domingo, 2 de maio de 2010
Belo Horizonte e Vitória possuem educação mais desigual
A focalização das políticas sociais e a terceirização já começam a dar seus frutos. A tabela abaixo demonstra o nível de desigualdade entre escolas municipais das capitais brasileiras (produzida pelo Todos pela Educação). Belo Horizonte - que abandonou uma importante reforma educacional e decidiu dar total autonomia às escolas para aplicação de contratações pedagógicas, abandonando uma política geral e universal - e Vitória - capital do Estado mais atacado pelas ingerências de parlamentares nas indicações de diretores escolares, revelam o maior índice de desvio padrão em relação à média da nota obtida pelas escolas municipais no IDEB 2007. Mas todas capitais apresentam um elevado índice de desvio padrão, com exceção de Boa Vista. Não temos um padrão de atendimento aos alunos do que deveria ser uma rede pública (parece mais uma rede de escolas absolutamente autônomas sob o teto de uma mesma secretaria de educação).
Mais uma vez, um dado que demonstra o quanto a avaliação sistêmica indica o problema mas não gera nenhum resultado concreto. Isto porque ela é insuficiente. Sem dados qualitativos não se sabe os motivos dos problemas com a aprendizagem e caímos na velha e fracassada aula de reforço. O pior é quando gestores apressados aproveitam para utilizar tais dados para premiar professores e escolas. Aí é o caos completo: nem se sabe o motivo do problema e ainda se pune quem o apresenta com mais nitidez. É o controle taylorista mais selvagem afetando toda uma rede de ensino. E o responsável maior - o gestor da rede - se safa.
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