quinta-feira, 10 de abril de 2008

Lula e Aécio: o futuro


Hoje fui entrevistado por uma revista nacional que procura montar cenários para a aliança Fernando Pimentel-Aécio Neves para as eleições municipais de Belo Horizonte e o seu impacto sobre um possível terceiro mandato de Lula. O tema é mais que interessante. No meu modo de entender, Lula constrói três possibilidades: a) o terceiro mandato; b) uma candidatura "cristianizada"; c) a candidatura de Aécio-Ciro Gomes sob sua batuta. O terceiro mandato parece já esboçado pelo prefeito de Recife (João Paulo), pelo deputado Devanir Ribeiro (ex-companheiro de diretoria do sindicanto de metalúrgicos do ABC) e pelo vice-Presidente da República. Gente graúda e de fácil acesso à Lula. A candidatura "cristianizada", no momento, é a da ministra Dilma Rousseff. Lula já desfigurou todos possíveis candidatos petistas de peso: Palocci, Marta Suplicy (que tenta renascer com a possível vitória em São Paulo), Tarso Genro e outros. Insufla e queima a candidatura. Esta segunda possibilidade se articula com a terceira: a candidatura Aécio. É óbvio que o governador mineiro não tem mais volta: já rompeu com a atual cúpula do PSDB, principalmente aquela vinculada ao PSDB paulista. Se um outro candidato tucano for candidato e perder as eleições, Aécio remonta toda a estrutura de poder interna do PSDB, em poucos lances. Se for candidato a senador e uma candidatura de Lula ou apoiada por Lula for vencedora, Aécio poderá ser uma peça importante na montagem do novo governo lulécio. Há, ainda, uma possibilidade de Lula, fomentado por um cenário de crescimento econômico e diminuição da pobreza (caso a crise dos EUA não afete nossa tendência de crescimento, que já nos tornou a 7a economia mundial, segundo o Banco Mundial), apóie uma acordo nacional em que ele figura como Presidente e Aécio Primeiro-Ministro, numa possível volta do parlamentarismo. Cenários possíveis, não? Obviamente que há um péssimo para Lula e Aécio: uma candidatura vitoriosa de Serra. Ocorre que em qualquer dessas possibilidades, FHC perde.

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