quinta-feira, 4 de outubro de 2007

O México por ele mesmo


O último dia do seminário foi dedicado exclusivamente ao México. Numa primeira mesa, composta pelos pesquisadores Lúcia Álvarez e Rigoberto Gallardo, foi apresentado um cenário político instigante e preocupante, onde se destaca um pólo conservador, articulado ao redor dos governos e cidades de Monterrey, Guadalajara e Jalisco, além do governo federal. Guadalajara apóia-se num discurso da transparência pública! Numa segunda mesa, composta por atores sociais, o que chamou mais a atenção foi a proposição da Coordenação Nacional de Trabalhadores na Educação, que envolve 500 mil educadores do país. Marcos Tello, dirigente desta organização, sintetizou dois momentos recentes da luta social no México: 1988 (com a emergência de Cárdenas, procurando apresentar uma 3a Via) e 1994, a partir do levante de Chiapas. Ele disse que a partir de 94, as forças sociais se mulitiplicaram e se diversificaram. Finalmente, apresentou uma plataforma nacional composta por três grandes eixos: a) consolidação democrática; b) justiça social (afirma que o país tem todas condições para satisfazer todas necessidades básicas sociais e garantir direitos democráticos); c) soberania nacional (que significaria o país assumir o controle sobre forças produtivas inseridas no território nacional). Acrescentou que, hoje, no México, existem três grandes forças ou tendências políticas: a de tipo golpista (similar a que ocorre na Colômbia), o que seria um bloco moderado e o bloco que denomina Libertação Nacional.
Em seguida, falou uma militante da Aliança Democrática (que envolve 88 organizações e 5 redes nacionais), que está formulando uma Agenda Nacional de médio e longo prazos, com fortes traços de elaboração técnica e política. Ouvi, ainda, Max Correa, do Conselho Nacional de Organizações Rurais e Pesqueiras, que envolve 20 organizações, incluindo a Central Campesina Cardenista. Apresentou uma pauta de 20 compromissos. Para minha surpresa, o movimento de Chiapas está atualmente fragmentado e frágil, quase limitado às comunidades indígenas locais e a uma região denominada Caracoles.

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