domingo, 16 de março de 2008

O Brasil pelos argentinos


Senti, desta vez, o pessimismo dos argentinos. A crise do início do século XXI e a força econômica do Brasil parece que mexeram com a auto-estima deste fantástico país. Os jornais argentinos destacam que até 2050, Brasil, China, Rússia e Índia serão as principais potências mundiais, ao lado dos EUA (mas, destacam, que os EUA serão importantes por pura inércia). A esquerda argentina é excessivamente dividida. Mesmo as organizações populares. Desconfiam umas das outras. E é muito forte a referência ao peronismo, o que institucionaliza toda a política. Política é coisa de partido ou sindicato. Não da rua, que seria outra coisa, uma pré-política. Os piqueteros (movimentos de desempregados que tomavam as ruas), as "madres", o movimento de direitos humanos, as assembléias populares e o movimento de trocas de serviços e mercadorias (ajuda mútua, durante o período mais bravo da crise econômica) não conseguiram se firmar, criar uma rede nacional, criar um projeto político. Os movimentos sociais, ao contrário do Brasil, não se transformaram em organizações poderosas (como o MST, no caso brasileiro). É uma pena, mas também uma oportunidade. Tudo pode ser construído por aqui.
A ilustração desta mensagem é de Florencio Molina Campos, que nasceu em 1891, um artista plástico que retratou o mundo gauchesco argentino.

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