quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008
Maringá e a democracia participativa
Estou em Maringá, onde trabalharemos esta semana a implantação do OP Criança com professores da rede municipal e, no final de semana, realizaremos o Fórum de Educação Popular e Políticas Públicas. Estarão presentes neste fórum Moroni (ABONG, Fórum de Reforma Política Democrática e INESC) e Chico Whitaker (Fórum Social Mundial). Maria Victória Benevides (USP, Escola de Governo de São Paulo) infelizmente não poderá estar presente em virtude da perda de um familiar. Maria Victória criou o conceito de Cidadania Ativa e é uma das mais engajadas e brilhantes sociólogas do país. Tenho uma grande admiração por sua coragem e capacidade intelectual. É uma perda para o Fórum de Maringá.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Orkut e Cordel
Existe uma comunidade chamada Cordel (Orkut) com quase 18 mil membros. A comunidade é muito criativa. Uma das propostas é o quadrão perguntado. O quadrão é iniciado por um cantador que questiona e o outro responde, criando um diálogo sem fim, em que um vai dando corda para o outro, com perguntas e respostas. Reproduzo, abaixo, uma passagem desta "conversa" desta comunidade-orkut (ao lado da pergunta ou resposta, reproduzi a data da postagem e o primeiro nome de quem postou):
Voce já fez poesia? 11/07/05 Mauro
sim eu faço sim senhor! 11/07/05 Jaqueline
Por prazer ou por labor? 11/07/05 Mariana
como isso é possivel,
antes era mais barato,
então feremos um trato,
eu sou é de são paulo,
eu faço, nao só falo,
é nois que tá então,
aqui ou no japão,
melhor ter acreditado,
que eu num sou largado,
isso é responder quadrão. 12/07/05 Mauro
Por prazer e alegria 12/07/05 Caco
Canto a mágoa que havia 12/07/05 Mauro
E faz bem ao coração? 12/07/05 Anônimo
Dá sussego e dá amparo 12/07/05 Leonardo
Dá sossego e mansidão
80 anos de Dom Pedro Casaldáliga
Dom Pedro fez 80 anos na semana passada. Não poderia deixar de registrar no blog. No seu livro de memórias "Quando os dias fazem Pensar", há passagens que cruzam sua leitura poética e engajada do mundo. Quando cita Puebla, reclama que a libertação dos pobres deve ser integral e não uma quimera espiritualista. Uma chamada. Mais adiante, cita uma poesia de Rafael Guillén, que diz:
Só acerta no amor quem se equivoca
E entrega muito mais do que entrega.
Numa passagem, inicia: "Vive bêbado. Esteve internado, dois anos, numa casa de recuperação. Não tem esposa. Teve um filho que agora anda solto pelo mundo. Dói-lhe o estômago e está amarelando. Já tem, sem dúvida, o fígado destruído. Para se refrescar, diz, engole um punhado de pó de café. No dia seguinte, antes de cair bêbado novamente diante do bar, pede-me uma Bíblia, com insistência".
Dom Pedro é um homem diferente. E sempre fez do Brasil um país maior.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Sarkozy espinafra idoso
Depois do Prefeito de São Paulo foi a vez de Sarkozy. No site do jornal Le Parisien (http://www.leparisien.fr/home/index.htm ) é possível acessar um vídeo em que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, insulta um homem que se recusou a lhe estender a mão virou sucesso na internet. O incidente mostrado no filme aconteceu ontem, enquanto Sarkozy distribuía sorrisos e apertos de mãos em sua visita ao Salão da Agricultura. No vídeo, um homem de idade avançada se recusa a apertar a mão do presidente e, sem cerimônia, diz ao Chefe de Estado: "Não me toque que você me suja". Sem perder a calma, Sarkozy responde: "Pois então, vá embora". E antes de retomar seu passeio pelo evento, acrescenta: "Pobre imbecil". O vídeo já teve mais de 600 mil acessos.
Um projeto estratégico para o Sindute
SindUTE é o sindicato dos professores da rede pública de Minas Gerais. O maior dos sindicatos de trabalhadores deste Estado. Hoje tivemos uma reunião com a direção estadual do sindicato e discutimos um ambicioso programa estratégico, que inclui a criação de uma rede de formação estadual de professores, um Observatório Estadual das Políticas Públicas Mineiras e uma Política Editorial de longo prazo. Temos grande expectativa neste salto qualitativo do projeto sindical.
O Globo e o PAC
O jornal O Globo de hoje publica uma análise sobre uma possível paralisação do PAC em virtude da falta de pessoal e máquinas. O mercado, em virtude do aquecimento da economia, não dispõe de guindastes, bate-estacas e caminhões pesados. Obras como o Complexo Petroquímico e da Companhia Siderúrgica do Atlântico (no RJ), Rodoanel paulista e Refinaria Abreu Lima em Pernambuco já estariam se ressentindo deste déficit. Faltam, ainda, 50 mil engenheiros para que o cronograma previsto seja observado.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008
Término de consultoria no Maranhão
Hoje concluímos o curso/oficina para técnicos do governo estadual que revisaram objetivos e indicadores de avaliação de resultados de cada um dos 65 programas finalísticos do PPA estadual. O trabalho foi intenso e desencadeia um processo de construção de um sistema de gerenciamento e monitoramento do PPA. O sistema informatizado do Maranhão é excelente, melhor que o federal e foi construído com apoio do Banco Mundial. Como o governo estadual está descentralizando a administração a partir de 32 pólos regionais, a possibilidade de um acompanhamento regionalizado e com participação da sociedade civil é viável. Ontem, tivemos uma rápida conversa com membros da Rede de Intervenção em Políticas Públicas (RIPP), que congrega 30 ongs do Maranhão, sendo 10 da capital. Eles se preparam há 3 anos para acompanhar o orçamento em municípios. Há, portanto, um caldo de cultura e estruturas básicas para realizarmos aqui o que seria desejável implantar no país.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Arroz de Cuxá
Encerramos o terceiro dia de consultoria para o governo estadual de Maranhão. O trabalho está dando muitos bons resultados e já são mais de 60 técnicos (a cada dia chegam mais t[ecnicos de cada área) para a revisão dos indicadores de resultados dos programas do PPA do Maranhão. Criaremos uma estrutura gerencial e um mecanismo de transparência neste acompanhamento da execução do Plano Plurianual. A Prefeitura de São Luís solicitou a mesma consultoria para março.
Ontem, comi o famoso arroz de cuxá, com pescada amarela. O nome vem do tupi: o que conserva ou azedo. É feito com o que no sul do país se chama azedinha. Vou socializar a receita:
Modo de Preparo
O Arroz
Cozinhe o arroz normalmente, com o alho, a cebola, o sal e o azeite em uma panela em que a água esteja 2 cm acima do nível do arroz. Depois de cozido coloque em uma forma previamente untada com azeite de oliva. Desenforme em uma travessa redonda e larga.
O Cuxá
Cozinhe a vinagreira em uma panela com água e sal. Escorra e pique bem batida. Reserve. Frite em uma panela com azeite o quiabo picado, quando estiver secando, junte a cebola, o alho, os tomates, a pimenta e o gengibre. Cozinhe até que tudo fique bem macio. Processe no liquidificador ou processador os camarões secos, a farinha de mandioca e o gergelim. Adicione estes ingredientes à panela misturando sempre. Junte a vinagreira, e se for espinafre, acrescente 3 colheres de sopa de vinagre. Coloque um pouco de água e deixe cozinhar até que fique com a consistência de um mingau. Confira o sal e a pimenta. Acrescente os camarões frescos até que se tornem rosados. Misture o coentro, a salsa e a cebolinha verde. Tire do fogo. Despeje sobre o arroz quente. Sirva quente. O arroz-de-cuxá é um bom acompanhamento para frutos do mar.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
O cordel que mais gosto
Já que estou no nordeste, vou socializar o cordel que mais gosto. Foi escrito por Antônio Pessoa Leite, de Carnaúbas, no Rio Grande do Norte, publicado no folheto Falando por quem não fala (Natal, 1997).
Ao que tiver dom de fala
Nas suas cordas vocais,
Tenha também bons instintos
Ou preceitos cordiais
Não maltrate os que se calam,
Interprete os que não falam
Olhando os incautos mais
Pense bem em quem não diz
Em quem com tudo se cala
Sabe às vezes, silencia,
Se sacode, se abala,
Olha para todos os lados
Anda, se deita e não fala
Linguagem irracional
É a voz de quem não fala
Interpreta por instinto
Tudo ver (em labirinto)
E não entende. Se cala.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008
PPA do Maranhão
Estamos aprofundando com técnicos de várias secretarias estaduais de governo os indicadores de monitoramento do PPA do Maranhão. São 65 programas finalísticos. Aqui, eles adotaram o conceito de PPA delizante, ou seja, a cada ano fazem a revisão do PPA anterior e acrescentam um ano a mais no planejamento plurianual.
São Luis e o Guaraná Jesus
domingo, 17 de fevereiro de 2008
Mais uma maratona
Fim do horário de verão
Acabou mais um horário de verão, instituído desde a década de 30 (mas de maneira regular, desde 1985), que atingia a região centro-oeste, sul e sudeste do país. Segundo a assessoria de imprensa do MME (Ministério de Minas e Energia), neste ano a economia foi R$ 10 milhões, um quarto dos R$ 40 milhões registrados em anos anteriores. A explicação, segundo o órgão, estaria no maior uso das termelétricas durante o período, devido ao baixo índice dos reservatórios das hidrelétricas. A economia de energia elétrica durante o horário de pico (entre 17h e 22h) é o principal objetivo do horário especial. Segundo dados preliminares do MME, a redução de energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste foi de 1.557 MW, o que significa 4,2% da demanda total dessas regiões, e de 480 MW na região Sul (4,8%). A expectativa era uma redução de 4% a 5%, cerca de 2.000 MW.
O dado oficial é o seguinte: se o horário de verão não fosse aplicado, seria necessário construir duas térmicas a gás natural para atender a demanda dessas regiões, no valor de cerca de US$ 1 bilhão.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
Fórum de Educação Popular em Maringá
A Escola da Cidadania de Maringá confirmou a programação do Fórum de Educação Popular e Políticas Públicas nos dias 29/2 e 1/3. A Escola está despertando interesse de vários países da América Latina, como Argentina, Chile e México. A programação é a seguinte:
29/02
19h30 - Abertura
20h00 - Apresentação do Grupo Batuke Novo
20h30 - Relato da Experiência da Escola da Cidadania
21h00 - Mesa Redonda: "Desafios para a Educação para a Cidadania no Século XXI", com Adrian Ruiz (UEM) e Maria Victória Benevides (USP).
1/03
08h00 às 11h30 - Oficinas Temáticas (Cidadania e Protagonismo Social; Sociedade Civil no Controle das Políticas Públicas; Orçamento Participativo Criança; Como se faz análise de conjuntura)
14h00 - Mesa Redonda: "Apropriação das Políticas Públicas na Construção da Cidadania", com José Moroni (ABONG e INESC) e Ana Lúcia Rodrigues (UEM).
16h15 - Palestra de Chico Whitaker (Fórum Social Mundial): "Educação Popular e os Desafios de um Novo Mundo Possível"
17h30 - Fechamento: leitura da Carta do Fórum e Apresentação Cultural.
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
Eleições Italianas para residentes no Exterior
Acabo de receber o comunicado abaixo (no original), sobre as eleições de abril na Itália. Os eleitores que residem no exterior podem votar por correspondência.
COMUNICATO
ELEZIONI DEL PARLAMENTO ITALIANO - VOTO ALL’ESTERO PER CORRISPONDENZA
Con Decreto del Presidente della Repubblica in data 6 febbraio 2008 sono state indette per il 13 e 14 aprile 2008 le votazioni per l’elezione della Camera dei Deputati e del Senato della Repubblica. In Italia le votazioni si svolgono presso i seggi istituiti nei Comuni di residenza nei giorni di domenica 13 aprile ( dalle ore 8,00 alle ore22,00 ) e di lunedì 14 aprile (dalle ore 7,00 alle ore 15,00) . All’estero, i cittadini italiani ivi stabilmente residenti, iscritti nelle liste elettorali della Circoscrizione estero, possono partecipare alle elezioni votando PER CORRISPONDENZA. Essi votano per le liste di candidati presentate nella rispettiva ripartizione della Circoscrizione Estero. A ciascun elettore residente all’estero, che non abbia optato per il voto in Italia entro il 16 febbraio, il Consolato competente invia per posta, entro il 26 marzo, un PLICO contenente: un foglio informativo che spiega come votare, il certificato elettorale, la scheda elettorale (due per chi, avendo compiuto 25 anni, può votare anche per il Senato), una busta completamente bianca, una busta già affrancata recante l’indirizzo dell’Ufficio consolare stesso, le liste dei candidati della propria ripartizione. L’elettore, utilizzando la busta già affrancata e seguendo attentamente le istruzioni contenute nel foglio informativo, dovrà spedire SENZA RITARDO le schede elettorali votate, in modo che arrivino al proprio Consolato entro - e non oltre - le ore 16 ora locale del 10 aprile. Il voto è personale e segreto ed è fatto divieto di votare più volte e inoltrare schede per conto di altre persone. Chiunque violi le disposizioni in materia elettorale, sarà punito a norma di legge. L’elettore che alla data del 30 marzo non avesse ancora ricevuto il plico elettorale, potrà rivolgersi al proprio Consolato per verificare la propria posizione elettorale e chiedere eventualmente un duplicato.
Orçamento Federal 2007
A avaliação da execução orçamentária de 2007 demonstra que os maiores níveis de gastos ficaram com Pessoal e Encargos (97%), Amortização da Dívida (88,4%), seguido por Outras Despesas Correntes (87,1%) e Juros e Encargos da Dívida (83,3%) segundo dados de 31 de dezembro. Entre as funções que continuam tendo baixa execução, destacaram-se a de Urbanismo (15%), Habitação (0,037%) e Saneamento (2,24%). Uma avaliação mais detalhada da execução do orçamento de 2007 (INESC: www.inesc.org.br )demonstra que o governo federal tem insistido na opção de priorizar os gastos com o pagamento de juros e serviços da dívida e não priorizado gastos sociais importantes como habitação, saneamento e urbanismo. Em um patamar intermediário, mas também bastante abaixo do montante autorizado se encontram as funções de Gestão Ambiental (35,9%), Direitos da Cidadania (49,3%), Cultura (43,2%) e Organização Agrária (67,1%), justamente funções que têm a maior da composição de seus recursos classificados como discricionários, ou seja, o governo pode decidir onde aplica e se aplica.
Cartão Corporativo: a vez de São Paulo
A história dos gastos execessivos de cartão de crédito do governo parece seguir os rastros do mensalão: governos do PSDB iniciam e os do PT completam a jogada. Luiz Favre escreve um pequeno relato do levantamento que fez sobre o gasto com cartão no governo Alckmin. O aumento de gastos com cartão, entre o governo Covas e o governo Alckmin foi de 672% (2001 e 2002). Favre conferiu o gasto de Alckmin, de 2002 a 2006. O resultado do levantamento foi:
a) Em 2003 a inflação foi de 9,3% segundo o IPCA cheio, já os gastos com os cartões de Alckmin aumentaram em 2003 em relação ao ano anterior em 41,30%;
b) Resultado do "choque de cartão" de Alckmin nos gastos com cartões corporativos no Estado de São Paulo: aumento de 144,99% entre 2003 e 2006;
c) No mesmo periodo a inflação acumulada foi de 28,2%. Ou seja cinco vezes acima da inflação nos gastos com cartão corporativo;
d) A titulo de exemplo, o aumento nos gastos dos cartões estaduais no ano de José Serra, 2007, foi de apenas 5,82% em relação ao ano anterior, um pouco acima da inflação do período;
e) Mas a herança "maldita" deixada por Alckmin para Serra, além dos gastos inflacionados que atingiram em 2006 mais de R$ 102 milhões (quase o dobro do governo federal no mesmo ano), é a explosão do numero de cartões nas mãos de funcionarios estaduais, muitos deles em cargos de confiança: mais de 40 mil, sem nenhuma transparência. Os gastos não podem ser controlados pela população, nem monitorados pela mídia (não tem portal de Transparência no governo estadual).
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Terceirização e Governo Lula
O Presidente do Ipea defende “política nacional” sobre a terceirização O pesquisador e economista Marcio Pochmann, atual presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), defendeu a elaboração de uma política nacional sobre a terceirização do trabalho. Em palestra ministrada na terça-feira (12) durante evento promovido pelo Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviços a Terceiros (Sindeepres), em São Paulo, Pochmann afirmou que o Brasil pode se beneficiar com o fenômeno, que é mundial, “mas está perdendo uma oportunidade por não tomar as medidas necessárias”.
“A terceirização é um imperativo. Não tem volta”, afirmou o pesquisador. “Está faltando uma política nacional sobre o assunto. Precisamos decidir qual é o tipo de terceirização que o Brasil quer para seu futuro.”
Segundo o pesquisador, o país precisa capacitar suas empresas para que possam atrair para o mercado nacional algumas das cerca de 6,7 milhões de vagas terceirizadas
criadas todo ano no mundo. Também precisa capacitar os trabalhadores para que os empregos trazidos para o país tenham maior remuneração salarial.
Pochmann defendeu ainda que seja estabelecida uma regulamentação específica para esse tipo de emprego. “O Brasil regula a terceirização como se estivesse olhando os
fatos pelo retrovisor de um carro”, considerou. “Temos que regulamentar o assunto olhando para os próximos anos.”
Para quem gosta de vinho e BH
Belo Horizonte tem muitos lugares onde se pode degustar um excelente vinho, como o restaurante Taste Vin. Mas existe uma casa que mereceria mais publicidade. Trata-se do Decanter (Rua Fernandes Tourinho, 503). O Decanter é um enoteca honesta, que oferece excelentes queijos e vinhos. Tomei um cabernet sauvignon (Reserva), chileno, ano 2003, da vinícola De Martino, fantástico. Vale a pena para quem mora ou visita BH.
terça-feira, 12 de fevereiro de 2008
Site da Escola da Cidadania de Maringá
A Escola da Cidadania de Maringá já possui um site: www.cultiva.org.br/maringa . Acessem.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
PT e PSDB em Minas Gerais
A disputa do grupo do ministro Patrus Ananias e o grupo do prefeito Fernando Pimentel (de BH), ambos petistas, é cada vez maior. O jornal Estado de Minas de hoje revela os bastidores deste conflito que acredito que definirá o futuro do PT mineiro. Se Patrus vence a parada, a luz própria de Fernando Pimentel começa a apagar. Caso contrário, é o ministro que entra em franca decadência, já que se tornou uma figura apagada nas disputas estaduais. O jornal revela que o PT mineiro está coligado com o PSDB (e dirigindo os municípios) em Janaúba, Itaobim, Peçanha, São Félix de Minas, Naque, Iapu, Itanhomi, Pitangui, Cordisburgo, Congonhas, Manhumirim, São João del-Rei, Tombas, Itamonte, Itutinhga, Carmo do Rio Claro, Ipuiuna, Guapé. Um belo quadro de alianças, não? Um único caso parece romper com este namoro: São João del-Rei. Lá, o caso de fraudes com notas fiscais acabou gerando a queda do secretário de fazenda, do PSDB, que vinha sendo atacado pelo PT local, que tem a vice-prefeitura em suas mãos. Por outro lado, duas cidades importantes (Sete Lagoas e Juiz de Fora) devem firmar uma aliança eleitoral neste ano. O projeto do lulismo avança a passos largos em Minas Gerais.
ONGs e dinheiro público no Brasil
Auditoria da Controladoria Geral da União (CGU) identificou 67 ongs que teriam desviado 50 milhões de reais do governo federal. Só o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS) teria desviado 3 milhões de reais, envolvida com o Banco da Terra, de triste memória e vários casos de denúncia similares. Até uma fundação de ex-funcionários da EMBRAPA está sendo denunciada.
sábado, 9 de fevereiro de 2008
Check-up, de Luis Fernando Veríssimo
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Site da Transparência nas eleições dos EUA
O endereço do site é http://www.opensecrets.org/ . Um dos links começa assim:
"WASHINGTON—Even before a single vote was cast, the candidates running for the White House raised and spent more money in 2007 than in all of seven of the last eight presidential elections, the Center for Responsive Politics has found. And based on their year-end campaign finance filings, the candidates are on pace to break 2004's fundraising records before the major parties officially nominate their candidates for this November's contest. "
Ou seja: a campanha eleitoral à Casa Branca já custa mais que a quase totalidade das últimas eleições nos EUA. Vale a pena acessar.
Novo site: Partido Democrático, na Itália
Acabo de receber a mensagem abaixo, indicando o site do Partito Democratico (fusão da Democratici di Sinistra e Margherita, na Itália). Vejam que os problemas da esquerda do Brasil são parecidos com os da Itália.
Cari amici forumisti,
Oggi 8.2.2008 alle 15 parte il nuovo sito del Partito Democratico e parte anche una nuova struttura di Forum Tematici. I forum liberi che oggi conosciamo e frequentiamo, per alcuni giorni non ci saranno ma al piu' presto verranno integrati tutti nel nuovo sito. Abbiate pazienza. Travasare decine di migliaia di utenti e
oltre 170'000 messaggi richiede attenzione, cura e tempo. Come immaginate, il precipitare della crisi politica e le elezioni impongono ritmi elevati e ci impediscono di attendere che tutto sia pronto, forum compresi, per far partire il nuovo sito. Vi terremo aggiornati via e-mail del procedere dei nostri lavori.
Sarete comunque aggiornati tramite comunicati su questo nostro sito e consultando anche i siti www.perlulivo.it (attivo senza interruzioni dal 1997) ed il forum su www.margheritaonline.it
per la redazione dei forum
Francesco
www.ulivo.it
www.partitodemocratico.it
www.perlulivo.it
Delfim Netto na Revista Desafios, do IPEA (25/01)
"O senhor faz críticas à política econômica?
A economia é uma ciência moral e está longe de ser uma ciência exata. Ser constituída de escolas já mostra que existem múltiplas visões no mundo. Uns crêem que o mercado seja capaz de produzir por si mesmo o equilíbrio, e outras, como é o meu caso - nem sei o que eu sou, certamente eu diria que talvez seja um keynesiano de pé quebrado. O certo é que o funcionamento da economia depende de um Estado. O
mercado exige algumas coisas importantes, a primeira delas é a propriedade privada. Ora, quem garante a propriedade privada? É o Estado. Quando eu vejo um sujeito dizer que "nunca houve uma interferência do Estado nos programas de industrialização
bem-sucedidos do mundo", acho isto uma tolice monumental, de uma ignorância histórica gigantesca. Nunca houve nenhum processo de desenvolvimento no mundo em que o Estado não estivesse atrás, até hoje. Só que de vez em quando está bem escondido.
Mas a economia planificada não tem feito sucesso... Ninguém defende a economia planificada. A tolice daquela economia era querer planificação sem preço. A vantagem do mercado é que ele não foi inventado, ele foi descoberto. E o homem não descobriu nenhum mecanismo mais eficaz do que o mercado para realizar o sistema produtivo. Produção é certamente um problema técnico. Distribuição, não, é um problema político. Adam Smith e Stuart Mill sabiam disto muito antes do que Karl Marx. O mercado é muito compatível com a liberdade, mas obviamente é um produtor de desigualdades. E para que as desigualdades sejam aceitas é preciso que elas partam do mesmo lugar. O homem é naturalmente diferente. Ninguém quer a igualdade no
final, nó s queremos a igualdade no começo. O resultado final é diferenciado mesmo. Mas essa diferenciação é aceitável porque eu parti do mesmo lugar, tinha duas pernas, e cansei antes do outro. "
Ainda sobre o PAC em Maringá
O prefeito Sílvio Barros, de Maringá, envia as seguintes informações sobre o projeto do PAC em Maringá:
"No dia 22 de maio de 2007 fui convocado, juntamente com os prefeitos das cidades com mais de 150 mil habitantes para uma reunião no Palácio do Planalto para explicações de como seria a primeira etapa do PAC. Representando o governo Requião estava Ênio Verri [Secretaria Estadual do Planejamento, da direção do Partido dos Trabalhadores], que juntamente com os ministros das Cidades, Planejamento e Casa Civil, além da Caixa Econômica Federal, explicaram que na primeira etapa o PAC investiria apenas em desfavelamento e saneamento básico. Os prefeitos foram chamados por ordem alfabética para expor os problemas de seus municípios e eus assisti cada um deles mostrar um power poin com as favelas e áreas de contaminação, esgoto a céu aberto etc. Quando chegou minha vez, em apenas 4 minutos expliquei que não tinha nenhum power poin para mostrar, pois Maringá não tinha favelas e temos 75% da cidade atendida por rede de esgoto, dos quais 100% tratada. Ponderei, no entanto, que todo o esforço que o PAC estava fazendo era para que o resto do Brasil pudesse chegar onde Maringá já está e todo o esforço que nossa comunidade fez não poderia, agora, nos penalizar e nos deixar de fora do programa. O fato de não termos favelas não significa que não tenhamos pessoas morando em situação de risco social ou ocupando áreas de vulnerabilidade ambiental (...). Ao terminar, fui chamado à mesa dos ministros, que concordaram que uma cidade que orgulha o Brasil não poderia ser penalizada. Pediram para elaborar uma proposta. Daí surgiu o PAC de Santa Felicidade, que além de propor solução para problemas sérios de infraestrutura física, viária e social, propunha reassentar quase 100 famílias cadastradas pela SASC [Secretaria de Assistência Social e Cidadania} em áreas de risco social, invasão de prédiso públicos e privados, invasão de fundos de vale e áreas de nascentes de mananciais, como é o caso do Tarumã. Depois de meses de discussões com o Ministério [das Cidades] e com a Caixa Econômica Federal para conseguir um enquadramento (...) nosso projeto foi aprovado e enquadrado como "Reurbanização e requalificação de áreas de declínio social, urbanização de áreas de vazios urbanos com construção de novas unidades habitacionais de interesse social, provisão de infra-estrutura urbana e social para o Conjunto da ZEIS Santa Felicidade e medidas de recuperação ambiental". A Caixa fez vários questionamentos ao Ministério no sentido de configurar o enquadramento, inclusive mencionando explicitamente que não se tratava de favela. Foi este o motivo do governador Requião foi chamado ao Planalto para apresentar as prioridades do Paraná, com apoio total de Ênio Verri, colocou Maringá na lista e ainda propôs bancar com recursos do Estado metade da nossa contrapartida. (...) Nosso projeto foi avaliado, analisado e aprovado, constando do mesmo todas as informações, inclusive com mapa de todas as áreas da cidade onde serão feitas as intervenções."
"No dia 22 de maio de 2007 fui convocado, juntamente com os prefeitos das cidades com mais de 150 mil habitantes para uma reunião no Palácio do Planalto para explicações de como seria a primeira etapa do PAC. Representando o governo Requião estava Ênio Verri [Secretaria Estadual do Planejamento, da direção do Partido dos Trabalhadores], que juntamente com os ministros das Cidades, Planejamento e Casa Civil, além da Caixa Econômica Federal, explicaram que na primeira etapa o PAC investiria apenas em desfavelamento e saneamento básico. Os prefeitos foram chamados por ordem alfabética para expor os problemas de seus municípios e eus assisti cada um deles mostrar um power poin com as favelas e áreas de contaminação, esgoto a céu aberto etc. Quando chegou minha vez, em apenas 4 minutos expliquei que não tinha nenhum power poin para mostrar, pois Maringá não tinha favelas e temos 75% da cidade atendida por rede de esgoto, dos quais 100% tratada. Ponderei, no entanto, que todo o esforço que o PAC estava fazendo era para que o resto do Brasil pudesse chegar onde Maringá já está e todo o esforço que nossa comunidade fez não poderia, agora, nos penalizar e nos deixar de fora do programa. O fato de não termos favelas não significa que não tenhamos pessoas morando em situação de risco social ou ocupando áreas de vulnerabilidade ambiental (...). Ao terminar, fui chamado à mesa dos ministros, que concordaram que uma cidade que orgulha o Brasil não poderia ser penalizada. Pediram para elaborar uma proposta. Daí surgiu o PAC de Santa Felicidade, que além de propor solução para problemas sérios de infraestrutura física, viária e social, propunha reassentar quase 100 famílias cadastradas pela SASC [Secretaria de Assistência Social e Cidadania} em áreas de risco social, invasão de prédiso públicos e privados, invasão de fundos de vale e áreas de nascentes de mananciais, como é o caso do Tarumã. Depois de meses de discussões com o Ministério [das Cidades] e com a Caixa Econômica Federal para conseguir um enquadramento (...) nosso projeto foi aprovado e enquadrado como "Reurbanização e requalificação de áreas de declínio social, urbanização de áreas de vazios urbanos com construção de novas unidades habitacionais de interesse social, provisão de infra-estrutura urbana e social para o Conjunto da ZEIS Santa Felicidade e medidas de recuperação ambiental". A Caixa fez vários questionamentos ao Ministério no sentido de configurar o enquadramento, inclusive mencionando explicitamente que não se tratava de favela. Foi este o motivo do governador Requião foi chamado ao Planalto para apresentar as prioridades do Paraná, com apoio total de Ênio Verri, colocou Maringá na lista e ainda propôs bancar com recursos do Estado metade da nossa contrapartida. (...) Nosso projeto foi avaliado, analisado e aprovado, constando do mesmo todas as informações, inclusive com mapa de todas as áreas da cidade onde serão feitas as intervenções."
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
A história do uso do cartão corporativo do governo federal
1) O cartão corporativo foi criado por Fernando Henrique Cardoso, com a finalidade de dar maior agilidade às compras feitas pelo Gabinete da Presidência da República;
2) A criação se deu em 2001;
3) Em 2002, foram gastos 1 milhão 271 mil reais;
4) Em 2003, no Governo Lula, o gasto com cartão corporativo subiu para 8 milhões 935 mil reais. Foram sacados na boca do caixa, em dinheiro vivo, 2 milhões 839 mil reais;
5) Em 2004, foram gastos 7 milhões 751 mil reais com os cartões corporativos, com saque na boca do caixa, em dinheiro vivo: 3 milhões 130 mil reais;
6) Em 2005, gastaram 8 milhões 649 mil reais, com saque na boca do caixa de 830 mil reais (queda, portanto).
7) Em 2006, foram 33 milhões de reais, em especial, no saque de dinheiro;
8) Em 2007, dos R$ 53,1milhões gastos, cerca de R$ 40,9 milhões foram sacados em espécie. Incluídas as despesas do Judiciário, os saques em dinheiro chegam a R$ 42,8 milhões.
O argumento central do governo é que o cartão é mais transparente (o que de fato é).
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008
O que seria Obama Presidente
Solicitei ao Caio Blinder que fizesse uma projeção de quais seriam as mudanças mais significativas na possibilidade de Barack Obama se tornar Presidente dos EUA. Ele respondeu o seguinte:
Política interna
1) oportunidade de romper a paralisia em Washington. Risco: altas expectativas
2) avanços em políticas sociais, especialmente reforma do sistema de saúde
3) inevitáveis aumentos de impostos
Política externa
1) Algo no estilo Nixon-vai-a-China, nas relações com adversários dos EUA
2) Cautela para sair do Iraque
3) Restauração da imagem diplomática americana
A superterça, segundo Caio Blinder
Comentários do jornalista Caio Blinder:
" Como se antecipara, Hillary Clinton e Barack Obama dividiram prêmios (alguns grandes, outros pequenos). A senadora por Nova York levou filões como as vitórias em Nova York e Califórnia e mais delegados, mas o senador por Illinois terminou a noite comprovando como seu avanço está disseminado pelo país, inclusive em estados bem conservadores. (...) Que bela confusão democrática (e republicana). Em uma narrativa remota, ou seja, final do ano passado, esta 'superterça' seria a coroação de Hillary, mas o príncipe Barack continua estragando a festa e tem sérias pretensões ao trono democrata. Claro que Hillary é poderosa. Tem uma máquina infernal e sua legião de "sisters", latinos, eleitores mais velhos e gente de menor renda garante os votos. Barack Obama tem esta arma chamada esperança movida por jovens, negros e os americanos mais afluentes e educados, além dos homens brancos dando um empurrão. Ele não tem a sólida máquina de Hillary, mas possui esta força difusa que é um movimento, capaz de vencer primárias do Alabama ao Alaska. No jogo de previsões e expectativas, ambos já aprontaram suas peças. Agora é a vez de Hillary estar precariamente por cima. "
Os delegados dos principais candidatos nas prévias dos EUA (até agora)
DEMOCRATAS
Hillary Clinton (oito Estados): Arkansas, Arizona, Califórnia, Massachusetts, Nova Jersey, Nova York, Oklahoma, Tennessee
Barack Obama (13 Estados): Alabama, Alaska, Colorado, Connecticut, Delaware, Geórgia, Idaho, Illinois, Kansas, Minnesota, Missouri, Dakota do Norte, Utah
REPUBLICANOS
John McCain (nove Estados): Arizona, Califórnia, Connecticut, Delaware, Illinois, Missouri, Nova Jersey, Nova York, Oklahoma
Mitt Romney (seis Estados): Colorado, Massachusetts, Minnesota, Montana, Dakota do Norte, Utah
Mike Huckabee (cinco Estados): Alabama, Arkansas, Geórgia, Tennessee, Virgínia Ocidental
Hillary passa Obama
A "Superterça" dos EUA, em que vários Estados tiveram prévias partidárias para indicar seus candidatos à Presidência de República, deu a dianteira para Hillary Clinton. Mais de 20 Estados tiveram votação na disputa presidencial dos Estados Unidos e Hillary venceu naqueles com maior número de delegados: além da Califórnia, Nova Jersey e Nova York (que representa no Senado). Ficou à frente do rival Barack Obama, uma novidade significativa na política decadente dos EUA, mesmo tendo ganho de Hillary em Estados importantes como Illinois (ele é senador pelo Estado) e Geórgia. A Califórnia, contudo, era o Estado que gerava maior expectativa por contar com 441 delegados, do total de 2.025 que um pré-candidato democrata precisa para ser indicado pelo partido. Os delegados serão responsáveis pela indicação oficial do candidato durante as convenções partidárias. A democrata está marcada para a semana de 25 a 28 de agosto, em Denver, no Colorado. A convenção republicana será de 1º a 4 de setembro, em Minneapolis, Minnesota.
terça-feira, 5 de fevereiro de 2008
Veja e Luis Nassif
É cada vez maior o número de jornalistas indignados com o anti-jornalismo praticado pela revista Veja. Agora foi a vez de Luis Nassif (http://luis.nassif.googlepages.com/home). Em um primeiro artigo de uma série prometida por Nassif, encontramos as seguintes passagens:
"O maior fenômeno de anti-jornalismo dos últimos anos foi o que ocorreu com a revista Veja. Gradativamente, o maior semanário brasileiro foi se transformando em um pasquim sem compromisso com o jornalismo, recorrendo a ataques desqualificadores contra quem atravessasse seu caminho, envolvendo-se em guerras comerciais e aceitando que suas páginas e sites abrigassem matérias e colunas do mais puro esgoto jornalístico. Para entender o que se passou com a revista nesse período, é necessário juntar um conjunto de peças. (...) De um lado, há fenômenos gerais, que modificaram profundamente a imprensa mundial nos últimos anos. A linguagem ofensiva, herança dos “neocons” americanos foi adotada por parte da imprensa brasileira, como se fosse a última moda. Durante todos os anos 90, Veja havia desenvolvido um estilo jornalístico onde campeavam alusões a defeitos físicos, agressões e manipulação de declarações de fonte. Quando o estilo “neocon” ganhou espaço nos EUA, não foi difícil à revista radicalizar seu próprio estilo. Um segundo fenômeno desse período foi a identificação de uma profunda antipatia da chamada classe média mídiatica em relação ao governo Lula, fruto dos escândalos do “mensalão”, do deslumbramento inicial dos petistas que ascenderam ao poder, agravado por um forte preconceito de classe. Esse sentimento combinava com a catarse proporcionada pelo estilo “neocon”. Outros colunistas utilizaram com talento – como Arnaldo Jabor -, nenhum com a fúria grosseira com que Veja enveredou pelos novos caminhos jornalísticos. (...) Outro fenômeno recorrente – esse ainda nos anos 90 -- foi o da terceirização das denúncias e o uso de notas como ferramenta para disputas empresariais e jurídicas. A marketinização da notícia, a falta de estrutura e de talento para a reportagem tornaram muitos jornalistas meros receptadores de dossiês preparados por lobistas. (...) E um personagem que passou a cumprir, nas redações, o papel sujo antes desempenhado pelos repórteres policiais: os chamados repórteres de dossiês. (...) O lobista procurava o repórter com um dossiê que interessava para seus negócios.O jornalista levava a matéria à direção, e, com a repercussão da denúncia, ganhava status profissional.O caso mais exemplar ocorreu na própria Veja, com o lobista APS (Alexandre Paes Santos). Durante muito tempo abasteceu a revista com escândalos. Tempos depois, a Policia Federal deu uma batida em seu escritório e apreendeu uma agenda com telefones de muitos políticos. Resultou em uma capa escandalosa na própria Veja em 24 de janeiro de 2001 em que se acusavam desde assessores do Ministro da Saúde José Serra de tentar achacar o presidente da Novartis, até o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Nelson Tanure de atuarem através do lobista.
Na edição seguinte, todos os envolvidos na capa enviaram cartas negando os episódios mencionados. As cartas foram publicadas sem que fossem contestadas.O que a matéria deixou de relatar é que, na agenda do lobista, aparecia o nome de uma editora da revista - a mesma que publicara as maiores denúncias fornecidas por ele. A informação acabou vazando através do Correio Braziliense, em matéria dos repórteres Ugo Brafa e Ricardo Leopoldo. A editora foi demitida no dia 9 de novembro, mas só após o escândalo ter se tornado público."
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008
Fórum Social Mundial, segundo Ignacio Ramonet
Do Editor do Le Monde Diplomatique:
"Atravessamos diferentes fases. A primeira consistiu em definir a globalização. Em meados dos anos 90, ainda não existia o movimento porque não se sabia contra quem lutar. Foi preciso que muitos intelectuais e muitas forças políticas definissem conjuntamente o inimigo e, o inimigo era a globalização. Na segunda fase se juntaram todos do Sul ao norte na luta contra a globalização. Têm-se evidentemente a impressão de que essas êxitos – particularmente, a fundação do Fórum Social Mundial – acabou por paralisar o movimento. O movimento é hoje, potencialmente, forte, como nunca antes. É, em escala planetária, a única força em alguma medida organizada que resiste à globalização, mas ele não sabe o que fazer com essa força. Desperdiçaram-se oportunidades, ao menos eu vejo assim. Hoje estaríamos em condições de levar a cabo lutas em escala mundial. Lembre-se apenas das grandes manifestações contra a guerra no Iraque. Chegou a hora de que movimentos, como o Fórum Social Mundial, deixem de ser movimentos de resistência e entrarem em uma nova etapa com outras formas de luta."
Opus Dei no Brasil
Acabo de receber um artigo sobre a Opus Dei no Brasil. Esta organização de direita nasceu (no Brasil) em 1957, na cidade de Marília, no interior paulista, com a fundação de dois centros. Marília fica ao lado da cidade onde nasci (Tupã). Em 1961, dada à importância da filial, a seita deslocou o numerário espanhol Xavier Ayala, o segundo na hierarquia. “Doutor Xavier, como gostava de ser chamado, embora fosse padre, pisou em solo brasileiro com a missão de fortalecer a ala conservadora da Igreja. Às vésperas do Concílio Vaticano II, o clero progressista da América Latina clamava pelo retorno às origens revolucionárias do cristianismo e à ‘opção pelos pobres’, fundamentos da Teologia da Libertação”, explica Marina Amaral, em artigo à Caros Amigos. O artigo que recebi afirma que logo depois, algumas empresas vinculadas à organização, surgiram, como o Colégio Catamarã (SP), Casa do Moinho (Cotia) e Editora Quadrante. Teria criado uma ONG para arrecadar fundos: OSUC (Obras Sociais, Universitárias e Culturais), que receberia até hoje doações do Itaú, Bradesco, GM e Citigroup. O artigo que recebi é de autoria de Altamiro Borges, jornalista e membro do Comitê Central do PCdoB. Ao final, destaca os vínculos de Geraldo Alckmin e Ives Gandra Martins com esta organização.
Uma das facetas do Brasil não visível.
Comparando a dívida com os EUA
Acaba de ser anunciado que a dívida pública dos EUA deverá superar os 400 bilhões de dólares neste ano. O déficit do governo federal dos Estados Unidos havia sido estimado pelo Congresso em US$ 219 bilhões no ano fiscal que terminou em 30 de setembro, 34% a mais que no anterior (segundo o Escritório de Orçamento do Congresso). O órgão, que é de caráter técnico e apartidário, informou que no período fiscal 2007 o déficit nas contas do governo dos Estados Unidos totalizou US$ 163 bilhões, o equivalente a 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto) do ano.
Bush previu um déficit de US$ 410 bilhões de dólares para o ano fiscal de 2008, que se encerra em 30 de setembro, e US$ 407 bilhões para o ano fiscal de 2009. Esse déficits são mais que o o dobro do resultado negativo de US$ 163 bilhões em 2007 e se aproximam déficit recorde de US$ 413 bilhões em 2004. "A razão principal para déficits crescentes no curto prazo é o pacote de crescimento econômico e uma esperada desaceleração no crescimento das receitas, devido a uma redução na receita de impostos pagos pelas empresas ante os altos níveis recentes", afirma o documento do Orçamento. O Orçamento faz dos gastos militares e a guerra no Iraque suas peças centrais, propondo um aumento de 7,5% para o Pentágono, para US$ 515 bilhões. No topo disso, Bush também busca mais US$ 70 bilhões para os conflitos no Iraque e Afeganistão.
Dívida do Setor Público
A revista de Administração Municipal do IBAM divulgou a evolução da dívida do setor público e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). Quanto à dívida, 2004 a 2007, o governo federal é o destaque. De 569 bilhões, saltou para 706 bilhões. O governos estaduais apresentaram queda de 339 bilhões para 337 bilhões. E os municipais tiveram ligeira elevação, de 48 bilhões para 50 bilhões. Contudo, a dívida líquida, relacionada ao PIB, caiu no mesmo período, de 51% para 44%. Quanto à evolução do FPM, subiu de 21 bilhões (2004) para 31 bilhões (2007). Talvez, não tenhamos compreendido o que ocorreu neste período e não aproveitado as oportunidades abertas. Quem sabe, perceberemos se a crise externa que se avizinha ocorrer de fato?
domingo, 3 de fevereiro de 2008
Cartão corporativo no Governo Lula (1)
Leandro Kleber, do site Contas Abertas, escreve um interessante artigo sobre os gastos do governo Lula com cartão de crédito corporativo. Passo a reproduzir parte deste artigo em três blocos:
Um levantamento no próprio site do governo federal, o Portal da Transparência, revela inúmeras curiosidades sobre gastos com os cartões corporativos de alguns ministros, incluindo pagamento de hotéis, restaurantes, táxi, etc. Nos últimos três meses de 2007, é possível observar, por exemplo, que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, se hospedou no Blue Tree, em Brasília, e fez uma refeição no Restaurante do Aeroporto. Já o ministro do Esporte, Orlando Silva, gastou no mesmo período quase mil reais com hospedagem no Plaza Copacabana, no Rio, na Hotelaria Accor Brasil e cerca de R$ 200,00 na Churrascaria Boi Preto.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, também dispõe de um cartão em seu nome. Nos últimos três meses de 2007, ele gastou a grande maioria da quantia com diárias em hotéis e pouco menos de R$ 50,00, por exemplo, na Cozinha Papillote. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, por sua vez, gastou com o seu cartão no período quase R$ 200,00 no restaurante Hickmann e cerca de R$ 100,00 no estabelecimento comercial listado como “Inacia de Fatima Medeiros”.
Convém observar que os ministros que possuem cartão no seu próprio nome podem ser apenas mais ingênuos que os demais, já que em vários ministérios o nome deles não aparece na relação dos dispêndios com o cartão. Pelo menos duas hipóteses são possíveis: ou o ministério não dispõe do serviço do cartão, o que é muito difícil, pois quase todos os órgãos têm acesso ao mecanismo, ou os ministros pagam suas despesas eventualmente por meio dos chamados ecônomos, funcionários de escalões inferiores que possuem cartões em seus nomes e que frequentemente fecham as contas dos superiores. Isso pode ocorrer nos hotéis e restaurantes, até para evitar qualquer constrangimento do próprio ministro de saldar suas dívidas junto aos estabelecimentos comerciais.
O Correio Braziliense divulgou que serventes de limpeza, motoristas e sindicalistas estão autorizados a fazer saques na rede bancária e faturar compras. De acordo com o jornal, na Universidade Federal de Uberlândia, por exemplo, um grupo de 10 servidores, a maioria sem função de gestor, foi responsável por gastar mais de R$ 175 mil no ano passado. A reportagem aponta que o maior sacador foi o motoboy da reitoria, Paulo Sérgio Duarte de Freitas. Segundo o Correio, ele movimentou R$ 46,7 mil no decorrer de 2007, além de fazer compras diversas em papelarias, casas de revelação de fotos e lojas especializadas em produtos para animais.
Desta forma, uma ampla e necessária investigação sobre o tema, já iniciada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Controladoria-Geral da União (CGU), deverá constatar não apenas os gastos com cartões no nome das autoridades, mas também no nome de funcionários subalternos que freqüentemente carregam as pastas de documentos das autoridades e encerram as contas por onde passam.
Veja você mesmo as despesas do cartão corporativo seguindo os seguintes passos: entre no site da CGU (www.cgu.gov.br), clique em “Portal da Transparência” e depois em “aplicações diretas”. Lá, selecione a opção “cartões de pagamento do governo federal”, o ano a ser pesquisado e clique em “efetuar consultas”. Após, basta escolher o órgão para ter acesso à lista de nomes de servidores e autoridades que têm o cartão corporativo.
OBS de Rudá: Lula mandou retirar do site do CGU todos os seus gastos de cunho pessoal.
Cartão Corporativo no Governo Lula (2)
CGU apura denúncias de supostas irregularidades com cartão corporativo
Curiosidades à parte, a CGU está apurando supostas irregularidades com o uso do cartão corporativo. O órgão investiga denúncias contra a ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro. Em 2007, ela gastou R$ 171,6 mil no cartão corporativo, inclusive em compras em um freeshop. Matilde argumentou que o pagamento foi um erro e que já devolveu a quantia. Apenas em janeiro, a ministra já desembolsou R$ 14 mil, a maioria para quitar aluguel de carros.
O ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, Altamir Gregolim, também teve que dar explicações sobre o uso do cartão corporativo. No ano passado, chamaram atenção as sete viagens feitas a Chapecó, Santa Catarina, onde mora uma filha dele. Em sua defesa, Gregolim afirmou que todos os gastos na cidade com o cartão foram feitos em compromissos oficiais.
Cartão Corporativo no Governo Lula (3)
Cartão corporativo surgiu em 2001
O cartão corporativo foi implementado pelo decreto n° 3.892 de agosto de 2001 para facilitar os pagamentos de rotina das autoridades. O objetivo era descomplicar a vida dos servidores públicos. No entanto, o mecanismo tornou muito mais complexa a prestação de contas do dinheiro utilizado por eles. Hoje, existem mais de 13 mil cartões. Desde o lançamento, os gastos com o cartão crescem gradativamente, ano a ano, e já atingem cerca de pelo menos R$ 150 milhões. Apenas nos primeiros 30 dias de 2008, mais de R$ 6 milhões foram pagos.
Os cartões de crédito do governo servem para que servidores possam fazer pagamentos ou saques sem precisar de uma autorização prévia da União. Isso substitui o modelo de “suprimentos de fundos”, em que eram enviadas ordens bancárias para pagar as despesas. Mas esses documentos demoravam a ser emitidos e, assim, os servidores tinham que fazer freqüentemente uma “caixinha” para pagar as contas.
Com passe livre para sacar dinheiro ou fazer pagamentos, os gastos feitos por meio do cartão começaram a chamar atenção. A quantidade vultosa de gastos secretos também atrapalha a prestação de contas. Alguns dos dispêndios sigilosos, como os feitos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), ainda são justificáveis. No entanto, até 2006, milhões gastos com os cartões da Presidência também eram protegidos por sigilo "para garantia da segurança da sociedade e do Estado".
sábado, 2 de fevereiro de 2008
Canetti
Estou lendo "Auto-de-fé", de Elias Canetti. O único romance dele, de uma profunda delicadeza. Canetti sempre foi um pensador da relação entre indivíduo, coletividade e poder. Criou o conceito de "província do homem", sobre a interação entre um sujeito e outros, que forjaria uma unidade social. Se contrapunha à visão preconceituosa de Freud em relação ao que denominava "multidão". Freud chegou a sugerir que a multidão é irracional, à procura de um pai, o líder carismático. O sujeito (ou a unidade de sujeitos), ao contrário, é participante e espectador.
Banco Central e Juros
Editoriais do O Globo, Estado de São Paulo, Diário Catarinense e Zero Hora destacam a "mensagem" do Banco Central. A criação de um compulsório de até 25% sobre os depósitos das empresas de leasing nos bancos, anunciada quinta-feira, e a manutenção dos juros em 11,25%, em outubro, revelariam o sinal vermelho. Os editoriais afirmam que o compulsório seria coerente com o sentido da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quarta-feira, quando foi decidido, mais uma vez, manter-se os juros onde estão. O recado teria sido: o Banco Central aumentará os juros caso a inflação ameace ultrapassar o centro da meta de 4,5%, estabelecida para o ano. No momento, ela se encontra neste exato ponto. Os alimentos têm impulsionado os índices - em média, o item alimentos e bebidas subiu acima de 10% no ano passado, o dobro da inflação - e há indícios de que a forte demanda começou a se converter em aumentos de preços. No acumulado de 12 meses, o volume de crédito cresceu 26,7% e chegou a 34,3% do PIB. Para O Estado de São Paulo, o Banco Central estaria sinalizando o uso de outros instrumentos da política monetária, para além do aumento da taxa Selic. "Os bancos ampliaram essas operações de leasing para escapar do recolhimento compulsório de 23% que recai sobre depósitos a prazo (15% sob a forma de títulos públicos e 8% em dinheiro). Isso levou as operações de leasing (para pessoas físicas e jurídicas) a R$ 64,1 bilhões, com crescimento de 86,1% no ano passado, ante 42,3% em 2006. Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC), em dezembro os depósitos interfinanceiros das sociedades de leasing representavam R$ 160 bilhões, ante R$ 298 bilhões dos depósitos a prazo nos bancos. Assim, se o compulsório já estivesse sendo exigido, ele atingiria R$ 40 bilhões. O novo compulsório não deverá reduzir o montante das operações de leasing, mas elevar seu custo por meio do aumento do "spread", o que pode diminuir esse tipo de crédito que vinha sendo utilizado essencialmente na aquisição de veículos e, em parte, para compra de bens de capital. Com isso, o BC pretende reduzir a demanda aliviando sua pressão sobre os preços, embora com o inconveniente de eliminar as facilidades para investimentos na indústria, o que mostra que as medidas monetárias têm sempre um duplo efeito."
É interessante como está se formando uma linha editorial comum na grande imprensa.
A queda de Matilde Ribeiro
O caso do uso abusivo do cartão de crédito da ex-ministra da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Matilde Ribeiro, parece abrir a possibilidade de leitura sobre como alguns militantes da luta por direitos sociais do Brasil necessitam amadurecer sua postura política. Primeiro, pensemos em como os assessores da ex-ministra revelaram um poder quase sobrenatural. Matilde afirmou que passou a usar o cartão aconselhada por assessores a partir de julho de 2006 devido às “dificuldades com deslocamento e hospedagem fora de Brasília”. E que dois assessores diretamente envolvidos no caso foram exonerados. “Este erro não foi cometido exclusivamente por mim, então o tratamento vai ser coletivo”, afirmou aos jornalistas. Durante a semana, a grande imprensa noticiou que Lula aguardava o pedido de demissão da ex-ministra, mas que assessores aconselhavam a "resistência" às pressões do Palácio do Planalto. O que os assessores não percebiam é a postura de tutela sobre um cargo delegado do Presidente da República. Aliás, trata-se de uma postura pouco republicana. Este comportamento de "resistência" sobre algo que não se relaciona com direito à igualdade racial é o que incomoda mais. Tudo passa a ser "resistência" o que banaliza a luta por direitos sagrados. Parte do movimento negro brasileiro entra nesta confusão discursiva e necessita amadurecer. O erro da ex-ministra foi grosseiro. No ano passado, Matilde gastou R$ 171 mil no cartão durante viagens de trabalho, com diárias, aluguel de carros, hospedagem, compra em loja livre de taxas de importação em aeroporto. O maior gasto durante as viagens foi para pagar aluguel de carros: 94 dessas operações somaram R$ 118.683,17, para deslocamentos dentro de cidades, regiões metropolitanas e comunidades quilombolas. Ora, trata-se de dinheiro público. Se faltou verba de gabinete, qual o motivo para não "resistir" e pressionar ao invés de utilizar cartões de crédito? No Brasil, precisamos superar a tutela e a futileza política (travestida de "resistência") sob pena dos brancos continuarem governando e considerando os não-brancos com compaixão. Como disse Nietzsche, a compaixão é um sentimento baixo, porque desconsidera o outro como igual.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
E agora, José?
Publicado no Site Terra:
"No principal interrogatório do processo do mensalão, o empresário mineiro Marcos Valério, acusado de ser o operador do esquema, afirmou ao juiz Alexandre Buck Medrado Sampaio, da 4ª Vara Criminal da Justiça Federal de Belo Horizonte, que o ex-ministro da Casa Civil e deputado federal cassado José Dirceu (PT-SP) sabia dos empréstimos feitos pelos bancos Rural e BMG ao PT. Segundo Valério, a informação foi repassada a ele pelo ex-secretário-geral do partido, Silvio Pereira, que teve seu processo suspenso na semana passada, antes de ser interrogado. Dirceu, que foi ouvido pela Justiça, em São Paulo, também na semana passada, negou ter conhecimento dos empréstimos.
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