terça-feira, 17 de agosto de 2010

O primeiro programa de televisão dos presidenciáveis

Vou fazer uma breve análise sobre os programas de TV dos candidatos a Presidência da República:

Marina
Errou feio. Imagem estática e professoral. Deixaram de explorar o que ela tem de melhor. Iniciar com meio ambiente foi um erro. Não é popular. Ela teria que ligar um mundo melhor, relacionando com a religiosidade que não é apelação no caso dela, e sua candidatura. Perdeu tempo.

Plínio
Horrível. Se juntou novamente aos nanicos. O que ele tinha conquistado com o debate na Band foi jogado no lixo. Faltou humor, ironia. Tive a impressão que o partido dirigiu o programa, a despeito das vontades do candidato. Algo clássico nas esquerdas.

Partidos Nanicos
Estiveram à altura de seu peso eleitoral. Não compreenderam, ainda, o que pensa e sente o povo brasileiro, a despeito de falarem em seu nome. Alguns, como PCO e PSTU, seguiram a cartilha leninista de uso da eleição para fazer pedagogia política. E ainda acreditam nisto.

Serra
Manteve as mesmas virtudes e erros dos spots da propaganda partidária do DEM e PSDB: a trilha sonora é primorosa, mas o conteúdo é irregular. Explico: o caso de dona Marina (do Maranhão) é emocionante, mas não foi alinhavado. Pode ser estratégia para ser recuperado em outro programa. Mas este era o inaugural e programa político é diferente de propaganda de produto de mercado porque os adversários estão emparelhados, gerando comparação imediata. O script do programa é irregular e não amarra, como se fossem módulos desconectados. Terminou com um samba que pretende ligar Zé com Lula. Infeliz. Como disse Noblat, bem feito mas não emocionou.

Dilma
Programa homogêneo e com alta emoção. Santana, o marketeiro, é um craque. Erro: muito tempo para a época de resistência á ditadura. Foi profilático, evidentemente. Mas expôs um tema em demasia que assusta o eleitorado brasileiro (que é conservador e pragmático). Fez o inverso do que sugerem os neurolinguistas. Sorte deles que foi na primeira metade do programa. E esta primeira metade foi sendo tragada pela emoção, pela emoção de Dilma ao falar dos pobres. Lula não foi o âncora, inteligentemente. Quem falava com o eleitor era Dilma. E a cena do cachorro pegando o graveto foi... apelação total. Que pega no eleitorado.

Enfim, se os programas de hoje à tarde terão impacto e continuarão assim, reforçarão a tendência das pesquisas.

2 comentários:

AngelMira disse...

Interessante foi a direção dos programas do PSDB e PT. O primeiro dirigiu ao N e NE e o segundo ao S e ao SE.
Como mulher emocionei-me com o programa da Dilma qdo menciona que ela foi a 1ª mulher a ser: sec de fazenda, sec est de Minas e Energia, ministra de Energia e da Casa Civil.

Álbano Silveira Machado disse...

O Jornal Nacional veiculou , antes do programa eleitoral, o resultado da pesquisa IBOPE sobre principais problemas brasileiros. Fez longa reportagem sobre o maior problema: a saúde. Todos os problemas apontados pelo JN tiveram soluções apontadas no porgrama do Serra, logo após.
Parece coincidência, mas será que é?