sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A campanha em sua reta final


Faltam 09 dias. E todas pesquisas da semana revelam Serra em queda e Dilma em ascensão. Em outras palavras: o candidato tucano não conseguiu surfar na onda que o levou ao segundo turno. Perdeu o eixo. Tudo pode ocorrer, é verdade. Mas Serra, durante toda a eleição, se revelou totalmente despreparado para enfrentar uma disputa desta natureza. Errou por diversas vezes. A derrota é pessoal. Não é do partido, nem de aliados. Os erros foram todos pessoais. Demonstraram uma pessoa insegura, com tal ânsia de poder que parecia uma criança tentando disputar um jogo de botão como se demonstrasse definitivamente sua superioridade na espécie humana. Serra perdeu seu currículo e se desmanchou como promessa de liderança. É frágil, desarticulado, centralizador, sem brilho, sem carisma, arrogante.
Tudo pode acontecer. O terreno é dos mais movediços. Mas Serra já perdeu enquanto político. Conseguiu atingir sua família, seus aliados e apoiadores mais próximos. Dividiu seu partido. E contribuiu, ao lado de Dilma e petistas xiitas, para esta campanha ser a pior de todas desde o final da ditadura militar. Uma página das mais tristes da história política nacional. Ambos não representam o que o Brasil tem de melhor. Representam o que tem de pior.

3 comentários:

Eugenio Raggi disse...

Rudá,

Eu discordo frontalmente. Considero Dilma um quadro preparadíssimo para assumir a presidência. E não entenda isso como um discurso de petista ou trollagem de internet. A campanha serviu para mostrar uma mulher articulada (ruim de TV, por limitações de oratória, não de retórica), determinada e corajosa. Dilma também tem vários defeitos. Por vezes se mostra nefelibata e auto-suficiente; mas isso é reflexo do chauvinismo onipresente. Mulheres fortes agem assim para se protegerem.

Dilma é um quadro calcado na luta política mais honesta e justa da história desse país (a resistência à ditadura militar), me parece avessa à demagogia, mostrou-se boa gestora, pragmática e eficiente, além de ser um fenômeno político descolado da liderança caciquista (muito comum no tucanato).

Serra perdeu muito durante a campanha. É um político ególatra, mas bem intencionado. Mas aliou-se à extrema-direita e os setores conservadores mais lastimáveis dessa pátria. Virou um boneco da pseudo-indignação reacionária e nada fez para evitar isso. Mas é melhor do que Alckmin e sua Opus Dei. Entenda: considero Serra um avanço político em relação ao conservadorismo engomado do picolé de xuxu.

Não vejo a coisa de forma tão pessimista. Lembre-se de mim quando analisar o ÓTIMO governo que Dilma fará.

Um abraço,

Prof. Eugenio Raggi
eugenioarantes@gmail.com)

Rudá Ricci disse...

Eugênio,
Não precisa ser frontalmente. Pode discordar de lado ou de costas. Para sabermos se é realmente um quadro preparado, só depois dela sentar na cadeira. Antes, é torcida, convenhamos. Você a conhece tão bem assim? Ou é mais uma torcida contaminada por este clima bélico da campanha? Há problemas graves que ela enfrentará. Um deles é o corte de gastos públicos que toda a equipe econômica de Lula já fala à boca pequena. Somente com corte de gastos eles podem reduzir os juros e, assim, corrigir o câmbio supervalorizado. Ela não disse nada a respeito, assim como demonstrou fragilidade nas negociações entre interesses em conflito (redução da jornada de trabalho, tributação progressiva, questões religiosas). O que sugiro? MENAS!! Vá com calma. Torcida é para arquibancada. Neste espaço temos a obrigação de fazer uma reflexão mais qualificada.

Strategos Aristides disse...

Concordo em gênero, número, grau... De frente, de lado.
É o pior quadro eleitoral desde a ditadura. Desalentador. O pior do Brasil. Vejamos onde isso vai dar.