Instituto Cultiva divulga análise de conjuntura nacional

O Instituto Cultiva (www.cultiva.org.br) acaba de concluir a análise de conjuntura nacional sobre o primeiro trimestre deste ano. Ao final, como tendências, sugere:
1)Em termos econômicos, a pressão inflacionária em virtude do mercado internacional deverá contribuir sobremaneira para o posicionamento do COPOM que receberá fortes discursos oposicionistas na medida em que se aproximam as eleições de outubro;
2)Politicamente, o fato mais relevante até junho é a confirmação da aliança eleitoral entre PT e PSDB na capital mineira. Nota da Executiva Nacional do PT emitida no início da segunda quinzena de abril vetava tal aliança que, por sua vez, foi aprovada por 75% dos delegados presentes no encontro municipal do PT de Belo Horizonte, ocorrido na semana anterior. A aliança terá repercussão nacional porque seria um dos passos finais para que este projeto, acalentado por Aécio Neves e Lula, se firme no cenário nacional. Estaria consolidada a profunda coalizão presidencialista, alijando o PSDB paulista e o DEM e abrindo portas para 2010 e até mesmo um projeto parlamentarista ou um terceiro mandato de Lula;
3)Em termos da ação dos movimentos sociais e organizações populares, parece se intensificar uma razoável fragmentação política. De um lado, as centrais sindicais e seus afiliados terão garantidas as fontes de financiamento pública, o que deverá manter tais estruturas num “andar de siri”, para os lados, evitando lutas e conflitos mais significativos. As ongs enfrentarão um cenário mais agudo e crítico, na medida em que os financiamentos externos minguam e casos como os ocorridos no CNAS comecem a vir à tona, revelando situações constrangedoras de ações anti-ética de organismos que, até então, eram aríetes da luta pela moralização do país. Finalmente, ações públicas como as do MST e de fóruns e redes nacionais (como a da reforma política democrática) continuarão expondo tentativas de pautas nacionais, que dificilmente conseguem influenciar a agenda nacional ou articular efetivamente uma frente de aprofundamento democrático do país.