señalábamos, el factor de seguridad que para países vecinos a Colombia encierra su conflicto interno: el uso de territorios de países vecinos por fuerzas irregulares, migraciones, violaciones de la soberanía e integridad territorial de unos países a otros, la eventualidad de una conflagración entre dos o más países de la sub -región y la propia intervención en el conflicto, de los Estados Unidos (aún cuando esté atrapado sin salida en el conflicto de Irak), ya empiezan a despuntar.
1. Lo primero que queremos reiterar y enfatizar con carácter de perentorio es nuestro llamado a la concertación regional para evitar la guerra. Países como Centroamérica, México, Argentina, Chile y Bolivia, no sólo tienen intereses propios en que el conflicto no se propague, así mismo los países fronterizos casos de Brasil y Perú para no mencionar los países directamente afectados como Ecuador y Venezuela. Éstos también son países líderes que tienen un gran peso e influencia en la política y geopolítica continentales.
2. Aún con las reservas que históricamente ha generado la OEA, su Secretario General, José Miguel Insulza, podría encabezar una delegación de cancilleres de los países mencionados para in situ conocer la evolución de la situación, es decir visitar Colombia, Ecuador y Venezuela y ofrecer sus buenos oficios como interlocutores y mediadores. Esto de manera inmediata antes de que el fuego llegue a la pólvora y porque la paz es el bien más preciado de nuestro continente americano.
3. Las Naciones Unidas tienen también un rol que desempeñar en estos momentos, promoviendo al interior de su Consejo Seguridad una Resolución que llame a los tres países a no hacer uso, ni amenaza de uso de la fuerza en el marco del conflicto, eventualmente el envío de Cascos Azules.
4. El Movimiento de Países No Alineados (NOAL) como organización política de concertación –y siendo Colombia, Venezuela y Ecuador miembros del mismo− podría también emitir su propio llamado a no escalar el conflicto y enviar sus propias delegaciones a estos países miembros.
5. Todo lo anterior es a nivel de Estados, pero es aquí donde el movimiento por la paz a nivel mundial y latinoamericano debe hacer escuchar su voz, manifestándose creativamente en toda la infinita gama de formas: tomándose las calles, rodeando los cuarteles y bases militares, aclarando el carácter del conflicto, movilizando a la juventud y estudiantes, a las mujeres y niños, primeras víctimas de la guerra, etc.
6. La Iglesia Católica concretamente el Vaticano, El Papa Benedicto XVI por su enorme peso en la población católica del continente está llamado a intervenir por la paz desde Roma y a través de sus iglesias en los tres países.
7. Las Iglesias Evangélicas lideradas por el Consejo Mundial de Iglesias con su presencia significativa en estos países y su gran capacidad de movilización podrían ejercer presión sobre sus gobiernos estimular el diálogo y la concertación al interior de Colombia y entre los países afectados.
8. Los medios de comunicación. Algunos dicen que su objetividad está dependiendo de su visión del conflicto a uno u otro lado de la contienda: con Colombia o Venezuela; con las FARC o con el Gobierno. La verdad es que los medios de comunicación para ser objetivos no pueden alinearse por la guerra, ni alimentar el chovinismo, sino apostar por la paz, informado verazmente a la sociedad y aportando ideas, propuestas que lleven a una salida de diálogo, negociación y sobre todo acuerdos satisfactorio para las partes, para que estos sean duraderos.
9. Nicaragua, en concreto su gobierno y en particular el Presidente Ortega, está llamado a asumir un papel de liderazgo mediador en esta crisis que amenaza toda América Latina. Nuestra Iniciativa Mundial de Reconciliación introducida por el estado nicaragüense y aprobada por la Asamblea General (2006, A/RES/61/17), es el instrumento que el Comandante Ortega tiene en sus manos para intervenir constructivamente en la crisis.
10. Centroamérica, como una especie de retorno al gran papel pacificador que los países Sudamericanos y México tuvieron en nuestra región en los años 80’ debe volcar su experiencia y conjurar la amenaza de la guerra.
Managua, 03 de marzo de 2008
Denis Torres
Instituto “Martin Luther King”
UPOLI
Resolução da OEA
TEXTO DE RESOLUCIÓN DE OEA SOBRE ECUADOR-COLOMBIA
Aprobada el Miércoles 5 de marzo de 2008 en la reunión extraordinaria del Consejo Permanente de la OEA, en Washington
Texto de la resolución adoptada el miércoles por el Consejo Permanente de la Organización de los Estados Americanos sobre la crisis entre Ecuador y Colombia, bajo el nombre de ''Convocatoria de la reunión de consulta de ministros de relaciones exteriores y nombramiento de una comisión''.
Considerando:
Que en la madrugada del sábado 1 de marzo de 2008 fuerzas militares y efectivos de la policía de Colombia incursionaron en territorio del Ecuador, en la provincia de Sucumbíos, sin consentimiento expreso del gobierno del Ecuador, para realizar un operativo en contra de miembros de un grupo irregular de las Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia, que se encontraba clandestinamente acampando en el sector fronterizo ecuatoriano.
Que el hecho ocurrido constituye una violación de la soberanía y de la integridad territorial del Ecuador y de los principios del derecho internacional.
Que este hecho ha producido una grave crisis entre estos dos países, provocando la ruptura de relaciones entre ambos estados y una grave tensión en la región.
Que de acuerdo con el articulo 84 de la Carta, es función de la OEA velar por el mantenimiento de relaciones de amistad entre los estados miembros, utilizando procedimiento que esa misma carta señal;
Resuelve:
1. Reafirmar el principio de que el territorio de un estado es inviolable y no puede ser objeto de ocupación militar ni de otras medidas de fuerza tomadas por otro estado, directa o indirectamente, cualquier fuera el motivo, aun de manera temporal.
2. Constituir una comisión encabezada por el secretario general e integrada por cuatro embajadores designados por éste, que visite ambos países recorriendo los lugares que las partes le indiquen, eleve el correspondiente informe a la reunión de consulta de ministros de relaciones exteriores y proponga fórmulas de acercamiento entre ambas naciones.
3. Convocar, al amparo de lo dispuesto en los artículos 61, 62 y 63 de la carta de la OEA, a una reunión de consulta de ministros de relaciones exteriores para el lunes 17 de marzo de 2008, en la sede de la OEA, con el fin de que examine los hechos y formule las recomendaciones pertinentes.
Desde Equador
Mensagem que recebi de Rosa Maria Torres, ex-ministra de Educação e Culturas do Equador:
"La sesión extraordinaria del Consejo Permanente de la OEA acaba de darse por terminada, pasada la medianoche, sin haber llegado a un acuerdo respecto a la resolución, no obstante la flexibilidad de la Canciller ecuatoriana frente a la arrogancia del Canciller colombiano. La sesión continuará mañana, a las 11am. Habría mucho que comentar acerca de esta larga reunión, para quienes la hemos visto a lo largo del día, por retazos y en la televisión, a través de CNN...
La mayoría de países expresó, en sus intervenciones, su respaldo a la posición ecuatoriana, que convocó a esta reunión de la OEA para denunciar y pedir la denuncia continental en torno a la violación de su soberania territorial por parte del gobierno de Uribe. El único país que expresó su "completo apoyo" a Uribe fue la delegación estadounidense y, claro, Bush en persona. Abajo la noticia del corresponsal del diario El Tiempo, en Washington.
También pueden ver en El Tiempo las fotos en contradas en la computadora de Reyes.¿Alguien identifica a algún conocido?. Ver http://www.eltiempo.com/
Rosa Maria Torres
FRONESIS
http://www.fronesis.org"
terça-feira, 4 de março de 2008
A vez das fundações públicas
Mensagem de Rafael Correa, Presidente do Equador
Estimados compatriotas y comunidad internacional:
El gobierno colombiano, lejos de pedir disculpas por la alevosa agresión a nuestra soberanía, ha tenido la audacia de acusarnos de proteger a las Farc y pedirnos explicaciones. Mientras que hace apenas pocas horas, cuando pensaron que Ecuador iba a callar ante el ultraje a su soberanía, el Presidente Uribe agradecía al Presidente Correa y al pueblo ecuatoriano por su comprensión y colaboración en lo que ellos llaman la lucha antiterrorista, ahora tratan de decir que hemos colaborado con la guerrilla. Esta actitud solo puede ser calificada de canallesca. Más aún, el ministro de Defensa de Colombia, en otro comunicado oficial, manifiesta prácticamente que la culpa del ataque y del ultraje a nuestra soberanía la tiene Ecuador, pues según ellos no hemos colaborado suficientemente en su lucha antiterrorista. Ante estos nuevos agravios y ultrajes, a las 14h00 horas del día de hoy he ordenado la ruptura de relaciones con el Gobierno Colombiano, ya que no es posible mantener relaciones con un gobierno que tan burdamente atropella la decencia, la verdad y la soberanía de Estados amigos. Queremos diferenciar claramente entre el Gobierno del presidente Uribe y el pueblo colombiano, con el cual tenemos lazos de entrañable hermandad. Aquí tenemos cerca de 300.000 colombianos que pueden seguir sintiéndose como en su casa. Todos los colombianos sensatos entenderán que lo que ha hecho su gobierno es, sencillamente, inadmisible. Basta que se imaginen en nuestra situación para que lo entiendan: Además de ser agredidos, toda una cadena de infamias para distorsionar la verdad. La ruptura de relaciones, es un acto de dignidad y soberanía, pero queremos dejar claro que el país sigue su marcha. El SOTE ya se reparó, los efectos de las inundaciones en el país están bastante controlados, la reconstrucción vial continúa, incluso se acaban de abrir las ofertas para el cuarto puente sobre el río Babahoyo entre Guayaquil y Durán. Nuestra población puede seguir su vida cotidiana, sabiendo que hay un gobierno que sabrá defender al país. Hoy nos quieren involucrar con las Farc porque su campamento se encontraba en nuestro territorio, hoy hablan de supuestos santuarios en territorio ecuatoriano, mientras que en la propia Colombia, las Farc controlan vastas extensiones de territorio. Cuánto cinismo. Ellos saben que es imposible controlar dichos campamentos. Pese a ello, el esfuerzo que ha hecho Ecuador ha sido enorme: en el 2007 desmantelamos 47 campamentos de la Farc, mientras que desde el 2000 al 2006 solo se ubicaron trece. Eso demuestra la política soberana, digna y nacionalista de nuestro Gobierno, sin pretendidas doble morales. Todo contacto con la guerrilla ha sido por motivos humanitarios, junto con países como Francia. ¿Se le ocurriría entonces a alguien de acusar al Presidente Zarkosy de apoyar a las Farc? Incluso, lamento comunicarles que las conversaciones estaban bastante avanzadas para liberar en Ecuador a doce rehenes, entre ellos Ingrid Betancourt. Todo fue frustrado por las manos guerreristas y autoritarias. No podemos descartar que esta fue una de las motivaciones de la incursión y ataque por parte de los enemigos de la paz. Cabría preguntarse también qué busca el Gobierno de Uribe eliminando a Raúl Reyes en territorio ecuatoriano y luego inventando patrañas para vincularnos con las Farc. ¿Acaso el objetivo es desestabilizar a un gobierno que se ha negado a participar en el plan Colombia, e imponer también a un títere en Ecuador?
Pero no caigamos en la trampa de dar explicaciones, además de no merecerlas, NADA JUSTIFICA LA AGRESION.
Ecuatorianos:
El país no está solo en esto. La inmensa mayoría de Gobiernos latinoamericanos nos ha brindado su irrestricto apoyo, ya que este es un problema para toda la región. Ni en las horas más duras de América latina, ni con las guerrillas en Nicaragua, El Salvador, Guatemala, Perú, Brasil, Argentina, Uruguay, etc., un gobierno se atrevió a regionalizar su conflicto. Esto es inédito, y sencillamente inadmisible. Los gobiernos de Latinoamérica sabrán cerrar filas y detener este nefasto precedente que ha intentado imponer el gobierno de Colombia, y que, repito, no puede ser justificado bajo ningún argumento. Es el momento de la unión nacional. Cualquier desavenencia la resolveremos al día siguiente de haber superado exitosamente esta nueva prueba que nos pone la historia, fruto de un gobierno que no conoce la palabra lealtad. A Colombia siempre le hemos declarado la paz, le hemos extendido la mano solidaria. Hemos sido traicionados. Sabemos que no es la traición de un pueblo, tan solo la traición de un gobierno.
Sabremos defender a la Patria.
Governo colombiano se isola politicamente
Já ouvimos e vimos muitos casos de meninos franzinos que tinham um irmão mais velho, bem forte. Se tornavam valentões quando o irmão estava próximo, até que um dia, se vêem sós. Este parece o problema do governo colombiano. Minha mãe dizia que era muito chato "entrar como leão e sair como gatinho". A Colômbia invadiu o espaço de um país soberano, o Equador. Matou o porta-voz das FARC. E agora, amarga o isolamento político. O Equadro rompeu relações diplomáticas com a Colômbia. A Venezuela fechou a fronteira com a Colômbia. Brasil e França questionaram formalmente as embaixadas da Colômbia. França foi mais longe e disse que Uribe dinamitou o diálogo que a Europa vinha tendo com as FARC (via Reyes, assassinado por Uribe), na busca da paz na região. A revista Foreign Policy publicou análise em que encadeia a ação colombiana com a ofensiva da Turquia no Iraque, Israel em Gaza e os EUA no Paquistão e Somália. Todos aliados. Alguma coincidência?
segunda-feira, 3 de março de 2008
Lei 9.840/2000 (contra corrupção eleitoral)
Os dados são animadores: 623 dirigentes políticos sofreram processo de cassação por compra de votos, desde que a lei 9.840 foi aprovada (em 2000). Minas Gerais, Rio Grande do Norte e São Paulo lideram o ranking de cassações. O dado é do juiz Maranhão Marlon Reis, que preside o Comitê Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). A maioria dos cassados são vereadores. Em MG estão sendo analisados 31 processos e, em SP, mais 128. No Rio Grande do Norte, o município de Governador Dix-Sept Rosado teve cinco vereadores, 17 suplentes e a prefeita (Lanice Rosado, do PMDB) cassados, todos da mesma coligação. Em Beneditinos, interior do Piauí, um candidato chegou a distribuir, durante as eleições, Lexotan e Viagra.
Adolescentes e o Tráfico de Drogas
No iníco deste século, coordenei uma pesquisa sobre sistema de atendimento ao adolescente autor de ato infracional em Minas Gerais, por solicitação do Conselho Estadual de Direitos da Criança e Adolescente do Estado. Hoje, a Vara da Infância e Juvnetudo de Belo Horizonte divulga dados sobre algo que havíamos alertado quando da conclusão da pesquisa: aumenta o número de casos de infração relacionadas ao tráfico de drogas. Em 2005, foram 3.231 atos infracionais cometidos em Belo Horizonte por adolescentes, sendo 29% furtos, 19% roubos, 13% porte de arma e 11,7% tráfico de drogas. Em 2007, foram 4.014 casos, sendo que o tráfico subiu para a primeira posição, 25% do total de atos infracionais. Ocorre que em nossa pesquisa, havíamos constatado que os roubos tinham ligação direta com o tráfico. O mesmo para porte de armas. O furto caiu para a quinta posição (9% dos casos de infração). Tráfico, roubo, porte de arma e uso de tóxico estão à frente do furto. Algo precisa ser feito urgentemente. E nada que tenha relação com o editorial sensacionalista do jornal Estado de Minas, cujo título é "Crianças Traficantes". O velho e repisado chavão da criminalização fácil da criança (as infrações envolvem adolescentes, acima de 12 anos, algo que o jornal parece desconhecer, inclusive).
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