segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Uma panorâmica sobre a América Latina
Ontem à noite iniciamos um primeiro balanço informal sobre nosso continente. Estava reunido com nicaraguenses, mexicanos, guatemaltecos, bolivianos, colombianos, franceses, holandeses. Há uma constatação geral sobre esta divisão do território entre Lula-Bachelet e Chávez-Evo-Fidel.Kirshner estaria entre os dois blocos (entre os pragmáticos/reformistas e os esquerdistas/anti-EUA). O interessante foi compreender que Evo Morales é quase que adotado por Lula e Fidel, seus conselheiros. Evo é levado, pela sua origem pobre e indígena, a adotar uma verborragia agressiva, que é contida pelos seus dois conselheiros. Mas ele inova em muitos aspectos. Mantendo a tradição indígena, começa a trabalhar às 4 da manhã! Despacha com ministros até as 8h00 e sai, até as 20h, para visitar comunidades, se reunir com sindicatos e organizações populares. E exige o mesmo dos seus ministros. Um expediente muito parecido com o que o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista adotou no final dos anos 70 e início dos anos 80 (rodízio entre diretores sindicais, que a cada 4 meses voltavam para a fábrica, para ter contato com sua base). Todos querem compreender melhor para onde vai Lula e se está realmente criando uma base sólida no nosso país. Os europeus dizem que Lula perdeu a luz que tinha na sua região e que Evo Morales chama mais a atenção de estudiosos da política latino-americana. Outro enigma é a Guatemala, cujo primeiro turno das eleições presidenciais colocou um centrista e um direitista no segundo turno (que ocorrem no início de novembro). Algo muito distinto dos resultados eleitorais no restante do continente.
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