sábado, 2 de fevereiro de 2008
Banco Central e Juros
Editoriais do O Globo, Estado de São Paulo, Diário Catarinense e Zero Hora destacam a "mensagem" do Banco Central. A criação de um compulsório de até 25% sobre os depósitos das empresas de leasing nos bancos, anunciada quinta-feira, e a manutenção dos juros em 11,25%, em outubro, revelariam o sinal vermelho. Os editoriais afirmam que o compulsório seria coerente com o sentido da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), quarta-feira, quando foi decidido, mais uma vez, manter-se os juros onde estão. O recado teria sido: o Banco Central aumentará os juros caso a inflação ameace ultrapassar o centro da meta de 4,5%, estabelecida para o ano. No momento, ela se encontra neste exato ponto. Os alimentos têm impulsionado os índices - em média, o item alimentos e bebidas subiu acima de 10% no ano passado, o dobro da inflação - e há indícios de que a forte demanda começou a se converter em aumentos de preços. No acumulado de 12 meses, o volume de crédito cresceu 26,7% e chegou a 34,3% do PIB. Para O Estado de São Paulo, o Banco Central estaria sinalizando o uso de outros instrumentos da política monetária, para além do aumento da taxa Selic. "Os bancos ampliaram essas operações de leasing para escapar do recolhimento compulsório de 23% que recai sobre depósitos a prazo (15% sob a forma de títulos públicos e 8% em dinheiro). Isso levou as operações de leasing (para pessoas físicas e jurídicas) a R$ 64,1 bilhões, com crescimento de 86,1% no ano passado, ante 42,3% em 2006. Segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC), em dezembro os depósitos interfinanceiros das sociedades de leasing representavam R$ 160 bilhões, ante R$ 298 bilhões dos depósitos a prazo nos bancos. Assim, se o compulsório já estivesse sendo exigido, ele atingiria R$ 40 bilhões. O novo compulsório não deverá reduzir o montante das operações de leasing, mas elevar seu custo por meio do aumento do "spread", o que pode diminuir esse tipo de crédito que vinha sendo utilizado essencialmente na aquisição de veículos e, em parte, para compra de bens de capital. Com isso, o BC pretende reduzir a demanda aliviando sua pressão sobre os preços, embora com o inconveniente de eliminar as facilidades para investimentos na indústria, o que mostra que as medidas monetárias têm sempre um duplo efeito."
É interessante como está se formando uma linha editorial comum na grande imprensa.
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