quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Um dos embates teóricos do seminário
Apenas para citar um dos embates teóricos ocorridos aqui no México, destaco a polêmica que iniciei com Nuria Cunill, que foi co-autora (juntamente com o ex-ministro Bresser Pereira) de um importante livro sobre reforma do Estado. Ela defende uma linha teórica que denomino de "institucionalista", vinculada à uma linha teórica da ciência política norte-americana. Foi coordenadora da CLAD. Polemizamos sobre várias questões, entre elas a defesa das OSCIPs (que critiquei, afirmando que o correto não é a criação de espaços públicos não-estatais, mera abstração teórica, mas Estado Público). Retomei as teses do que se denomina hoje de democracia participativa (ou participacionismo) e destaquei o quanto os institucionalistas se preocupam com a normatização e nós com os procedimentos processuais da construção democrática. Andres Pérez, da Nicarágua (professor da universidade de Toronto, Canadá), se aliou aos meus argumentos e afirmou que o institucionalismo é tautológico: afirma ser necessário criar um Estado de Direito a partir de sua própria criação, concretizar a cidadania a partir da concretização, num eterno círculo discursivo. Acho que convencemos, porque nós dois fomos convidados para estarmos num seminário, em janeiro de 2008, em Guadalajara, onde serão discutidas novas experiências em gestão pública.
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