terça-feira, 2 de outubro de 2007

Partidos e Organizações de Base da Sociedade Civil


Grande parte do debate da tarde girou ao redor da atualidade dos partidos políticos como representação social e as estruturas horizontalizadas de partidos na América Central. Provoquei o início da discussão, apresentando duas possibilidades analísticas sobre os partidos políticos neste início de século. A primeira, compreendê-los como organizações anacrônicas de representação social, transformadas em estruturas de tipo empresarial, onde a burocracia da organização distancia a liderança do cotidiano do cidadão. A outra, a possibilidade dos partidos se reestruturarem e tentarem transformar demandas sociais difusas em agenda política nacional. O problema para esta segunda opção seria como dialogar com a fragmentação social e cultural deste século, a crise de representação sindical (referência dos partidos de esquerda no século XX) e a "nova representação das ongs". Julio Alem, boliviano e que trabalha em projetos de produção de biodiesel em seu país, citou o exemplo do MAS, que se transformou em partido e elegeu o atual presidente, Evo Morales. Neste caso, como foi no caso do PT, o partido surgiu da organização de base, comunal. Atualmente, lideranças políticas respeitam as decisões das comunidades, que chegam a discutir um assunto por três dias consecutivos. Minha proposição e os argumentos de Julio geraram um forte debate. A mesa de amanhã, sobre organizações da sociedade civil e democracia na América Latina promete ser ainda mais quente. Veremos.

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